Incerteza econômica no Brasil cresce em outubro

Incerteza econômica no Brasil cresce em outubro

by Ricardo Almeida
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Indicador de Incerteza da Economia Brasileira

O clima de desconfiança em relação ao futuro da economia brasileira teve um novo capítulo em outubro. O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br), análise realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou um aumento de 2,5 pontos no mês, alcançando um total de 109,0 pontos. Essa elevação interrompe uma série de duas quedas seguidas. No entanto, ao se observar as médias móveis trimestrais, foi notado um declínio de 1,4 ponto.

Fatores que Influenciam o Indicador

A economista Anna Carolina Gouveia, do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), explicou os fatores que impulsionaram esse movimento. Segundo ela, “após duas quedas seguidas, a alta do indicador de incerteza foi impulsionada pelo componente de mídia, que reflete o debate público acerca das incertezas externas, especialmente no que diz respeito à política comercial global. O aumento das tensões tarifárias entre Estados Unidos e China, ocorrido em meados de outubro, foi um fator relevante. O componente de expectativas, por outro lado, apresentou um recuo, reflexo de uma menor incerteza do mercado quanto às previsões da taxa Selic para os próximos 12 meses”, afirmou.

Composição do IIE-Br

O detalhamento da composição do IIE-Br é fundamental para entender a divergência nos componentes. O IIE-Br Mídia, que mapeia a frequência de notícias relacionadas à incerteza, apresentou um aumento de 3,6 pontos e atingiu 111,1 pontos. Já o IIE-Br Expectativas, formado pela dispersão das previsões para o câmbio e o IPCA, caiu 3,3 pontos, estabelecendo-se em 96,6 pontos, o que representa seu menor nível desde janeiro de 2015.

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Apesar da queda nas expectativas, Anna Carolina Gouveia traz uma visão de moderação. “Embora tenha havido alta no IIE-Br, o indicador ainda se mantém em um patamar considerado confortável, abaixo dos 110 pontos. Para os meses seguintes, a manutenção de um nível moderado de incerteza dependerá, entre outros fatores, das questões externas, bem como da dinâmica da economia interna e da gestão das contas públicas”, completou.

Impacto nos Mercados

Um índice elevado de incerteza, mesmo que classificado como “confortável”, tende a acarretar volatilidade nos mercados financeiros. Para a bolsa de valores brasileira (BOV:IBOV), a divulgação de notícias que elevam o IIE-Br pode afetar negativamente os preços das ações, especialmente das empresas que têm maior dependência do crescimento econômico interno e do câmbio. No tocante ao mercado de câmbio, a incerteza relacionada a fatores externos pode motivar uma busca por proteção, o que possivelmente valoriza o dólar (FX:USDBRL) em comparação ao real. Quanto aos títulos públicos, a situação é ambígua: a diminuição da incerteza quanto à Selic pode ser um fator positivo, ao passo que as preocupações fiscais e globais podem exercer pressão oposta nas taxas de juros de longo prazo.

Perspectivas para o Mercado

A publicação de um indicador de incerteza em níveis elevados ocorre em um contexto em que os investidores estão particularmente atentos aos desdobramentos da política fiscal interna, bem como aos desafios da economia global. Este cenário realça a importância de os participantes do mercado financeiro permanecerem vigilantes não apenas em relação aos dados econômicos tradicionais, mas também em relação a métricas que capturam o sentimento do mercado e o risco percebido. Estes elementos são cruciais para determinar os fluxos de capital e a direção dos ativos brasileiros em prazos curtos e médios.

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Fonte: br.-.com

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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