Os preços do ouro atingiram novos níveis recordes durante as negociações asiáticas na terça-feira, ampliando os ganhos obtidos em sessões anteriores. Os investidores estão apostando em um possível corte na taxa de juros do Federal Reserve na próxima semana, ao mesmo tempo que reagem à desvalorização do dólar.
A demanda por ativos considerados refúgios seguros aumentou em meio à turbulência política na França, onde o primeiro-ministro François Bayrou renunciou após perder um voto de confiança na Assembleia Nacional. Além disso, surgiram preocupações adicionais no Japão em virtude da renúncia do primeiro-ministro Shigeru Ishiba. A situação se agrava com a ameaça de novas sanções dos Estados Unidos à Rússia após um ataque mortal em território ucraniano no último fim de semana, intensificando o apelo pelo ouro em barras.
Na manhã de terça-feira, o ouro à vista foi negociado a US$ 3.656,70 a onça, apresentando uma alta de 0,6%. Enquanto isso, os futuros do ouro para dezembro atingiram o valor de US$ 3.695,25 por onça.
Expectativas de taxas de juros dão suporte ao ouro
A recente valorização do ouro foi impulsionada por dados que indicam um arrefecimento do mercado de trabalho nos Estados Unidos. Em particular, a folha de pagamento não agrícola de agosto mostrou um crescimento mínimo do emprego. Esses dados alimentaram as expectativas de um corte na taxa de juros pelo Federal Reserve, com o CME FedWatch indicando uma probabilidade de 92,4% para uma redução de 25 pontos-base na reunião programada para 16 e 17 de setembro. Além disso, existe uma probabilidade de 7,6% de um corte maior, de 50 pontos-base.
Autoridades do Federal Reserve expressaram abertura para flexibilizar as taxas de juros diante da fraqueza do mercado de trabalho. Contudo, as pressões inflacionárias decorrentes das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, continuam sendo uma preocupação. Os dados de inflação dos EUA referentes ao mês de agosto serão monitorados de perto, especialmente porque a maioria das tarifas de Trump entrou em vigor no mês anterior. Em geral, taxas de juros mais baixas tendem a favorecer o ouro e outros ativos que geram baixos rendimentos, em comparação com os títulos do governo.
Metais ampliam ganhos
Além do ouro, outros metais também apresentaram valorização considerável. Os futuros da platina subiram 0,6%, alcançando o patamar de US$ 1.397,25 por onça. Já os futuros da prata cresceram 0,2%, atingindo US$ 41,30 por onça, embora ainda estejam ligeiramente abaixo da máxima de 14 anos registrada na semana anterior.
Os preços do cobre também mostraram uma leve alta, com os futuros de referência de Londres subindo 0,2%, para US$ 9.940,15 por tonelada. Os futuros nos Estados Unidos tiveram um aumento similar, alcançando US$ 4,58 por libra.
Analistas do ING comentaram sobre a incerteza em torno das tarifas americanas sobre as importações de cobre, que deslocaram a oferta da China para os Estados Unidos no primeiro semestre do ano. Essa tendência poderá se reverter no segundo semestre, uma vez que Trump adiou, por ora, seus planos de impor uma tarifa de 50% sobre o cobre refinado.
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