Investimento da China no Brasil aumenta 113%; país se torna o 3º maior destino.

Investimento da China no Brasil aumenta 113%; país se torna o 3º maior destino.

by Fernanda Lima
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Introdução

O Brasil se tornou o terceiro maior destino de investimentos chineses no mundo e o principal fora da Europa, conforme um estudo divulgado recentemente. Em 2022, o país atraiu US$ 4,2 bilhões em investimentos chineses, em meio ao fortalecimento das relações diplomáticas entre as duas nações.

Crescimento dos Investimentos Chineses

O estudo realizado pelo CEBC (Conselho Empresarial Brasil-China), órgão dedicado a pesquisas sobre a relação comercial entre Brasil e China, revelou que o investimento direto da China no Brasil mais que dobrou em comparação ao ano anterior, 2023. As empresas chinesas estão canalizando recursos tanto para projetos na área de energia quanto em setores emergentes, como a indústria de carros elétricos.

Oportunidades e Desafios

Uallace Moreira, chefe de desenvolvimento industrial do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), comentou sobre a relevância da entrada de capital chinês. Ele destacou que essa situação pode desencadear uma nova competitividade entre as empresas do setor industrial brasileiro. No entanto, Moreira enfatizou a necessidade de que esses investimentos impulsionem as cadeias produtivas locais.

Dependência das Importações

Atualmente, muitas fábricas chinesas no Brasil ainda dependem de importações de peças fabricadas na China, que são utilizadas na montagem final dos produtos no país, incluindo algumas montadoras de veículos elétricos. Essa dependência contribui para a geração de menos empregos e limita a criação de fábricas adicionais, aspectos que são fundamentais para o crescimento econômico segundo Moreira.

Encontros Diplomáticos

No último ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder chinês, Xi Jinping, se reuniram em duas ocasiões, durante as quais foram anunciadas parcerias em diversos setores. Essas interações ocorreram em um contexto de intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, onde o ex-presidente Donald Trump impôs tarifas elevadas sobre produtos provenientes de ambos os países.

Tendências de Investimento

Empresas chinesas têm se mostrado interessadas em expandir suas operações no Brasil e em outras economias em desenvolvimento, enquanto reduzem sua presença nos Estados Unidos. Segundo Tulio Cariello, autor principal do estudo do CEBC, os investimentos chineses na economia americana totalizaram apenas US$ 2,2 bilhões no último ano, uma clara demonstração das mudanças nos fluxos de capital decorrentes das tensões geopolíticas.

Comparativo com os Estados Unidos

Ainda assim, os Estados Unidos permanecem como a principal fonte de investimento estrangeiro direto no Brasil, com um total de US$ 8,5 bilhões registrados no ano passado, conforme dados do governo. É importante observar que os investimentos chineses, tanto no Brasil quanto em diversos outros países, ainda não alcançaram os níveis anteriores a 2020.

Histórico de Investimentos

Entre 2015 e 2019, as empresas chinesas tinham um padrão de investimento médio de US$ 6,6 bilhões por ano no Brasil. No entanto, muitos desses recursos eram destinados a projetos específicos de grande escala em setores como petróleo e energia, incluindo linhas de transmissão e campos de petróleo em alto-mar.

Diversificação de Projetos

Atualmente, o cenário mudou, com empresas chinesas investindo em um número recorde de 39 projetos em diferentes setores no Brasil. Essa nova abordagem coloca o país na terceira posição em termos de atração de capital chinês, logo atrás do Reino Unido e da Hungria, segundo as informações do CEBC. Em anos anteriores, como 2022 e 2023, o Brasil figurava apenas na nona posição no ranking global.

Inovações no Setor de Tecnologia

Um exemplo da diversificação dos interesses chineses é a entrada das empresas de tecnologia Meituan e Didi no setor de entrega de alimentos no Brasil este ano, conforme apontou Cariello. Essa mudança reflete uma estratégia mais ampla de investimento em variados segmentos da economia brasileira.

Barreiras e Impedimentos

Apesar do crescente interesse, Uallace Moreira, do Ministério do Desenvolvimento, observou que muitas empresas chinesas ainda encontram obstáculos significativos ao operar no Brasil. Problemas relacionados às altas cadeias produtivas, a complexidade do sistema tributário e as rigorosas leis trabalhistas são apresentados como os principais desafios que precisam ser superados.

Questões Trabalhistas

Recentemente, procuradores abriram um processo contra a montadora chinesa BYD, após a intervenção de autoridades que resgataram 163 trabalhadores supostamente submetidos a condições análogas à escravidão em uma fábrica que a empresa está construindo no Brasil. A BYD negou qualquer irregularidade nas suas operações.

Diferenças Legais

Moreira ressaltou que as normas legais em vigor no Brasil diferem significativamente das regras que prevalecem na China, apontando que "a lei é diferente da China" e que isso representa um desafio considerável para as empresas que buscam se estabelecer no mercado brasileiro.

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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