Liquidez e Formadores de Mercado
Um dos fatores mais importantes que deve ser considerado antes de se realizar um investimento em um ativo financeiro é a liquidez. A liquidez se refere à facilidade e à rapidez com que um ativo pode ser convertido em dinheiro, sem que essa conversão impacte significativamente seu preço. Neste contexto, os agentes responsáveis por garantir a liquidez desses ativos são conhecidos como formadores de mercado.
Os formadores de mercado, ou “market makers” em inglês, são instituições que são credenciadas pela B3, a bolsa de valores brasileira. Estas instituições comprometem-se a comprar e vender ativos de forma contínua, o que facilita as operações realizadas pelos investidores e contribui para que a negociação de ativos ocorra com menos flutuações nos preços.
Marcos Crivelaro, professor de finanças da Fundação Vanzolini, detalha os benefícios relacionados à presença dos formadores de mercado, afirmando que isso resulta em “spreads mais estreitos, maior profundidade de mercado, redução do impacto de ordens grandes sobre os preços e uma experiência de negociação mais eficiente para todos os participantes.” Esses aspectos são fundamentais para a estabilidade e eficiência do mercado financeiro.
Além disso, sobre a atuação dos formadores de mercado, o professor Crivelaro complementa que “o processo de formação de preço por esses agentes é técnico, dinâmico e ancorado em modelos estatísticos de precificação e risco.” Ele explica que esses profissionais ajustam as suas cotações em tempo real, levando em consideração o fluxo de ordens que entram no mercado, a volatilidade implícita dos ativos, estratégias de arbitragem entre mercados correlacionados e até mesmo a utilização de algoritmos avançados em suas operações.
Para incentivar a atuação dos formadores de mercado, a B3 oferece benefícios tarifários, que visam reduzir os custos relacionados à operação, assim aumentando a participação desses agentes no mercado financeiro. Essa política de incentivos desempenha um papel importante na formação da liquidez e na estabilidade operacional da bolsa.
Regulamentação dos Formadores de Mercado
A atividade dos formadores de mercado está sujeita à regulamentação da Instrução CVM nº 133. De acordo com esta resolução, “a atividade de formador de mercado deve ser exercida por pessoas jurídicas cadastradas pelas entidades administradoras de mercado organizado para a realização de operações que visem fomentar a liquidez de valores mobiliários admitidos à negociação nas bolsas que essas entidades administram.” Esse registro é crucial para assegurar que somente instituições qualificadas operem nesta função.
Para promover a transparência e a igualdade de condições em suas operações, a instrução também estabelece que “o formador de mercado não pode exercer sua atividade de maneira a criar, direta ou indiretamente, condições artificiais de demanda, oferta ou preço dos valores mobiliários” e deve evitar incorrer em práticas que não sejam equitativas. Essa regulamentação visa proteger a integridade do mercado financeiro, garantindo que as operações sejam realizadas de forma justa e transparente.
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