A trégua em Gaza, anunciada na sexta-feira, dia 10 de outubro, provocou uma queda nos preços do petróleo, o que reacendeu o debate sobre a defasagem dos combustíveis no Brasil. Mesmo com a recente redução da Refinaria de Mataripe, localizada na Bahia, o preço da gasolina no país voltou a ficar 10% acima da paridade de importação, conforme indicado pela Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).
Estabilidade dos Preços
A Petrobras, empresa estatal brasileira de petróleo, mantém os preços médios dos combustíveis estáveis há 133 dias. Segundo a Abicom, o Brasil já apresenta 42 dias consecutivos em que houve janelas abertas para importação de gasolina, uma prática que tende a estimular a concorrência no mercado interno.
Defasagem no Diesel
No que diz respeito ao diesel, a situação é ligeiramente diferente. O diesel apresenta uma leve defasagem média de 3% nas refinarias brasileiras, sendo essa diferença puxada especialmente pelas unidades da Petrobras. Essa defasagem poderia resultar em um aumento de aproximadamente R$ 0,10 por litro. Em relação à gasolina, a Abicom aponta que o preço poderia ser reduzido em cerca de R$ 0,28 por litro para que se alinhasse à paridade de importação.
Reajustes e Preços em Mataripe
O último reajuste no preço do diesel por parte da Petrobras ocorreu em maio deste ano, quando houve uma redução de R$ 0,16 por litro. Na Refinaria de Mataripe, que é controlada pela Acelen, uma empresa subordinada ao fundo árabe Mubadala, os preços são ajustados semanalmente. Na última semana, o preço da gasolina teve uma diminuição de 1,2%, resultando em um valor médio de R$ 2,81 por litro. Já o diesel comum e o tipo S-10 apresentaram quedas de 1,8%, sendo vendidos a R$ 3,27 e R$ 3,37 por litro, respectivamente.
Diferenças Regionais
A combinação entre a estabilidade dos preços praticados pela Petrobras e os ajustes mais dinâmicos realizados pela Acelen cria uma diferença significativa nos preços dos combustíveis entre as regiões. Um exemplo notável ocorre na Bahia, onde a gasolina continua 10% mais cara, mesmo após as reduções recentes.
Cenário Internacional
No mercado internacional, a manhã desta segunda-feira, dia 13 de outubro, foi marcada por uma recuperação nos preços do petróleo. Essa valorização foi impulsionada por novas projeções da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para os anos de 2025 e 2026. Por volta das 10h, o preço do óleo Brent estava em alta de 1,06%, sendo negociado a US$ 63,20 por barril, o qual é uma referência direta para a política de preços da Petrobras.
Impacto nas Políticas de Preços
A alta nos preços do Brent tende a diminuir a margem para cortes de preços no Brasil. Isso ocorre porque o equilíbrio entre a importação e o refino interno dos combustíveis depende diretamente das cotações internacionais. Caso os preços do petróleo continuem em ascensão, a possibilidade de novas reduções nos combustíveis poderá ser comprometida, representando novos desafios para a política de preços da estatal.
Implicações no Mercado
Apesar de não haver alterações recentes nos preços, a estabilidade praticada pela Petrobras reforça a atenção do mercado em relação à política de paridade e seus impactos sobre a inflação e os custos de transporte. No contexto atual de oscilações do petróleo e incertezas geopolíticas, o comportamento dos preços dos combustíveis continua a ser um importante termômetro para o mercado de energia, assim como para a bolsa de valores brasileira.
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Fonte: br.-.com
