Paralisação do Governo dos Estados Unidos
A paralisação do governo dos Estados Unidos atingiu seu 35º dia nesta terça-feira, 4 de outubro, igualando o recorde estabelecido durante o primeiro mandato do presidente Donald Trump, tornando-se, assim, a mais longa da história. Tanto republicanos quanto democratas no Congresso continuam a se culpar mutuamente pelo impasse.
Consequências da Paralisação
O número de pessoas afetadas por essa paralisação cresce a cada dia. A assistência alimentar destinada a cidadãos de baixa renda foi interrompida pela primeira vez. Funcionários federais atuando em aeroportos, policiais e membros das forças armadas não estão recebendo seus salários. Além disso, a economia opera de forma limitada, devido à escassez de relatórios governamentais.
O Senado já votou mais de uma dúzia de vezes contra uma proposta de financiamento que foi aprovada pela Câmara dos Deputados, mas nenhum parlamentar alterou sua posição.
Dinâmica do Senado
Os republicanos, que detêm uma maioria de 53 a 47 no Senado, precisam do apoio de pelo menos sete democratas para atingir o limite de 60 votos necessários para a aprovação da maioria das leis. Os democratas estão retendo seus votos na busca pela prorrogação de alguns subsídios de auxílio à saúde.
O líder da maioria republicana no Senado, John Thune, comentou na segunda-feira, dia 3: “As vítimas da paralisação dos democratas estão começando a se acumular. A questão é por quanto tempo os democratas vão continuar com isso. Mais um mês? Dois? Três?”
Por outro lado, o senador democrata Chuck Schumer destacou que a atenção de Trump parece estar voltada para outras questões. “Enquanto Donald Trump está se gabando da reforma dos banheiros da Casa Branca, os norte-americanos estão em pânico sobre como pagarão o plano de saúde no próximo ano”, afirmou Schumer, referindo-se a uma reforma apresentada por Trump na sexta-feira, dia 31.
Polarização no Congresso
O atual cenário no Congresso, caracterizado por uma polarização crescente, tem contribuído para que paralisações e ameaças de paralisação se tornem mais comuns nas últimas décadas. Entretanto, esta 15ª paralisação desde 1981 se destaca não apenas pela sua duração, mas também pela inversão da dinâmica política usual, onde os republicanos geralmente são os responsáveis por tais ocorrências.
Além disso, pouco esforço tem sido feito para resolver esta última paralisação. A Câmara não realiza sessões desde 19 de setembro, e Trump tem deixado Washington com frequência.
Rachel Snyderman, diretora administrativa de política econômica do Bipartisan Policy Center, comentou sobre o clima político: “O clima político e as tensões que existem entre os partidos eram muito amplas no início da paralisação e, apesar de as conversas bipartidárias continuarem, permanecem com a mesma amplitude neste momento.”
Impactos na Assistência Alimentar
A interrupção da assistência alimentar impactou aproximadamente 42 milhões de norte-americanos que dependem do programa SNAP, que teve seu funcionamento suspenso no sábado, dia 1. Muitas famílias estão agora sem os cerca de US$ 180 mensais, em média, que recebiam em cupons de alimentos.
Jason Riggs, diretor do Roadrunner Food Bank no Novo México, expressou preocupação ao lado do senador democrata Martin Heinrich: “O que está acontecendo agora é sem precedentes e muitas pessoas provavelmente estão com medo”.
Funcionários Federais e Viagens
Funcionários federais, incluindo policiais e membros das forças armadas, estão sem receber salários. Isso se estende também aos funcionários de segurança nos aeroportos e controladores de tráfego aéreo, resultando em desafios relacionados ao pessoal e, consequentemente, em atrasos nas viagens.
Desde o início da paralisação, mais de 3,2 milhões de passageiros aéreos nos Estados Unidos foram afetados por atrasos ou cancelamentos, conforme informado por um grupo de companhias aéreas na segunda-feira.
Efeitos Econômicos da Paralisação
O Escritório do Orçamento do Congresso estima que a paralisação pode custar à economia dos Estados Unidos cerca de US$ 11 bilhões caso se estenda por mais uma semana. A falta de financiamento federal resulta em dados econômicos e de emprego limitados, o que dificulta a ação do Federal Reserve em relação à política monetária.
Fonte: www.cnnbrasil.com.br
