O Ibovespa (IBOV) começou a sessão desta quinta-feira (4) sob a influência de informações do setor corporativo, além de dados do exterior. O mercado financeiro aguarda o relatório oficial de empregos, conhecido como payroll, dos Estados Unidos, para ajustar as expectativas em relação à possível flexibilização monetária na maior economia do mundo, a ser considerada já em setembro.
Por volta das 10h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira registrava uma leve alta de 0,04%, atingindo a marca de 139.925,86 pontos.
O dólar à vista, por sua vez, apresentava uma valorização em relação ao real, seguindo a tendência observada no mercado internacional. Nesse mesmo horário, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 5,4595 (+0,12%).
5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta quinta-feira (4)
1- Banco Central rejeita aquisição do Master pelo BRB
Na noite de ontem (3), o Banco de Brasília (BRB) anunciou que o Banco Central (BC) não aprovou sua proposta para adquirir ações do capital social do Banco Master, invalidando um acordo que havia sido firmado em março entre as duas instituições financeiras contemporâneas.
Em um comunicado formal, o BRB esclareceu que, diante do indeferimento do BC, o contrato previamente estabelecido entre os bancos será rescindido conforme os termos e condições definidos. Uma fonte próxima ao BRB comentou à Reuters que a instituição está avaliando os próximos passos e pretende mitigar os eventuais riscos queo BC identificou.
No acordo que foi aprovado pelo conselho de administração do BRB em 28 de março, a instituição havia se comprometido a adquirir 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Banco Master, em uma operação que era avaliada em R$ 2 bilhões.
Em junho, a aquisição havia recebido aprovação sem restrições pela Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
2- Raízen encerra parceria com OXXO
Na manhã desta quinta-feira (2), a Raízen (RAIZ4) e a FEMSA anunciaram o fim da joint venture conhecida como Grupo Nós, que envolvia uma rede de lojas de conveniência.
Com a dissolução da parceria, a produtora de açúcar e etanol retirá-se da administração das lojas de conveniência associadas à marca Shell, de sua propriedade acionária, enquanto a empresa mexicana assumirá a totalidade da rede de mercados OXXO no Brasil.
A Raízen informou que receberá 1.256 lojas de conveniência sob as marcas Shell Select e Shell Café, e que continuará desenvolvendo este setor por meio do modelo preferencial de franquias, que será integrado em sua rede de postos da marca Shell.
Por outro lado, a FEMSA passará a gerenciar todos os 611 mercados OXXO em território brasileiro, além de um centro de distribuição localizado em Cajamar (SP), e também será responsável por dívidas e caixa disponível do Grupo Nós.
A Raízen destacou que essa decisão está em linha com sua estratégia de reciclagem e simplificação do portfólio de negócios, buscando maior foco e agilidade em sua Oferta Integrada Shell. Vale ressaltar que a conclusão da operação depende da aprovação do Cade.
3- Crescimento dos investimentos chineses no Brasil
Recentemente, o Brasil se consolidou como o terceiro maior destino de investimentos chineses em nível global, além de ser o primeiro fora da Europa, conforme aponta um novo estudo. No ano passado, o país atraiu um total de US$ 4,2 bilhões em diversos projetos, refletindo o fortalecimento das relações diplomáticas entre as duas nações.
O estudo realizado pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) revelou que o investimento direto da China no Brasil dobrou em 2024 em comparação ao ano anterior, com empresas investindo em setores como energia e novas áreas, incluindo o mercado de carros elétricos.
Uallace Moreira, chefe de desenvolvimento industrial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), comentou que a entrada de capital chinês é benéfica, pois promove um aumento na competitividade dentro da indústria brasileira. No entanto, ele destacou a importância de que esses investimentos contribuam para o desenvolvimento das cadeias produtivas locais.
4- Dados do mercado de trabalho dos EUA
A criação de novas vagas de emprego no setor privado dos Estados Unidos apresentou números abaixo das expectativas em agosto, o que indica um esfriamento nas condições do mercado de trabalho.
De acordo com o Relatório Nacional de Emprego da ADP, que foi divulgado nesta quinta-feira (4), foram geradas 54.000 novas posições no setor privado em agosto, comparado a 106.000 em julho, com este número sendo revisado. Economistas que foram consultados pela Reuters esperavam a criação de cerca de 65.000 novos empregos, após o registro de 104.000 em julho.
O relatório da ADP, que foi desenvolvido em colaboração com o Stanford Digital Economy Lab, foi publicado na expectativa do relatório oficial de empregos, o payroll, referente ao mês de agosto. Este último, elaborado pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, será divulgado na sexta-feira (5). É importante frisar que não existe correlação direta entre os dados apresentados nos dois relatórios.
5- Acordo entre EUA e Japão
Os Estados Unidos e o Japão estão chegando aos estágios finais das negociações que irão implementar tarifas menores sobre as importações de automóveis japoneses, prevendo-se que isso ocorra em um prazo de 10 a 14 dias após a assinatura de um decreto presidencial nos EUA, conforme revelou uma fonte do governo japonês à Reuters nesta quinta-feira (4).
Com isso, as tarifas norte-americanas sobre os veículos japoneses, que atualmente são de 27,5%, devem ser reduzidas para 15%. A fonte também mencionou que a data exata a ser indicada no decreto ainda está em debate e que a decisão final ficará a cargo do presidente dos EUA, Donald Trump.
*Com informações de Reuters
