
Processo de Seleção e Candidatos
Após uma série de entrevistas rigorosas, algumas com duração de até duas horas, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, reduziu a lista de candidatos para a presidência do Federal Reserve (Fed) de 11 para cinco. O próximo presidente do Fed poderá ser nomeado até janeiro, embora essa nomeação não tenha necessariamente que ser para a presidência.
De acordo com oficiais seniores do Tesouro, a lista reduzida de candidatos inclui dois membros atuais do Fed: a Vice-Presidente de Supervisão, Michelle Bowman, e o Governador Christopher Waller. Também estão na lista Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional, o ex-governador do Fed Kevin Warsh e Rick Rieder, diretor de Renda Fixa da BlackRock.
Próximas Etapas
O Tesouro planeja realizar mais uma rodada de entrevistas com todos os cinco candidatos nas próximas semanas e meses. Essas entrevistas serão conduzidas por Bessent, que contará com a participação de dois oficiais seniores do Tesouro e dois oficiais seniores da Casa Branca.
Com Bessent focado nas reuniões do Banco Mundial/FMI em Washington na próxima semana e depois viajando para a Ásia com o presidente Donald Trump em uma viagem prolongada, os oficiais afirmaram que o processo de entrevistas pode não ser concluído até depois do Dia de Ação de Graças.
O secretário pretende então enviar uma lista reduzida ao presidente Trump, que tomará a decisão final. Contudo, é provável que a pessoa escolhida seja primeiro nomeada como governador do Fed e, posteriormente, como presidente do Fed.
Relação com o Mandato e Nomeações
A razão para essa estratégia é que o presidente do Fed, Jerome Powell, cujo mandato termina em maio, ocupa uma posição de governador que tem apenas dois anos restantes. Por outro lado, a posição do ex-governador do Fed, Adriana Kugler, atualmente ocupada por Stephen Miran, tem um mandato que termina em janeiro e permitiria que o novo presidente do Fed fosse nomeado para um mandato completo de 14 anos como governador.
No entanto, os oficiais mencionaram que essa estratégia ainda não está definida e que existem outras possibilidades.
O presidente já nomeou Warsh, Hassett e Waller como finalistas para o cargo; portanto, apenas Rieder e Bowman seriam novas recomendações para a Casa Branca.
Rick Rieder, diretor de renda fixa global da BlackRock, fala durante a conferência Delivering Alpha na cidade de Nova Iorque em 28 de setembro de 2023.
Adam Jeffery | CNBC
Transparência no Processo de Nomeação
Em comparação com administrações anteriores, a administração Trump tem conduzido um processo mais transparente para a escolha do próximo presidente do Fed, anunciando os candidatos à medida que a lista cresce e, agora, diminui.
Simultaneamente, a administração, liderada pelo próprio presidente, tem criticado fortemente a política do Fed, instando repetidamente a instituição a reduzir as taxas de forma significativa. O presidente chegou a ameaçar remover Powell e demitiu a governadora do Fed, Lisa Cook, por supostas fraudes relacionadas a hipotecas, acusações que ela nega.
A demissão de Cook foi bloqueada por tribunais inferiores, e o caso será analisado em janeiro pela Suprema Corte. As tentativas de destituir Cook levantaram preocupações sobre o comprometimento da administração em manter a independência do Fed, intensificando a importância da nomeação do novo presidente e transformando essa decisão em um assunto amplamente acompanhado.
Perspectivas sobre Rick Rieder
Os oficiais do Tesouro também ofereceram, pela primeira vez, algumas percepções sobre o pensamento de Bessent em relação aos critérios que estão sendo considerados para a seleção do candidato ideal.
Bessent busca uma pessoa que esteja aberta a novas ideias sobre como conduzir o Fed e a política monetária, além de contar com experiência em economia, política monetária, regulação bancária e gestão.
Recentemente, o secretário redigiu um artigo criticando de forma incisiva o Fed e pediu revisões das políticas, estrutura e missão do órgão.
Entre suas críticas estava a afirmação de que o Fed havia crescido demais e sofrido uma “expansão de missão”. Isso sugere que ele prefere um candidato que esteja disposto a reduzir tanto o tamanho do Fed quanto a reverter o uso de algumas ferramentas, especialmente a flexibilização quantitativa.
Os oficiais afirmaram que nenhum candidato se destacava, mas confirmaram relatos recentes de que Rieder havia impressionado Bessent.
Rieder, que é uma presença constante na CNBC, é um rosto conhecido em Wall Street há anos. Sua análise sobre o mercado de renda fixa e o Fed é amplamente divulgada e lida. Além disso, ele gerencia um grande departamento na BlackRock. Embora essa questão não seja decisiva, os oficiais sugeriram que poderia ser um ponto positivo que Rieder, ao contrário dos outros quatro candidatos restantes, nunca tenha trabalhado no Fed.
Fonte: www.cnbc.com