Taxas de Depósitos Interfinanceiros (DIs) Apresentam Queda
As taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a sessão desta terça-feira, 14 de outubro, com leves reduções, refletindo a perda de força do dólar frente ao real. Essa movimentação seguiu os comentários proferidos pelo presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, durante um evento realizado nos Estados Unidos.
No final da tarde, a taxa do DI para janeiro de 2028 situava-se em 13,385%, apresentando uma queda de 3 pontos-base em comparação ao ajuste anterior de 13,415%. A taxa correspondente a janeiro de 2029 marcava 13,35%, comparada ao ajuste de 13,393% da sessão anterior. Considerando os vencimentos mais longos, o contrato para janeiro de 2035 apresentava uma taxa de 13,775%, com uma redução de 4 pontos-base em relação aos 13,818% registrados anteriormente.
Fatores que Influenciaram os DIs
Na manhã de terça-feira, 14 de outubro, o movimento nos mercados globais refletiu uma preferência por ativos considerados menos arriscados, como os títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries), bem como pelo dólar e ouro, enquanto opções mais arriscadas, como ações e títulos de economias emergentes, foram menos favorecidas.
Este cenário foi influenciado por temores renovados sobre a intensificação das tensões comerciais entre Estados Unidos e China, apesar de o presidente norte-americano, Donald Trump, ter suavizado o tom em relação à China durante o final de semana.
No início da tarde, o cenário passou por uma reviravolta. Durante um discurso na reunião da Associação Nacional de Economia Empresarial na Filadélfia, Jerome Powell mencionou que o mercado de trabalho dos Estados Unidos permanecia em uma situação de estagnação, com pouco movimento em termos de contratações e demissões durante o mês de setembro. No entanto, ele observou que a economia em geral poderia estar apresentando uma trajetória ligeiramente mais robusta do que o esperado.
Powell também afirmou que as autoridades levarão em consideração uma abordagem “reunião por reunião” para as decisões relativas à taxa de juros, equilibrando a fraqueza observable no mercado de trabalho com o fato de que a inflação continua a superar a meta de 2% estabelecida. Ele indicou ainda que o término do processo de aperto quantitativo (QT) pode estar se aproximando.
Desde 2022, o Fed vem implementando o QT, que consiste na remoção de liquidez excessiva do mercado financeiro, a qual foi injetada durante a pandemia de Covid-19. Ao sinalizar a possibilidade de um fim nesse processo, o Fed demonstra a intenção de parar de drenar a liquidez disponível, contribuindo para a estabilização do sistema financeiro. Essa posição foi bem recebida pelos mercados globais durante o dia.
Os rendimentos dos Treasuries apresentaram uma queda no final da tarde, com o rendimento do Treasury de dez anos, um parâmetro global para decisões de investimento, recuando 3 pontos-base, estabelecendo-se em 4,021%.
Desenvolvimentos Fiscais em Brasília
No contexto político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou durante uma audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado que o governo liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva começará a elaborar, a partir de quarta-feira, 15 de outubro, alternativas para compensar o impacto orçamentário resultante do arquivamento da Medida Provisória (MP) 1.303 pela Câmara dos Deputados.
Segundo os cálculos realizados pelo Ministério da Fazenda, a MP em questão teria gerado um impacto fiscal de R$14,8 bilhões em 2025 e R$36,2 bilhões em 2026, levando em conta as novas receitas previstas e os cortes de despesas projetados. Na ausência da aprovação da MP, o governo precisará buscar outras soluções para equilibrar suas contas.
Além disso, Haddad defendeu durante a audiência a proposta de isenção no Imposto de Renda para pessoas que recebem até R$5 mil mensais. O texto, que já recebeu aprovação na Câmara, também prevê um desconto no Imposto de Renda para aqueles com rendimentos de até R$7.350. Para viabilizar a isenção e o desconto, a proposta estabelece novas regras para a tributação de alta renda.
Próximo ao fechamento da sessão, a curva de juros brasileira sinalizava uma probabilidade de 98% de manutenção da taxa básica Selic em 15% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, agendada para o início de novembro.
Na ausência de catalisadores relevantes no panorama interno, o mercado brasileiro acompanhou a postura mais cautelosa adotada por Powell e a redução do índice DXY no exterior. Essa dinâmica resultou no fechamento da curva de juros local e na queda da cotação do dólar em relação ao real, conforme analisado por Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, em sua avaliação escrita.
Fonte: www.moneytimes.com.br
