Revisão significativa para baixo do crescimento do emprego nos EUA até março

Crescimento do Emprego nos EUA Sofre Revisão Acentuada

A economia dos Estados Unidos provavelmente criou 911 mil empregos a menos nos 12 meses que antecederam março de 2024 em relação ao que havia sido estimado anteriormente, conforme informações divulgadas pelo governo na terça-feira (9). Essa revisão sugere que o crescimento do emprego já estava estagnado antes da implementação das tarifas agressivas do presidente Donald Trump sobre as importações.

Revisão do Nível de Emprego

Os economistas tinham previsto que o Escritório de Estatísticas do Trabalho (BLS) do Departamento do Trabalho poderia revisar os níveis de emprego entre abril de 2023 e março de 2024, com uma redução total que variaria entre 400 mil e 1 milhão de empregos. O nível de emprego foi rebaixado em 598 mil postos de trabalho para o período mencionado. Esta informação é uma estimativa preliminar da revisão anual feita pelo Departamento do Trabalho em suas estatísticas de emprego.

Comparação Anual de Dados

Uma vez por ano, o departamento realiza uma comparação entre os dados de emprego fora do setor agrícola, coletados por meio de pesquisas mensais de uma amostra de empregadores, e um banco de dados muito mais abrangente que consiste em registros de impostos de seguro-desemprego — conhecido como Censo Trimestral de Emprego e Salários (QCEW). Uma revisão final deste dado será divulgada em fevereiro, acompanhada do relatório de emprego referente ao mês de janeiro. Os estatísticos do governo utilizarão essa contagem final de referência para revisar os dados de emprego de meses anteriores e posteriores a março.

Contexto do Mercado de Trabalho

A revisão dos dados de emprego segue notícias de que o crescimento do emprego apresentou uma estagnação quase total em agosto e ainda reportou uma diminuição de postos de trabalho em junho, pela primeira vez em quatro anos e meio. Além das incertezas provocadas pela política comercial, o mercado de trabalho foi pressionado pela repressão à imigração por parte da Casa Branca, que resultou em uma diminuição na oferta de mão de obra.

A crescente adoção de ferramentas de inteligência artificial e automação por parte das empresas também está reduzindo a demanda por trabalhadores, o que adiciona mais complexidade à situação do mercado de trabalho.

Expectativas para a Política Monetária

Os economistas não observaram impacto significativo da revisão do crescimento do emprego sobre a política monetária. Em previsão, espera-se que o Federal Reserve retome os cortes nas taxas de juros na próxima quarta-feira (10), após ter interrompido seu ciclo de flexibilização em janeiro, devido às incertezas quanto ao efeito das tarifas impostas.

Fundamentação do Relatório de Emprego

O relatório mensal sobre o emprego é elaborado com base em dados coletados pelo programa de Estatísticas Correntes de Emprego (CES). Esse programa realiza uma pesquisa em torno de 121 mil empresas e entidades governamentais, englobando aproximadamente 631 mil locais de trabalho individuais.

Os dados do QCEW são obtidos a partir de relatórios que os empregadores enviam para os programas estaduais de seguro-desemprego e correspondem a cerca de 95% do total de empregos registrados.

Controvérsia e Acusações

O mês anterior à revisão, que envolveu os números de emprego de maio e junho, teve uma significativa diminuição, totalizando 258 mil empregos rebaixados, o que levou ao descontentamento do presidente Donald Trump. Ele chegou a demitir a Comissária do BLS, Erika McEntarfer, que era responsável pelas estatísticas do Departamento do Trabalho, acusando-a, sem apresentar provas, de manipular os dados de emprego.

Em decorrência dessa demissão, Trump nomeou E.J. Antoni para o cargo de McEntarfer. Antoni, que já havia redigido artigos críticos ao BLS e sugerido a suspensão do relatório mensal de emprego, é visto por economistas de várias orientações políticas como não qualificado para a função.

Chamado à Ação

Na segunda-feira, a National Association for Business Economics (Associação Nacional de Economia Empresarial) fez um apelo para que formuladores de políticas, líderes empresariais e a comunidade econômica oferecessem apoio ao BLS, visando assegurar que as estatísticas dos Estados Unidos mantivessem padrão de precisão, independência e confiabilidade em nível global.

Método de Estimativa de Empregos

Os economistas afirmam que as revisões no número de empregos são atribuídas ao modelo de "nascimento e morte", metodologia utilizada pelo BLS para tentar estimar quantos postos de trabalho foram criados ou eliminados em razão da abertura ou fechamento de empresas em um determinado mês. Essas empresas, em sua maioria, não estão disponíveis para a amostragem inicial, o que complica ainda mais as avaliações mensais do emprego.

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