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Secretário dos EUA visita México e Equador enquanto adverte a Venezuela

by Patrícia Moreira
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Visita de Marco Rubio ao México e ao Equador

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos (EUA), o secretário de Estado Marco Rubio, viajou ao México nesta terça-feira (2) e, em seguida, seguirá para o Equador para discutir medidas de combate às drogas em meio às ameaças de invasão militar dos EUA contra a Venezuela.

Acusações contra a Venezuela

A Casa Branca acusa o governo da Venezuela de liderar um cartel de drogas e, sob esse argumento, tem mobilizado navios militares na costa do país caribenho. A alegação de que a Venezuela seria um “narcoestado” é rejeitada por especialistas em mercado mundial de drogas.

Em comunicado, o órgão equivalente ao Ministério das Relações Exteriores dos EUA informou que as visitas desta semana ao México e ao Equador tratarão das prioridades-chave da Casa Branca, incluindo as “ameaças narcoterroristas”.

“Isso inclui medidas rápidas e decisivas para desmantelar cartéis, interromper o tráfico de fentanil, acabar com a imigração ilegal, reduzir o déficit comercial, promover a prosperidade econômica e neutralizar atores malignos extraterritoriais”, diz o comunicado.

Posição do México

Em coletiva de imprensa nesta terça-feira (2), a presidenta do México, Claudia Sheinbaum, descartou a possibilidade de intervenção direta da Casa Branca em território mexicano contra os cartéis de drogas do país.

“Não aceitamos interferência, violação do nosso território ou subordinação, mas sim colaboração entre nações em igualdade de condições. É isso que colocamos na mesa e foi aceito”, afirmou a presidenta durante a coletiva matinal à imprensa.

Reação do Governo Venezuelano

O governo venezuelano afirmou estar preparado para enfrentar um possível ataque dos EUA. Em coletiva de imprensa à mídia internacional na segunda-feira (1º), o presidente Nicolás Maduro declarou que os EUA mobilizaram oito embarcações de guerra e um submarino nuclear, com 1,2 mil mísseis direcionados ao país sul-americano.

“É uma ameaça extravagante, injustificável, imoral e absolutamente criminosa e sangrenta”, afirmou Maduro, acrescentando que declarará o país uma “república em armas” caso seja atacada pelos EUA.

O presidente venezuelano argumenta que essa é a maior ameaça ao país nos últimos 100 anos e que o secretário Marco Rubio pretende arrastar o governo Donald Trump para uma guerra na América Latina e no Caribe.

“Querem arrastá-lo para um banho de sangue, para que seu sobrenome, Trump, fique manchado de sangue para sempre. Com um massacre contra o povo da Venezuela, com uma guerra terrível contra a América do Sul e o Caribe, porque isso seria uma guerra generalizada em todo o continente”, alertou Maduro.

No início de agosto, Washington dobrou a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro, aumentando para US$ 50 milhões, com base nas acusações de que o governo venezuelano lidera um cartel de drogas.

Para Maduro, o combate às drogas é apenas um pretexto para alterar o sistema político do país, como ocorreu em 2019, quando Trump apoiou a autoproclamação do então deputado Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.

“As drogas produzidas na América do Sul são originárias da Colômbia, Equador e Peru, e saem principalmente pela costa do Pacífico. Apesar disso, Washington não enviou nenhuma frota para essas águas, revelando um padrão claro de dupla moral”, analisou Maduro.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, criticou qualquer ação militar contra a Venezuela, argumentando que isso poderia arrastar também a Colômbia para o conflito.

“Na grande pátria de Bolívar não pode haver nada além de soberania nacional; nem no Panamá, nem no Equador, nem na Colômbia, nem na Venezuela deve haver subserviência servil aos estrangeiros. A região deve coordenar sua política antidrogas com os estrangeiros em igualdade de condições”, afirmou Petro em uma rede social.

Encontro no Equador

Após sua visita ao México, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, seguirá para o Equador, onde se reunirá com o presidente Daniel Noboa na quinta-feira (4). Noboa lidera um governo alinhado com a política dos EUA na América Latina e planeja, em dezembro, realizar uma consulta popular para eliminar a proibição da instalação de bases militares estrangeiras dentro do território equatoriano.

Devido ao desmantelamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farcs) desde 2016, o tráfico de drogas migraram para o Equador, que viu a violência relacionada ao narcotráfico aumentar significativamente nos últimos anos, resultando em uma taxa de homicídios que saltou de 7,8 por 100 mil habitantes, em 2020, para 45,7, em 2023.

Nesse contexto, Noboa tem intensificado a militarização da segurança pública e declarou o país em “conflito armado interno”. Na segunda-feira (1º), o governo substituiu toda a cúpula militar do país para fortalecer as Forças Armadas “nesta nova fase da guerra que livra o Equador do crime organizado”.

Questões sobre o narcotráfico

Sobre a visita do secretário Rubio ao Equador, Maduro questionou por que os EUA escolheram o Equador como parceiro no combate ao narcotráfico, considerando que os relatórios sobre drogas da ONU e da União Europeia apontam o país como uma das principais rotas mundiais da cocaína.

O presidente venezuelano também associou Daniel Noboa ao tráfico de drogas, observando que o pai do presidente equatoriano, o empresário Álvaro Noboa, é dono da maior empresa de exportação de bananas do país.

Apreensões de cocaína em carregamentos de bananas do Equador têm sido frequentes, e a polícia do país estimou que cerca de 70% da cocaína contrabandeada é introduzida em carregamentos de banana, conforme informações da Reuters.

“As empresas de Daniel Noboa, uma família exportadora de bananas, foram encontradas traficando drogas para a Europa. Colocam cocaína nas bananas. Ah, isso não é dito. Por que se calam? Para que sejam governadores subordinados, títeres dos interesses do império estadunidense”, acusou Maduro à imprensa na segunda-feira, em Miraflores.

Por sua vez, Noboa implementou um programa de governo inspirado no modelo de “mão dura” contra o crime e o narcotráfico, sendo reeleito em abril deste ano para um mandato de quatro anos à frente do país sul-americano.

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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