Avanço da Indústria Brasileira em Agosto
A produção industrial no Brasil apresentou um crescimento superior ao esperado no mês de agosto, com um aumento de 0,8% em relação ao mês anterior. Esse resultado ocorreu após quatro meses de fraqueza no setor, mesmo com a entrada em vigor das tarifas impostas pelos Estados Unidos e um cenário de taxas de juros elevadas no país.
Expectativas Superadas
O crescimento de 0,8% ficou acima da expectativa de alta de 0,3% conforme indicava uma pesquisa realizada pela Reuters. Este resultado é o maior registrado mensalmente desde março deste ano, quando a produção industrial havia crescido 1,7%. Após esse mês, o setor enfrentou dificuldades, com reduções em três dos quatro meses subsequentes, sendo que em junho a expansão foi mínima, apenas 0,1%, resultando em uma perda acumulada de 1,2% no período. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Comparação Anual
Em comparação com agosto de 2022, a produção industrial caiu 0,7%, uma redução ligeiramente superior à expectativa de queda de 0,8%. Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, a base de comparação que está depreciada ajuda a explicar o resultado positivo na comparação mensal, além do perfil disseminado de taxas positivas entre os setores.
Desempenho Setorial
A pesquisa do IBGE revelou que 16 das 25 atividades industriais acompanhadas apresentaram aumento na produção durante o mês. Este é o maior grau de dispersão observado desde março de 2023. As atividades que mais contribuíram positivamente para esse resultado foram os produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com um aumento significativo de 13,4%, seguido de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que registraram uma alta de 1,8%, e produtos alimentícios, que cresceram 1,3%.
Quedas em Alguns Setores
Por outro lado, entre as nove atividades que demonstraram recuo, os produtos químicos tiveram a maior influência negativa, com uma queda de 1,6%, o que pôs fim a um período de três meses consecutivos de crescimento nessa categoria.
Categorias Econômicas
Ao analisar as categorias econômicas, observa-se que três das quatro apresentaram crescimento em agosto. Os bens intermediários subiram 1,0%, bens de consumo semi e não duráveis cresceram 0,9% e bens de consumo duráveis aumentaram 0,6%. Entretanto, os bens de capital registraram uma queda de 1,4%.
Impactos das Tarifas
As tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros começaram a vigorar no início de agosto, mas analistas acreditam que os efeitos sobre a atividade econômica devem ser moderados.
Perspectivas do Setor Industrial
Mesmo com o recente avanço na produção industrial, economistas indicam que o setor ainda pode continuar a apresentar dificuldades para ganhar tração durante este ano. Isso se deve aos impactos da política monetária restritiva em vigor, que inclui uma taxa Selic estabelecida em 15%, um nível que dificulta o acesso ao crédito e influencia decisões de investimento.
Fonte: www.moneytimes.com.br