Ibovespa B3: Fechamento em Alta
O Ibovespa B3 encerrou o pregão desta sexta-feira (29) com alta de 0,28%, atingindo 141.446 pontos, e um ganho de 396,80 pontos no dia. Esse desempenho positivo foi registrado após uma sessão marcada pela cautela no exterior e por uma intensa agenda doméstica, destacando-se a recuperação de ações ligadas ao consumo e ao setor financeiro.
Tensão Diplomática
O pregão iniciou em um tom defensivo, refletindo as tensões diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, especialmente após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizar um processo com base na Lei da Reciprocidade Econômica contra o governo de Donald Trump.
Resultados Econômicos
No campo econômico, investidores acompanharam o resultado das contas públicas, que revelou um déficit primário de julho de R$ 66,6 bilhões, o pior para o mês desde 2020. O mercado também observou com atenção o envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026 ao Congresso.
Destaques do Dia
Entre as ações que se destacaram, Magazine Luiza (MGLU3) liderou os ganhos do índice, com um aumento de 5,36%, alcançando R$ 8,26. Seguiram Raízen (RAIZ4) com alta de 4,59%, precificada a R$ 1,14, e Pão de Açúcar (PCAR3), que subiu 0,56%, sendo negociada a R$ 3,57. No setor bancário, as variações foram mais contidas: Bradesco (BBDC4) subiu 0,18%, indo a R$ 16,82, enquanto Itaú Unibanco (ITUB4) teve valorização de 0,39%, atingindo R$ 38,50.
Mercado de Juros
No mercado de juros, a Taxa DI para 28/08 permaneceu em 14,90%, enquanto o Índice DI de 29/08 avançou para 51.741,79 pontos. O índice de volatilidade S&P/B3 Ibovespa VIX subiu 2,7%, alcançando 14,84 pontos, indicando um aumento da percepção de risco, apesar da leve alta do Ibovespa B3.
Expectativas e Cenário Internacional
A formação da Ptax de fim de mês e a expectativa em torno do índice de preços de gastos com consumo (PCE) nos EUA, considerado referência para o Federal Reserve, também influenciaram o clima do mercado. Em uma perspectiva internacional, dados mostraram que o PIB da Índia cresceu 7,8% no primeiro trimestre fiscal, superando as previsões, o que ajudou a sustentar parte do otimismo nos mercados emergentes.
Dólar: Fechamento e Pressões
O dólar encerrou a sessão desta sexta-feira (29) em alta, sendo cotado a R$ 5,4258 na compra e R$ 5,4264 na venda, apresentando valorização após um dia de cautela tanto no cenário doméstico quanto internacional.
Aumento da Moeda
Pela manhã, a moeda já mostrava pressão de alta devido ao fortalecimento global do dólar e à escalada nos rendimentos dos Treasuries americanos. Esse movimento se intensificou após a divulgação do déficit fiscal de julho, que superou as expectativas, juntamente com a piora nas contas públicas no acumulado do ano.
Expectativa pelo PCE
A expectativa em torno do PCE nos Estados Unidos também levou os investidores a adotarem uma postura de espera.
Tensões Políticas e Leilão
No mercado interno, influenciaram o dólar as tensões políticas com os EUA, além da formação da Ptax de fim de agosto e do leilão de linha de até US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,42 bilhões) promovido pelo Banco Central, destinado a fornecer liquidez ao mercado. Analistas ressaltaram que a combinação de fatores locais e externos reforçou a pressão de alta, colocando o real entre as moedas emergentes com pior desempenho do dia.