Tensões EUA-China e Estoques de Aço na China Impactam Preços do Minério
O mercado de minério de ferro enfrentou um dia desafiador nesta quarta-feira, 15 de outubro, com quedas significativas motivadas por tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China. Além disso, as preocupações em relação aos altos estoques de aço na China, maior consumidor global desse mineral, acentuaram a pressão sobre os preços. Embora os contratos futuros tenham registrado recuos, o setor de mineração demonstrou alguma resiliência em bolsas específicas. As ações de grandes empresas como Vale (BOV:VALE3) | (NYSE:VALE) e Rio Tinto (LSE:RIO) indicaram um leve otimismo em meio à alta volatilidade das commodities.
Contratos Futuros em Dalian e Cingapura
Os contratos futuros de minério de ferro na Bolsa de Dalian (DCE), que serve como referência para o mercado chinês, fecharam o dia com o contrato mais negociado para janeiro de 2026 cotado a 776,5 iuanes por tonelada métrica, o que equivale a aproximadamente US$ 108,97 por tonelada. A abertura do dia foi de 788,00 iuanes, com uma máxima de 790,00 iuanes e uma mínima de 775,00 iuanes. Isso resultou em uma variação absoluta de -11,50 iuanes e uma variação percentual de -1,46%.
Na Bolsa de Cingapura (SGX), o contrato mais ativo para novembro encerrou a negociação a US$ 104,70 por tonelada, apresentando uma queda de 0,45% em comparação ao dia anterior. Essas perdas impactaram o sentimento do mercado de commodities e afetaram diretamente empresas como a Vale, cuja dependência de exportações para a China representa uma parte significativa de sua receita. Porém, o dia terminou com fluxo de capital em ações do setor de mineração, que ajudou a mitigar os efeitos negativos.
Ações da Vale e da CSN Mineração no Mercado Brasileiro
No mercado brasileiro, as ações da Vale na B3 fecharam em alta de 1,87%, alcançando 60,87 reais por ação. O volume de negociação foi de 45.003.400 unidades. Esta valorização é contrastante com a queda nos preços do minério, sugerindo que os investidores podem estar apostando em uma recuperação futura da demanda, talvez impulsionada por expectativas relacionadas a estímulos econômicos da China. Por outro lado, a CSN Mineração (BOV:CMIN3) registrou um recuo de 1,23%, fechando a 5,60 reais, refletindo uma sensibilidade maior ao preço da commodity.
Movimentos no Setor Siderúrgico Norte-Americano
Nos Estados Unidos, a Cleveland-Cliffs (NYSE:CLF), importante siderúrgica que depende do minério, encerrou o dia com uma queda de 0,43%, sendo cotada a US$ 13,90, com um alto volume de 34.821.179 ações negociadas. Em contraste, a ArcelorMittal (NYSE:MT) apresentou um avanço de 0,52%, atingindo US$ 32,98. Este cenário evidencia a divisão no setor siderúrgico americano, onde preocupações com os estoques globais de aço pressionam as margens de lucro, mas um certo otimismo em relação à infraestrutura doméstica sustentam papéis, como os da ArcelorMittal.
Desempenho da Rio Tinto e BHP
Na Europa, a empresa Rio Tinto (LSE:RIO) viu suas ações se valorizarem, subindo 1,16% e alcançando 5.141,00 libras na listagem principal, além de 0,47% na ADR, cotada a US$ 68,54. Os volumes de negociação foram de 2.075.937 e 3.942.378 ações, respectivamente. Outra gigante do setor, a BHP (LSE:BHP), registrou uma alta de 0,50%, fechando a 56,70 libras, além de subir 0,14%, alcançando 2.126,00 na listagem na Austrália (ASX:BHP). Esse movimento foi impulsionado pela diversificação das operações da BHP além do minério de ferro, contemplando também produtos como cobre e potássio.
Queda do Minério de Ferro e Seus Motivos
No contexto da Europa continental, a ArcelorMittal (EU:MT) seguiu a tendência de valorização, subindo 0,52% para 32,98 euros na Euronext, com 1.491.965 ações comercializadas. A Atlantic Lithium (LSE:ALL), com uma exposição indireta através do lítio e da mineração, registrou um aumento de 1,11%, alcançando 9,10 libras. Esses desempenhos reforçam o caráter resiliente de mineradoras diversificadas em meio aos desafios enfrentados pelo minério de ferro.
As quedas no preço do minério de ferro são atribuídas principalmente aos seguintes fatores:
- Tensões comerciais EUA-China: A escalada nesta disputa comercial reduziu as expectativas de demanda da China, pressionando os contratos nas Bolsas de Dalian e Cingapura.
- Aumento dos estoques de aço: O acúmulo de aço na China indica uma fraqueza na produção industrial, com os estoques atingindo níveis preocupantes, o que influencia diretamente a necessidade de minério de ferro.
- Queda na produção de aço: Analistas alertam para cortes nas margens de lucro das usinas chinesas, fato que pode limitar o consumo de minério no curto prazo.
O minério de ferro continua a ser um termômetro integral para o mercado brasileiro de commodities, especialmente para os exportadores como a Vale, e enfatiza a necessidade de monitorar a demanda asiática.
Fonte: br.-.com
