Curva de juros apresenta viés de baixa, com destaque para recuos nos vértices longos e estabilidade nos curtos, em meio à cautela antes dos dados de inflação norte-americanos
As taxas de juros futuros encerraram a quinta-feira, dia 23 de outubro, próxima da estabilidade, apresentando um viés de baixa na curva de juros. Essa movimentação reflete um ambiente de maior cautela que antecede a divulgação do índice de inflação dos Estados Unidos (PCE), prevista para o final da semana. A pressão vendedora observada contava, principalmente, com a queda nos rendimentos dos Treasuries norte-americanos, o que acabou favorecendo o leve recuo dos vértices mais longos da curva de juros brasileira.
Destaques da curva de juros: recuos nos vencimentos médios e longos
Entre os principais vencimentos, os contratos com vencimento em janeiro de 2028 (BMF:DI1F28) e janeiro de 2029 (BMF:DI1F29) registraram as maiores quedas do dia, ambos com um recuo de 0,19%, resultando em taxas finais de 13,145% e 13,12%, respectivamente. Nos vértices intermediários, o contrato para janeiro de 2027 (BMF:DI1F27) também mostrou uma leve baixa de 0,07%, alcançando a taxa de 13,87%. Já os juros futuros de janeiro de 2030 (BMF:DI1F30) e janeiro de 2031 (BMF:DI1F31) recuaram 0,11%, sendo cotados a 13,27% e 13,405%, respectivamente. A única exceção de alta foi observada nos contratos com vencimento em janeiro de 2034 (BMF:DI1F34), que avançaram 0,07%, encerrando o pregão a 13,60%.
Contratos curtos e médios permanecem estáveis
Os contratos de curto prazo mais negociados, como os com vencimento em janeiro de 2026 (BMF:DI1F26) e em janeiro de 2027 (BMF:DI1F27), registraram volumes expressivos de 252 mil e 600 mil negócios, respectivamente, apresentando pequenas variações negativas. Isso reflete a liquidez concentrada nos vértices mais próximos da curva. Esses prazos continuam a ser os mais líquidos do DI Futuro, e servem de referência para as expectativas de política monetária do Banco Central.
Longo prazo mostra leve alívio, com foco no cenário fiscal
Nos vértices mais longos, que geralmente são mais sensíveis às perspectivas fiscais e políticas, foi observada uma movimentação generalizada de queda. O contrato de janeiro de 2032 (BMF:DI1F32) recuou 0,04%, apresentando taxa de 13,52%, enquanto o janeiro de 2033 (BMF:DI1F33) caiu 0,15%, encerrando a 13,56%. Apesar dessa leve melhora, os agentes ainda monitoram as discussões fiscais em Brasília, bem como o comportamento da dívida pública, considerando esses fatores como determinantes para a curva longa de juros futuros.
Influência externa: Treasuries e expectativa de inflação nos EUA
O desempenho dos juros futuros brasileiros foi diretamente afetado pelo cenário externo. Os rendimentos dos Treasuries dos EUA de 10 anos apresentaram uma operação em baixa nesta quinta-feira, o que contribuiu para aliviar as pressões sobre as taxas domésticas. O leilão de T-bonds de 20 anos, que ocorreu na quarta-feira, dia 22, registrou rendimento máximo de 4,506%, indicando demanda firme e uma expectativa de estabilidade nos juros norte-americanos. Além disso, as taxas de juros do Federal Reserve, que permanecem entre 4,25% e 4,50% ao ano desde dezembro de 2024, estão sob vigilância dos investidores, que aguardam novos sinais de política monetária do Fed. O comportamento externo permitiu a redução do prêmio de risco nos vértices longos da curva de juros brasileira, resultando em um leve alívio no fechamento desta quinta-feira.
Cenário local e perspectivas
O mercado doméstico, por sua vez, continua apresentando um ambiente de volatilidade controlada, com os investidores ponderando os riscos fiscais ao mesmo tempo em que aguardam dados de inflação e atividade econômica. A percepção de que o Banco Central irá manter a taxa Selic estável por mais tempo contribui para evitar movimentos abruptos na curva de juros, especialmente nos vencimentos curtos. A expectativa é de que a precificação dos contratos permaneça sensível à política monetária americana e à trajetória fiscal brasileira, o que deve manter um viés de cautela nos juros futuros.
Os investidores têm a possibilidade de acompanhar o comportamento completo da curva de juros e todos os vencimentos do DI Futuro em tempo real na página da -.
Fonte: br.-.com
