Monitor do PIB-FGV revela um aumento de 0,7% na economia brasileira em agosto.

Crescimento Econômico de Agosto

A atividade econômica no Brasil manteve o ritmo de expansão no mês de agosto, conforme dados do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador registrou um crescimento de 0,7% em comparação ao mês de julho, considerando a série com ajuste sazonal. Em termos anuais, a economia avançou 1,3% neste mês e 1,4% no trimestre encerrado em agosto. A taxa acumulada nos últimos 12 meses ficou em 2,7%, o que reflete um cenário de resiliência moderada da economia nacional.

Contribuições Setoriais

Os três principais setores de atividade econômica — agropecuária, indústria e serviços — tiveram contribuição positiva para o crescimento de 0,7% registrado em agosto. Entretanto, a análise sob a ótica da demanda revelou uma retração no consumo das famílias pelo terceiro mês consecutivo, componente que representa mais de 60% do PIB. Essa tendência sugere um enfraquecimento em um dos principais motores do crescimento da economia brasileira nos últimos anos. Os resultados ressaltam a existência de pontos de atenção na economia, porém também evidenciam uma notável resiliência, que se manifesta no crescimento de 0,7%, de acordo com Juliana Trece, coordenadora da pesquisa.

Análise da Demanda

A análise mais detalhada dos componentes da demanda, ao observar a série trimestral interanual, que possui menor volatilidade, auxilia na compreensão da trajetória recente do PIB.

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O consumo das famílias apresentou estabilidade no trimestre móvel encerrado em agosto, consolidando uma desaceleração que teve início no segundo semestre de 2024. Além da queda no consumo de bens não duráveis, previamente observada, o consumo de bens duráveis também passou a exercer uma contribuição negativa, limitando o desempenho desse componente, que é o mais importante para a composição do PIB.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) também apresentou estagnação no trimestre em questão. Apesar do crescimento em setores como construção e outros segmentos, a forte queda nas aquisições de máquinas e equipamentos anulou os avanços, mantendo o nível de investimento praticamente inalterado.

Exportações e Importações

No que diz respeito às exportações, houve um aumento de 6,1% no trimestre móvel encerrado em agosto, impulsionado principalmente por produtos do setor de extrativa mineral, que compensaram a queda nas exportações de produtos agropecuários. No entanto, as importações apresentaram um crescimento de 1,1% no mesmo período, embora tenham perdido força em comparação aos trimestres anteriores, com reduções generalizadas, especialmente em bens intermediários. Contudo, os bens intermediários continuaram a ser o principal vetor positivo das compras externas.

Resultados Monetários

Em termos monetários, o PIB acumulado até agosto de 2025 foi estimado em R$ 8,317 trilhões, segundo os dados apurados. A taxa de investimento situou-se em 18,9%, sinalizando um equilíbrio entre consumo e investimentos, mas sem uma aceleração significativa no ciclo de expansão econômica.

Implicações dos Resultados

Os resultados obtidos reforçam um cenário de crescimento moderado, em conformidade com as expectativas do mercado financeiro. O desempenho de agosto confirma a resiliência da economia brasileira diante do cenário de desaceleração global e das condições de crédito mais restritivas. Para os investidores, o avanço do PIB pode ter impacto na precificação de ativos que são sensíveis à atividade econômica, como as ações de consumo negociadas na B3, contratos futuros de juros (BMF:DI1FUT) e na dinâmica da paridade entre Dólar e Real (FX:USDBRL).

Embora não haja uma cotação específica anexada, o crescimento de 0,7% em agosto reforça a percepção de estabilidade e diminui, ainda que temporariamente, o risco de retração econômica em um futuro próximo. Essa situação tende a manter o apetite por risco na bolsa de valores.

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