Itaú expande seu portfólio de criptomoedas em resposta à demanda dos clientes.

by Fernanda Lima
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O Itaú e a Nova Era dos Criptoativos: Entendendo as Mudanças e Oportunidades

Nos últimos anos, o interesse por criptoativos tem crescido imensamente, impulsionado várias instituições financeiras a reconfigurarem suas ofertas e estratégias. O Itaú, um dos maiores bancos do Brasil, não ficou atrás nesse movimento e, seguindo a demanda de seus clientes, decidiu expandir sua atuação no mercado de criptomoedas. Esse artigo examina como o Itaú está se adaptando a essa nova realidade e quais implicações isso traz para seus clientes e o mercado financeiro em geral.

Crescimento da Demanda por Criptoativos

Interesses dos Clientes

A busca por alternativas de investimento, especialmente em criptoativos, tem se tornado cada vez mais comum entre os clientes do Itaú. O que antes era visto apenas como uma moda passageira se consolidou como uma nova forma de aplicação, atraindo tanto investidores iniciantes quanto os mais experientes.

Com o aumento desse interesse, o banco começou a desenvolver uma gama de serviços que permitem aos seus correntistas a compra e venda de diversas criptomoedas diretamente pelo aplicativo, em uma tentativa de capturar parte desse mercado em rápida expansão.

Liberação de Funcionalidades

Desde o ano passado, o Itaú permitiu que seus correntistas comprassem Bitcoin e Ether por meio de seu aplicativo, o que marcou o início de uma nova era de investimentos digitais para a instituição. O banco anunciou que, a partir da próxima semana, adicionaria mais quatro moedas digitais ao seu portfólio, diversificando ainda mais as opções para seus clientes.

Hoje, os clientes do Itaú podem acessar um portfólio que inclui as seguintes criptomoedas: Bitcoin, Ether, Ripple, Solana e a stablecoin USDC. Essa ampliação das opções disponíveis foi bem recebida pelos investidores, que agora têm acesso a um leque mais amplo para explorar.

Por Que o Itaú Está Se Adaptando?

Identificação de Oportunidades

O setor bancário, especialmente no Brasil, tem enfrentado pressão para se modernizar e atender à crescente demanda por novas soluções financeiras. Executivos do Itaú perceberam que a falta de serviços próprios voltados para criptoativos resultou em uma significativa perda de clientes para plataformas especializadas em criptomoedas. Isso gerou uma necessidade urgente de reagir e adaptar-se às novas exigências do mercado.

Reorientação da Estratégia

Inicialmente, a área de ativos digitais do Itaú tinha como foco a exploração da tokenização para pagamentos internacionais. No entanto, ao notar que o público estava mais interessado em custódia e comércio de criptomoedas, o banco reorientou suas atividades para atender essa demanda específica.

Eric Altafim, diretor de produtos e corporate sales do Itaú, destacou que o foco agora é criar soluções de custódia que utilizam a infraestrutura já existente do banco. Essa mudança visa garantir que os clientes tenham uma experiência de compra de criptoativos tão simples quanto a de fazer uma aplicação tradicional, como um CDB.

Atração de Talentos

Para fortalecer a sua atuação no mercado de criptoativos, o Itaú recrutou Guto Antunes, ex-vice-presidente da Crypto.com, como superintendente da área de ativos digitais. A contratação de líderes com experiência em criptoativos visa garantir uma execução eficiente e alinhada às melhores práticas do setor.

A Experiência do Investidor

Acesso Descomplicado

O Itaú tem se empenhado em criar uma experiência fluida para os investidores. O serviço, que começou de forma gradual, foi inicialmente restrito ao aplicativo Íon e, em dezembro, foi liberado para todos os correntistas. Com isso, o banco pretende atrair tanto aqueles que estão começando sua jornada no universo das criptomoedas quanto investidores mais experientes que buscam diversificar suas carteiras.

Preocupaçōes dos Clientes

Pesquisas internas realizadas pelo banco indicaram que muitos clientes estão interessados em investir em criptoativos, mas se sentem inseguros em relação ao uso de exchanges ou ao armazenamento de ativos em carteiras digitais. O recente histórico de falências de plataformas de criptomoedas, bem como questões de segurança como ataques de hackers, realçou a necessidade de que os investimentos em cripto sejam feitos através de um ambiente regulamentado e seguro.

Perfil do Investidor Cripto

Diversidade de Expectativas

O perfil dos investidores também é bastante diversificado. Enquanto alguns buscam proteção de capital, outros têm como foco obter rentabilidade ou participar de especulações. Essa heterogeneidade reflete a variabilidade das motivações que levam cada investidor a considerar o investimento em criptomoedas.

Muitos desses investidores iniciam sua jornada pelo Bitcoin e Ethereum, que são considerados os ativos mais acessíveis e com um maior volume de informações e materiais educacionais disponíveis. A partir daí, eles tendem a explorar outras alternativas, as chamadas altcoins, e considerar fatores como a velocidade da rede, o volume de transações e os casos de uso específicos.

Conhecimento Emergente

A educação em relação a criptoativos tem se tornado cada vez mais importante, e o Itaú desempenha um papel nesse aspecto ao oferecer recursos e informações para que seus clientes tomem decisões mais informadas. Ao superar o medo associado às perdas potenciais e à custódia de ativos, muitos investidores, mesmo os iniciantes, estão gradualmente se familiarizando com os conceitos e práticas do mercado.

O Cenário Competitivo no Brasil

Concorrência no Setor

Além do Itaú, vários outros grandes bancos brasileiros também estão investindo na oferta de criptoativos para seus clientes de varejo. Instituições como Santander, BTG, Nubank e Inter estão ampliando suas ofertas relacionadas a criptomoedas, aumentando a competição no setor.

Essa dinâmica se difere claramente do que se observa em mercados como o dos Estados Unidos, onde a regulamentação para criptoativos está apenas começando a ser estruturada. No Brasil, o Banco Central e a CVM têm trabalhado juntos para criar um arcabouço regulatório que segure o funcionamento desse setor.

Regulamentação como Fator de Proteção

Uma das principais preocupações das autoridades é o uso de criptomoedas para atividades ilegais, como lavagem de dinheiro. Para mitigar esses riscos, o Itaú segue rigorosos procedimentos de "conheça seu cliente" (KYC), implementando obstáculos que limitam certos tipos de negociações.

O banco atualmente não permite a retirada de criptoativos para outras instituições, uma medida que visa proteger seus clientes contra fraudes e operações mal intencionadas. Para realizar essa transferência, o cliente deve primeiro vender suas posições e converter os ativos de volta à moeda local. Recentemente, o banco possibilitou o "wallet in", ou seja, o depósito de criptomoedas, mas apenas após validação da origem.

Envolvimento com o Mercado Global

Proximidade dos Preços Históricos

Bitcoin e Ether estão próximos de suas máximas históricas, apresentando uma valorização significativa em relação ao dólar, o que pode indicar um ambiente propício para novos investimentos. Essa ascensão em valores gera um cenário positivo para os investidores que buscam acessar essas criptomoedas através de instituições tradicionais como o Itaú.

Conclusão

A entrada do Itaú no mercado de criptoativos representa uma adaptação significativa à evolução das necessidades dos consumidores, bem como uma resposta à pressão competitiva de novos entrantes no setor. Com essa estratégia, o banco não apenas amplia sua gama de serviços, mas também oferece aos investidores um caminho mais seguro e eficiente para explorar o mundo das criptomoedas, oportunizando uma integração mais harmoniosa entre o tradicional e o digital no setor financeiro.

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