Juros futuros aumentam após Fed sinalizar incerteza sobre novo corte de juros nos EUA.

Juros futuros aumentam após Fed sinalizar incerteza sobre novo corte de juros nos EUA.

by Ricardo Almeida
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Taxas dos Contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) em Alta

As taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a sessão de quarta-feira (29) em alta em toda a curva. Esse movimento acompanhou a significativa elevação dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, conhecidos como Treasuries, após o Federal Reserve levantar questões sobre a possibilidade de uma nova redução em sua reunião de dezembro.

No final da tarde, a taxa do DI com vencimento em janeiro de 2028 estava fixada em 13,175%, representando um aumento de 5 pontos-base em relação ao ajuste anterior, que foi de 13,129%. A taxa para janeiro de 2035 também registrou variação, marcando 13,62%, com uma elevação de 8 pontos-base em comparação ao ajuste anterior que foi de 13,47%.

No cenário internacional, os rendimentos dos Treasuries também mostraram alta. Às 16h45 (horário de Brasília), observou-se que o rendimento do Treasury de dois anos, que é um indicativo importante das expectativas sobre as taxas de juros de curto prazo, apresentava um aumento de 12 pontos-base, alcançando 3,61%. Da mesma forma, o retorno do Treasury de dez anos, que é considerado uma referência global para decisões de investimento, subiu 9 pontos-base, atingindo 4,072%.

Fatores que Influenciaram os DIs nesta Quarta-feira

As taxas dos DIs, até antes da decisão do Federal Reserve (Fed), oscilaram próximas da estabilidade em toda a curva brasileira. Contudo, a situação mudou drasticamente após a divulgação da decisão do Fed.

O Fed decidiu cortar a taxa de juros de referência em 25 pontos-base, reduzindo-a para a faixa entre 3,75% e 4,00%. No entanto, a entidade destacou os limites enfrentados em seu processo de tomada de decisão, considerando a paralisação do governo dos Estados Unidos, que diminuiu a disponibilidade de indicadores econômicos.

A decisão desta quarta-feira (29) contou com um contexto de divisões: dez membros votaram a favor do corte de 25 pontos-base, enquanto um membro defendeu a redução em maior média e outro votou pela manutenção da taxa.

No comunicado divulgado, o Fed também fez referência ao término da diminuição de seu balanço patrimonial, atualmente em US$ 6,6 trilhões, comunicando que há evidências de que as condições de liquidez do mercado monetário começaram a se estreitar.

A decisão do Fed e a forma como foi apresentada fortaleceram os rendimentos dos Treasuries, numa percepção de que um novo corte de juros em dezembro não é uma garantia.

No início da tarde, a ferramenta CME FedWatch indicava que os ativos precificavam uma probabilidade de 87,3% para um corte de 25 pontos-base nas taxas de juros nos EUA em dezembro. Contudo, após a decisão, essa porcentagem caiu para 63,4%.

Em uma coletiva de imprensa após a decisão, o presidente do Fed, Jerome Powell, reafirmou essa percepção, enfatizando que os membros da entidade estão tentando chegar a um consenso sobre os próximos passos e que os mercados financeiros não devem presumir a ocorrência de outro corte de juros no final do ano.

No Brasil, essa alteração no cenário internacional ajudou a elevar as taxas dos DIs, que firmaram-se em alta em diversos vencimentos. Após alcançar uma mínima de 13,085% (-4 pontos-base) às 11h14, a taxa do DI para janeiro de 2028 posicionou-se em sua máxima em 13,170% (+4 pontos-base) às 16h14.

O fortalecimento das taxas futuras no Brasil ocorreu em um contexto paralelo à recuperação do dólar, que, antes da decisão do Fed, estava mantendo uma trajetória de desvalorização em relação ao real.

Perto do encerramento da sessão, a curva de juros precificava uma probabilidade de 98% de que a Selic se manterá em 15% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, agendada para o início de novembro.

Fonte: www.moneytimes.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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