Desempenho do Ibovespa
Os principais índices da bolsa brasileira, representados pelo Ibovespa (IBOV), registraram mais um dia de ganhos, mesmo diante do cenário negativo apresentado por Wall Street e de dados de emprego que superaram as estimativas.
Na última quinta-feira, dia 30 de setembro, o Ibovespa terminou o pregão com uma alta de 0,10%, alcançando 148.780,22 pontos. Este fechamento marca a sétima sessão consecutiva de valorização e se trata da terceira vez em que o índice bateu um novo recorde nominal histórico. O fechamento anterior, ocorrido no dia 29, foi de 148.632,93 pontos. Este representa o 18º recorde do Ibovespa em 2025. Durante a perdagangan, o índice também chegou a renovar a marca intradia, atingindo 149,2 mil pontos.
Além disso, o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações cotado a R$ 5,3812, apresentando uma alta de 0,40%. No cenário nacional, os investidores estavam atentos a uma combinação de notícias corporativas e dados econômicos, enquanto as incertezas sobre o contexto fiscal permanecem em evidência.
Dados Econômicos e Legislação
Entre os dados divulgados, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), parte do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), informou que foram criadas 213.002 vagas formais de trabalho em setembro, um número que superou as expectativas de economistas que esperavam a criação de 180.750 vagas, conforme pesquisa realizada pela Reuters. Contudo, o saldo de criação de empregos ficou abaixo do registrado no mesmo mês do ano anterior, que foi de 252.237 vagas.
Além disso, no mesmo dia, o Congresso aprovou o Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 1/2025, que visa alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025. O objetivo é permitir que a elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para aqueles que recebem até R$ 5 mil mensais seja mantida por tempo indeterminado. A proposta de isenção do IR já havia sido aprovada anteriormente na Câmara dos Deputados e está agora à espera da análise do Senado, com a votação programada para a próxima semana. Também foi aprovada a medida provisória referente ao setor elétrico, que segue agora para a sanção.
Movimentação de Ações
No que diz respeito às ações listadas no Ibovespa, as da Hypera (HYPE3) lideraram os ganhos, impulsionadas pelos resultados positivos do terceiro trimestre de 2025. A Ambev (ABEV3) também se destacou, com uma valorização de cerca de 5%, como resposta ao seu balanço trimestral, no qual reportou um lucro líquido ajustado de R$ 3,84 bilhões, refletindo um crescimento de 7,4% em comparação aos R$ 3,58 bilhões do mesmo período de 2024.
Entre as companhias de maior peso no índice, a Vale (VALE3) avançou 1%, acompanhando a alta do minério de ferro e a expectativa em torno do balanço da mineradora, que será divulgado após o fechamento dos mercados. Por outro lado, a Petrobras (PETR3; PETR4) enfrentou uma queda, apesar da breve recuperação do petróleo Brent.
O Bradesco (BBDC4), um dos grandes ‘pesos-pesados’ do Ibovespa, também teve uma performance negativa no dia, refletindo o resultado do terceiro trimestre. O banco registrou um lucro recorrente de R$ 6,2 bilhões no terceiro trimestre de 2025, representando uma alta de 18,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Contudo, um dos fatores que chamou a atenção do mercado foi o aumento das provisões para créditos considerados duvidosos, que disparou 20% em relação ao ano anterior, alcançando R$ 9,4 bilhões, um valor 5% acima da estimativa da instituição BTG Pactual.
Desempenho Internacional
Os índices de Wall Street encerraram a sessão com perdas acentuadas, interrompendo uma sequência de quatro dias de ganhos. Esta queda foi impulsionada pelas repercussões dos balanços apresentados por grandes empresas de tecnologia, conhecidas como as “Sete Magníficas”.
Um dos destaques do dia foi a ação da Meta (ex-Facebook), que chegou a registrar uma queda superior a 10% após a empresa divulgar uma queda de 83% em seu lucro líquido no terceiro trimestre de 2025. Os investidores estão reavaliando suas expectativas em relação à trajetória dos juros, especialmente após o Federal Reserve sinalizar uma possível pausa no afrouxamento monetário. O mercado também estava atento às notícias sobre um acordo entre os Estados Unidos e a China.
Na última quinta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que chegou a um entendimento com o líder chinês, Xi Jinping, para reduzir as tarifas impostas à China. Essa medida está condicionada a ações por parte de Pequim, como a contenção do comércio ilícito de fentanil, a retomada das compras de soja dos Estados Unidos e a manutenção do fluxo de exportações de terras raras.
Os fechamentos dos índices de Wall Street foram os seguintes:
- Dow Jones: -0,23%, aos 47.522,12 pontos;
- S&P 500: -0,99%, aos 6.822,34 pontos;
- Nasdaq: -1,58%, aos 23.581,14 pontos.
Na Europa, os mercados também fecharam, em sua maioria, em baixa, enquanto aguardavam a decisão do Banco Central Europeu (BCE). O índice pan-europeu Stoxx 600 apresentou uma queda de 0,10%, encerrando a 574,83 pontos, após três sessões consecutivas de alta.
O FTSE 100, de Londres, se destacou ao terminar a sessão com uma leve alta de 0,04%, alcançando 9.760,06 pontos, marcando o maior nível de fechamento nominal histórico pela terceira sessão seguida.
Na Ásia, os índices fecharam de maneira mista, refletindo as repercussões do acordo entre Donald Trump e Xi Jinping. O índice Nikkei, no Japão, atingiu um novo recorde, encerrando com uma alta de 0,04%, a 51.325,61 pontos. Em contrapartida, o índice Hang Seng, de Hong Kong, registrou uma queda de 0,24%, fechando em 26.282,69 pontos.
Fonte: www.moneytimes.com.br
