A cautela predomina nos mercados internacionais em função do risco de uma paralisação do governo dos Estados Unidos, comumente referida como shutdown. Tal situação pode acarretar atrasos significativos na coleta de dados econômicos e levar a Casa Branca a anunciar demissões em massa de funcionários públicos, intensificando a incerteza no cenário econômico.
Diante desse panorama, os contratos futuros do ouro apresentaram uma queda nesta manhã, após terem alcançado uma nova alta histórica intradia anteriormente. Os futuros da bolsa de Nova York também mostram perdas expressivas, com investidores se adaptando a esse novo cenário volátil.
Impacto no Brasil e no mercado de commodities
No Brasil, o tom defensivo observado nos mercados internacionais, decorrente do risco de paralisação do governo dos EUA, tende a afetar o apetite ao risco entre investidores locais. Além disso, o cenário fiscal no país é outro fator que pode contribuir para uma postura mais cautelosa.
O recuo das commodities nesta manhã deve pressionar o principal índice da B3. Os preços do minério de ferro caíram cerca de 0,64%, enquanto o petróleo registrou uma redução de aproximadamente 0,50%. Essas variações têm implicações diretas nas expectativas do mercado e na confiança dos investidores em relação aos ativos brasileiros.
Desempenho do câmbio
No mercado de câmbio, o dólar apresentou uma queda em relação a outras moedas de economias desenvolvidas, embora tenha operado perto da estabilidade em relação ao real. Na manhã de hoje, a moeda norte-americana registrou uma leve queda de 0,04% diante do real, com cotação a R$ 5,3204. Essa oscilação é relevante para investidores que buscam oportunidades tanto no mercado doméstico quanto internacional.
Ibovespa futuro: monitoramento e perspectiva
Risco de paralisação no governo americano
Os investidores estão atentos a uma crise orçamentária em Washington, que pode levar à paralisação de diversas agências governamentais dos Estados Unidos a partir de amanhã. O receio é que um eventual shutdown dificulte a coleta de dados econômicos e que a Casa Branca se veja obrigada a anunciar demissões em massa entre os funcionários públicos, o que afetaria diretamente a economia.
O vice-presidente do Federal Reserve (Fed), Philip Jefferson, comentou nesta manhã que as incertezas em relação à perspectiva econômica estão especialmente elevadas, destacando que o mercado de trabalho nos Estados Unidos está se enfraquecendo. Sem medidas de suporte, a situação pode deturpar ainda mais o cenário econômico, dificultando a recuperação da economia.
O líder da minoria no Senado dos EUA, Chuck Schumer, afirmou após um encontro com o presidente Donald Trump que, pela primeira vez, o republicano demonstrou ouvir as demandas dos democratas. Entretanto, ele enfatizou que continuam existindo grandes divergências entre os dois grupos políticos. Essa declaração ocorre em meio a crescentes tensões sobre a possibilidade de paralisação do governo, o que poderia complicar ainda mais as discussões orçamentárias.
“A responsabilidade cabe aos republicanos, que devem decidir se querem ou não uma paralisação. Nós apresentamos propostas e, no final, Trump é quem toma as decisões”, afirmou Schumer a jornalistas reunidos do lado de fora da Casa Branca.
Taxa de desemprego e sua estabilidade
A taxa de desocupação no Brasil permaneceu estável em 5,6% no trimestre finalizado em agosto, de acordo com os dados mensais fornecidos pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse dado é significativo, visto que reflete a dinâmica do mercado de trabalho vigente.
Para comparação, no mesmo período do ano anterior, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua era de 6,6%. Além disso, no trimestre móvel até julho, a taxa de desocupação também se manteve em 5,6%, reforçando a estabilidade observada nessa métrica.
A renda média real do trabalhador registrou um valor de R$ 3.488,00 no trimestre encerrado em agosto, resultado que representa um aumento de 3,3% em relação ao mesmo período do ano de 2024. Esse incremento é um indicativo positivo para a recuperação do poder aquisitivo dos trabalhadores brasileiros.
A massa de renda real habitual paga aos ocupados atingiu R$ 352,6 bilhões no trimestre que se encerrou em agosto, apresentando um crescimento de 5,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Esses dados são relevantes e permanecem no radar dos investidores, já que podem influenciar diretamente as negociações na bolsa de valores brasileira, impactando o comportamento do índice Ibovespa futuro.
Fonte: einvestidor.estadao.com.br
