Juros futuros aumentam em toda a curva após declarações de Haddad e preocupações fiscais.

Juros futuros aumentam em toda a curva após declarações de Haddad e preocupações fiscais.

by Ricardo Almeida
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Taxas dos Contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) em Alta

As taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a sessão desta terça-feira, dia 7, em tendência de alta. Este movimento foi influenciado pelo pessimismo do mercado em relação à política fiscal adotada pelo governo do presidente Lula.

Taxas de DI e Variações

Mesmo com a queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, conhecidos como Treasuries, a taxa do DI com vencimento em janeiro de 2028 subiu para 13,535% no final da tarde, apresentando um aumento de 7 pontos-base em relação ao ajuste anterior de 13,469%. A taxa correspondente a janeiro de 2029 atingiu 13,46%, comparada ao ajuste de 13,365% do dia anterior.

Entre os contratos de longo prazo, o contrato com vencimento em janeiro de 2035 registrou uma taxa de 13,785%, que representa um aumento de 12 pontos-base em relação à taxa anterior de 13,67%.

Fatores que Influenciam os DIs

A sessão eleitoral desta terça-feira foi negativa para ativos de países emergentes. Os investidores globais estavam predominantemente ativos na venda de ações, moedas e títulos locais. Segundo Marcelo Muniz, head de Tesouraria do banco C6, essa tendência já vinha sendo observada há algum tempo, não se limitando apenas a este dia específico. O Brasil, no entanto, se destacou negativamente em comparação a outros países da América Latina.

Muniz apontou que “o Brasil está levemente pior que os outros, porque o mercado reflete o aumento das preocupações fiscais”. Ele destacou que há algumas questões que estão gerando insegurança no mercado, como a proposta de isenções para determinados ativos e a confirmação do estudo destinado à redução das tarifas de ônibus para a população em geral.

Na semana anterior, circularam rumores sobre a possibilidade de o governo federal implementar um programa que zeraria as tarifas de ônibus, o que acabou pressionando os ativos, especialmente a curva de juros. O mercado manifestou preocupação de que isso possa resultar em gastos fiscais adicionais.

Confirmações e Reações do Governo

Na noite de segunda-feira, dia 6, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que o tema da tarifa zero para o transporte público será um ponto abordado na campanha presidencial. Na manhã seguinte, Haddad reiterou que um estudo técnico está em andamento para analisar a viabilidade da medida.

Muniz avaliou que essa situação em torno da tarifa zero reflete na confiança dos investidores, afirmando que “é mais qualitativo do que quantitativo”. Ele ainda mencionou que o Brasil está passando por uma escalada de sua dívida, um problema que precisa ser resolvido com urgência, embora o governo tenha tendência de desviar o foco para outros assuntos.

Movimentação das Taxas durante a Sessão

Diante desse cenário instável, as taxas dos DIs se mantiveram em alta durante toda a sessão. Às 14h40, o retorno do DI para janeiro de 2032 atingiu a marca de 13,815%, refletindo um aumento de 16 pontos-base em relação ao ajuste da véspera. Embora a taxa tenha se estabilizado posteriormente em um patamar mais baixo, a alta permaneceu superior a 10 pontos-base.

Próximo ao fechamento do mercado, a curva de juros brasileira indicava uma probabilidade de 99% de manutenção da Selic em 15% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, agendada para o início de novembro.

Cenário Internacional

No contexto internacional, os rendimentos dos Treasuries dos Estados Unidos apresentaram queda, influenciados pela paralisação parcial do governo e as declarações de dirigentes do Federal Reserve. Às 16h37, o retorno do Treasury com vencimento em dez anos, que serve como referência global para decisões de investimento, caiu em 3 pontos-base, registrando 4,129%.

Fonte: www.moneytimes.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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