Análise do Itaú BBA sobre construtoras brasileiras
O Itaú BBA emitiu um relatório recentemente, dando início à cobertura de construtoras brasileiras que se concentram no segmento de baixa renda, com foco particular na Tenda (BOV:TEND3). A instituição financeira classificou a Tenda como sua principal recomendação, definindo um preço-alvo de R$ 40 por ação. Este valor indica um potencial de valorização de 46% em comparação ao fechamento observado na segunda-feira, dia 15 de setembro. O banco também projeta que o lucro por ação da Tenda pode registrar um crescimento significativo de até 65% até 2026.
Avaliação do Segmento e Concorrência
Na visão do Itaú BBA, a Tenda superou os desafios enfrentados durante um período de reestruturação e agora se beneficia de um modelo de construção direta, com margens de lucro que são comparáveis às da Cury (BOV:CURY3). O relatório destaca, ainda, que a Plano & Plano (BOV:PLPL3) também apresenta uma relação favorável entre risco e retorno. Para essa companhia, o preço-alvo estimado é de R$ 24, apontando um potencial de valorização superior a 40%.
Potencial de Crescimento para 2026
De acordo com a análise, o ano de 2026 poderá ser um ponto de virada importante para o setor de construção civil, uma vez que os números atuais não refletem totalmente o potencial de crescimento em lançamentos e vendas. No entanto, o relatório também sinaliza que as empresas mais consolidadas, como a Cury e a Direcional (BOV:DIRR3), provavelmente enfrentarão limitações em suas taxas de crescimento. O Itaú BBA estabeleceu preços-alvo de R$ 43 para a Cury e R$ 19,70 para a Direcional, ambos indicando altas potenciais de 28% e 27%, respectivamente.
Situação da MRV e Riscos Associados
Em relação à MRV (BOV:MRVE3), o banco reconhece que a empresa apresentou progressos operacionais, mas considera prematuro recomendar a compra de ações neste momento. O preço-alvo sugerido para a MRV é de R$ 9. O relatório alerta que o setor atua em um ambiente de margem reduzida para erros: falhas na execução podem levar a revisões negativas nas previsões de lucro.
Impactos do Programa Minha Casa, Minha Vida
O estudo enfatiza a importância das mudanças ocorridas no programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com ênfase na criação da faixa 4, que visa atender famílias com renda de até R$ 12 mil. Além disso, o relatório destaca a robustez do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), considerado um pilar essencial para o financiamento habitacional, especialmente por conta do orçamento recorde que foi alocado para este segmento.
Demandas e Retorno sobre Patrimônio
A análise observa que a crescente demanda permitiu às construtoras elevar os preços de suas unidades, resultando em margens de lucro melhores, que garantem um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) médio projetado de 27% para 2024. Em contraste, a média do período anterior, da última década, ficou em torno de 13%.
Expectativas Futuras para o Setor
O relatório do Itaú BBA indica um otimismo em relação às perspectivas para as construtoras brasileiras focadas na baixa renda, afirmando que o setor estaria passando por um período altamente favorável. Para os investidores, a mensagem é clara: as ações das construtoras especializadas na habitação popular devem ganhar destaque na bolsa de valores nos próximos meses, com a Tenda sendo apontada como uma potencial estrela do setor para os trimestres seguintes. Contudo, o desempenho futuro das ações dependerá da capacidade das empresas em manter uma execução consistente em um mercado cada vez mais competitivo.