Taxas dos Contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs)
As taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a sessão desta quinta-feira, dia 23, em patamares próximos da estabilidade. Os investidores mantiveram-se na expectativa de dados de inflação dos Estados Unidos, não demonstrando reações significativas às declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como aos dados de arrecadação federal do mês de setembro.
No final da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2028 encontrava-se em 13,155%, em comparação ao ajuste anterior que foi de 13,19%. Por sua vez, a taxa para janeiro de 2035 apresentava 13,605%, levemente inferior ao ajuste anterior, que foi de 13,608%.
Com o mercado aguardando a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), prevista para esta sexta-feira, dia 24, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, conhecidos como Treasuries, experimentaram uma alta no exterior. No entanto, tal movimento não provocou alterações significativas na curva de rendimentos brasileira.
O que movimentou os DIs neste dia?
Durante sua visita à Indonésia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que buscará a reeleição no próximo ano, almejando um quarto mandato na Presidência da República. Além disso, em seu discurso durante o Fórum Empresarial Indonésia-Brasil, ele teceu críticas ao chamado “receituário neoliberal”, expressando sua intenção de não promover, no Brasil, uma situação de meramente exportador de commodities.
Em outro momento do evento, Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, revelou que a autoridade monetária encontra-se “bastante incomodada” com a inflação, bem como com as expectativas de inflação que estão fora da meta, apesar de reconhecê-lo em um contexto de desinflação. Ele também enfatizou a manutenção da taxa Selic, que atualmente está em 15% ao ano, como restritiva por um período prolongado, com o objetivo de conter a inflação. Contudo, não foram apresentadas previsões acerca de quando a inflação pode atingir a meta de 3% estabelecida pelo Banco Central.
Dados da Arrecadação Federal
Recentemente, a Receita Federal divulgou que a arrecadação do governo federal cresceu 1,43% em termos reais em setembro, quando comparado ao mesmo mês de 2024, totalizando R$ 216,727 bilhões. Esse resultado representa uma reversão em relação ao desempenho negativo observado em agosto. Um dos destaques foi o aumento no recolhimento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que cresceu 33,42% no período, atingindo R$ 8,455 bilhões.
Marcelo Gomide, coordenador de Previsão e Análise da Receita Federal, explicou que “este crescimento é explicado pelas alterações que foram promovidas por meio do decreto 12.499 de 2025”. Essa referência diz respeito a um decreto publicado em junho pelo governo, que alterou a forma de cobrança do imposto em uma variedade de operações, incluindo câmbio, crédito e previdência privada.
Apesar das declarações de Lula e Galípolo, assim como dos resultados positivos na arrecadação, as taxas dos DIs oscilaram de maneira bastante próxima aos ajustes anteriores ao longo do dia. Além disso, a sessão também teve um comportamento de estabilidade, com o dólar apresentando pouca variação em relação ao real.
Na aproximação do fechamento da sessão, o mercado precificava em 100% a probabilidade de manutenção da Selic em 15% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que está agendada para o início de novembro.
Fonte: www.moneytimes.com.br
