Marina defende estudos aprofundados na Foz do Amazonas e menciona risco de "Serra Pelada do petróleo"

Marina defende estudos aprofundados na Foz do Amazonas e menciona risco de “Serra Pelada do petróleo”

by Beatriz Fontes
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Avaliação dos Impactos da Indústria Petrolífera na Bacia da Foz do Rio Amazonas

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, expressou preocupações sobre os possíveis impactos da exploração petrolífera na Bacia da Foz do Rio Amazonas, localizada na costa do Amapá. Segundo ela, a realização de estudos aprofundados é fundamental para evitar desastres ambientais na área.

Leilão de Blocos Exploratórios

Recentemente, foi realizado um leilão no Brasil que ofereceu 19 blocos exploratórios na região mencionada. A falta de avaliações adequadas antes desse leilão gerou um debate intenso sobre os riscos associados à exploração petrolífera nessa área. Empresas como Petrobras, ExxonMobil, Chevron e CNPC adquiriram as concessões, gerando uma arrecadação de R$ 844 milhões para o governo.

Necessidade de Avaliação Ambiental

Marina Silva enfatiza a importância de uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS). Esse estudo engloba uma análise ampla dos impactos socioambientais na região em questão, envolvendo os Ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia. Ela argumenta que a realização dessa avaliação é imperativa antes de qualquer movimentação significativa na região, uma vez que a Foz do Amazonas ainda é considerada desconhecida em termos de sua riqueza mineral e ecológica.

A Metáfora da Serra Pelada

Em sua fala, Marina utilizou a metáfora de "uma espécie de Serra Pelada do petróleo" para descrever a situação. Serra Pelada, localizada no sudeste do Pará, se tornou famosa na década de 1980 por uma corrida descontrolada de garimpeiros em busca de ouro. A comparação aponta para os riscos que a exploração desmedida pode trazer à região e à biodiversidade local.

Avanços e Desafios da Petrobras

As declarações da ministra foram proferidas em um momento crucial, quando a Petrobras obteve progressos em seu processo de licenciamento para realizar um poço exploratório na área. Anteriormente, a empresa havia recebido negativas em 2023, mas implementou melhorias em seu projeto para atender às exigências regulatórias.

Apesar do potencial da Foz do Amazonas para descobertas de petróleo, a Petrobras enfrenta resistência de segmentos da sociedade civil, que preocupam-se com os problemas socioambientais associados à exploração.

Simulados de Resposta a Incidentes

Como parte das exigências para obter a autorização para perfuração, a Petrobras planeja realizar um simulado de resposta a possíveis incidentes. Este exercício está previsto para ocorrer na semana do dia 24 de agosto, precedendo a decisão do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre a concessão do licenciamento.

Importância da Supervisão do Ibama

Marina Silva destacou que o simulado será acompanhado por técnicos do Ibama, que avaliarão se os procedimentos propostos pela Petrobras são suficientes para garantir a segurança durante a exploração em uma região tão delicada. Segundo ela, a simulação é parte do protocolo para operações de grande complexidade, independentemente de a área ser bem conhecida ou não.

Ajustes e Melhorias no Projeto

Em relação ao projeto da Petrobras, Marina mencionou que a empresa fez ajustes significativos, como a construção de um centro de atendimento à fauna em Oiapoque, próximo à área de exploração. Este centro é uma tentativa de minimizar os impactos sobre a vida selvagem local. Marina também observou que se não fosse a rigorosa avaliação do Ibama, a Petrobras estaria atuando em uma área com infraestrutura de proteção à fauna a mais de 800 km da localização da prospecção.

Antes mesmo da Petrobras, a licença para perfuração que foi solicitada pela petroleira francesa TotalEnergies foi negada pelo Ibama, enfatizando uma postura cautelosa em relação à exploração na região.

A Bacia da Foz do Amazonas

A Bacia da Foz do Amazonas é considerada um local promissor pela indústria petrolífera, mas também apresenta desafios significativos. Os antigos leilões de blocos exploratórios, sem a devida avaliação ambiental, levantaram questões sobre o comprometimento da biodiversidade.

Impactos Socioambientais

As possíveis repercussões da exploração petrolífera na Bacia da Foz do Amazonas não afetam apenas o meio ambiente, mas também as comunidades locais que dependem dos recursos naturais da região. A resistência à exploração pode ser vista como uma defesa dos direitos socioambientais das populações que habitam essas áreas, preservando não apenas o ambiente, mas também a cultura e o modo de vida dessas comunidades.

O Papel das Empresas e do Estado

As declarações de Marina Silva refletem uma crítica à maneira como a indústria petrolífera operou na região nos últimos anos. A ausência de estudos apropriados antes do leilão não apenas levanta questões sobre a sustentabilidade, mas também a responsabilidade social das empresas envolvidas na exploração de recursos naturais.

Empresas como a Petrobras têm um papel crucial não apenas em cumprir com regulamentações, mas também em adotar práticas proativas de preservação ambiental. A expectativa é de que, com os ajustes no projeto e a supervisão do Ibama, a exploração possa ser realizada de maneira a mitigar os impactos ambientais e socioeconômicos.

Conclusão

A questão da exploração petrolífera na Bacia da Foz do Rio Amazonas é complexa e multifacetada. A defesa de estudos profundos e rigorosos, como os propostos por Marina Silva, é crucial para garantir que a indústria funcione de maneira sustentável e responsável. A interação entre as empresas, o governo e a sociedade civil será fundamental para determinar o futuro da exploração nessa região sensível.

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