Ibovespa fecha em baixa com atenção voltada ao risco fiscal, aos Treasuries nos EUA e ao minério da China.

Ibovespa fecha em baixa com atenção voltada ao risco fiscal, aos Treasuries nos EUA e ao minério da China.

by Ricardo Almeida
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Mercado Financeiro

Desempenho do Índice Bovespa

O Índice Bovespa (BOV:IBOV) fechou a sessão dessa quarta-feira (01/10) com uma queda de 0,49%, alcançando 145.517 pontos. Essa marca representa a segunda baixa consecutiva do índice, influenciada por pressões no setor financeiro e pela expectativa em torno da votação do projeto que visa isentar do Imposto de Renda os indivíduos que recebem até R$5 mil mensais. O volume negociado somou R$15,3 bilhões, superior à média móvel dos últimos 50 pregões, que é de R$14,7 bilhões. O contrato futuro de Ibovespa (BMF:INDFUT | BMF:WINFUT) acompanhou essa tendência, refletindo a cautela dos investidores em função das incertezas em relação ao cenário fiscal.

Contexto Econômico

O dia foi marcado por um clima de nervosismo em relação ao risco fiscal, com especial atenção para a votação do projeto de isenção do Imposto de Renda. As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que mencionou a inclusão da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) no texto, juntamente com a revisão do Plano Anual de Financiamento do Tesouro, impactaram o sentimento dos investidores. No cenário internacional, os rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos e a queda dos preços do minério de ferro na China tiveram efeito direto sobre os ativos brasileiros. Além disso, há expectativa para a reunião da Opep+ que ocorrerá no fim de semana, que abordará questões relacionadas à produção de petróleo. O dólar futuro (BMF:DOLFUT | BMF:WDOFUT) teve um aumento de 0,17%, enquanto o índice do Dólar (CCOM:DXY) registrou uma leve queda de 0,09%, situando-se em 97,7 pontos.

Análise dos Papéis

Entre as ações que mais se destacaram no volume de negociações, Itaú Unibanco (BOV:ITUB4) teve uma queda de 1,81%, B3 (BOV:B3SA3) recuou 2,31% e Bradesco (BOV:BBDC4) perdeu 1,70%. Esses papéis foram pressionados pelo fluxo negativo de ordens de venda de investidores estrangeiros no setor financeiro. Em relação às maiores quedas percentuais, as ações da Vamos (BOV:VAMO3) desvalorizaram-se em 4,06%, devido ao setor de locação de caminhões e máquinas, seguidas pela CVC (BOV:CVCB3) que teve uma diminuição de 3,59% no setor de turismo e viagens, e Ultrapar (BOV:UGPA3), que recuou 3,46%, afetada por suas operações nas áreas de postos Ipiranga, Ultragaz e Oxiteno.

Na contramão, o GPA (BOV:PCAR3) destacou-se com uma valorização de 5,28%, refletindo seu desempenho positivo no varejo alimentar, incluindo as marcas Pão de Açúcar e Extra. Braskem (BOV:BRKM5) também apresentou um bom desempenho, avançando 4,57%, enquanto CSN (BOV:CSNA3) teve um aumento de 3,92% em seus papéis, devido às suas operações em siderurgia, mineração e logística.

Mercado de Juros Futuros

Nos juros futuros (BMF:DI1FUT), os vértices encerraram a sessão com quedas que atingiram até 4,5 pontos-base, acompanhando a diminuição dos yields norte-americanos. A parte longa da curva foi responsável por puxar essas variações para baixo, refletindo a cautela com respeito ao cenário fiscal brasileiro e os impactos do projeto de isenção do Imposto de Renda. Entre os contratos que tiveram maior atividade nas negociações, destacaram-se os DIs com vencimento em 2027 e 2029, enquanto os contratos de curto prazo mostraram menor oscilação.

DataVariaçãoPontuaçãoVolume Financeiro
01/10/2025-0,49%145.517,35R$ 23,0 bilhões

Destaques Corporativos

Americanas (AMER3)

A Americanas S.A., que está em processo de recuperação judicial, comunicou na terça-feira (30/09) que aceitou uma proposta vinculante da Fan Store Entretenimento, conhecida como BandUP!, para a aquisição da Uni.Co por um valor de R$ 152,9 milhões. Essa venda está sujeita a um processo competitivo, onde a BandUP! terá o direito exclusivo de cobrir eventuais ofertas superiores.

Azul (AZUL4)

A companhia Azul anunciou nessa quarta-feira (01/10) que seu Ebitda ajustado em agosto foi de R$ 664,9 milhões, o que representa uma queda de 6,2% em comparação a julho, que registrou R$ 709 milhões. A receita líquida também acompanhou essa tendência, reduzindo-se em 6,3%, totalizando R$ 1,889 bilhão, frente aos R$ 2,016 bilhões registrados no mês anterior.

Braskem (BRKM5)

No que diz respeito à venda do controle da Braskem, novos avanços ocorreram nesta quarta-feira (01/10). O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, por unanimidade e sem restrições, a venda da NSP Investimentos, a qual é uma subsidiária da Novonor que possui 50,1% do capital votante da petroquímica, para um fundo relacionado ao empresário Nelson Tanure.

Dasa (DASA3)

A Dasa anunciou a assinatura de dois contratos definitivos para a venda da Diagnóstico Maipú por Imagens e Medical Investment, que é uma operação de diagnósticos localizada na Argentina, e da Mantris, uma subsidiária focada em medicina ocupacional e gestão integrada de saúde. O valor total dessas transações foi de R$ 704,8 milhões.

Moura Dubeux (MDNE3)

A Moura Dubeux Engenharia divulgou, na segunda-feira (30/09), sua prévia operacional do terceiro trimestre de 2025, reportando vendas líquidas de R$ 1,1 bilhão, um crescimento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Esse desempenho foi sustentado por lançamentos que totalizaram R$ 1,3 bilhão, representando um aumento de 21,9% em relação ao ano anterior.

Pague Menos (PGMN3)

A rede de farmácias Pague Menos anunciou que seu conselho de administração aprovou o preço de emissão de R$ 3,50 por ação em sua nova oferta pública, com o objetivo de levantar R$ 140 milhões para reforço de capital de giro. A operação envolve a emissão de 40 milhões de ações, o que elevará o capital social da empresa para R$ 2,03 bilhões, distribuído em cerca de 662,7 milhões de ações.

Petrobras (PETR3/PETR4)

A Petrobras comunicou a assinatura de um contrato bilionário com a Elea Digital, com valor total de R$ 2,3 bilhões, destinado à prestação de serviços de datacenter colocation. Este contrato terá uma duração de 17 anos e contempla a hospedagem de equipamentos, aplicações críticas e soluções de computação de alto desempenho.

PetroReconcavo (RECV3)

A PetroReconcavo anunciou a conclusão da aquisição de 50% dos ativos de midstream de gás natural localizados no estado do Rio Grande do Norte (RN), que pertenciam à 3R Potiguar, uma subsidiária da Brava Energia.

Fonte: br.-.com

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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