Taxas dos DIs aumentam devido à deterioração da percepção do risco fiscal.

Taxas dos DIs aumentam devido à deterioração da percepção do risco fiscal.

by Ricardo Almeida
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Expectativa nas Taxas de Depósitos Interfinanceiros (DIs)

As taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a sessão desta quinta-feira, 2 de novembro, apresentando ganhos expressivos, com variações de até 15 pontos-base em alguns vencimentos. Essa movimentação ocorreu após uma avaliação negativa do mercado sobre o risco fiscal brasileiro, especialmente em meio a preocupações relacionadas à proposta de tarifa zero para o transporte urbano, apresentada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Impactos das Mudanças Fiscais

A recente aprovação, na Câmara dos Deputados, da proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem auferir até R$ 5 mil mensais, além de um desconto para rendimentos de até R$ 7.350, também influenciou as taxas ao longo do dia. No fechamento, a taxa do DI para janeiro de 2028 estava em 13,46%, apresentando alta de 8 pontos-base em relação ao ajuste anterior, que foi de 13,38%. Para janeiro de 2029, a taxa atingiu 13,375%, uma elevação em relação ao ajuste de 13,254% no dia anterior. Nos contratos de longo prazo, a taxa para janeiro de 2035 foi de 13,64%, com um aumento de 15 pontos-base em comparação com a taxa anterior de 13,493%.

Fatores Motriz das Taxas nesta Quinta-feira

Pela manhã, as taxas de DIs demonstraram uma leve queda no Brasil, impulsionadas pela aprovação, na véspera, do projeto sobre Isenção de Imposto de Renda, que previa contrapartidas para evitar impacto fiscal, conforme as expectativas do mercado. A renúncia fiscal estimada com essa mudança é de R$ 25,8 bilhões, mas deveria ser compensada com a taxação de até 10% sobre rendimentos superiores a R$ 50 mil mensais. Após essa proposta ser aprovada, o projeto segue agora para o Senado.

No entanto, durante a sessão dessa quinta-feira, emergiu entre os participantes do mercado a percepção de que a isenção do IR poderia ser convertida em capital político por parte do presidente Lula, visando sua campanha de reeleição em 2026. Essa crença cresceu em meio a pesquisas de opinião favoráveis ao presidente e também em resposta a comentários do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, que reafirmou sua intenção de não concorrer à presidência, sendo considerado o candidato preferencial do mercado.

Aceleração das Taxas Futuras

Na parte da tarde, as taxas futuras intensificaram os ganhos, impulsionadas por rumores de que o governo federal poderia estar considerando a implementação de um programa para aplicar a tarifa zero no transporte coletivo em todo o Brasil. O receio de que medidas como essas se multiplicassem com a aproximação das eleições, provocando um impacto fiscal significativo, contribuiu para pressões adicionais sobre as taxas, conforme relato de cinco profissionais à Reuters.

“O mercado estava mais calmo, com pouca movimentação, mas por volta do final da manhã, observamos um estresse gerado pelas notícias referentes à isenção das tarifas de transporte”, afirmou Mariana Salomão, sócia da One Investimentos. “Esse tipo de situação acaba por deteriorar a perspectiva fiscal do país.”

No pico da jornada, às 12h03 (horário de Brasília), a taxa do DI para janeiro de 2035 alcançou 13,715%, registrando alta de 22 pontos-base em relação ao ajuste da véspera. “Esse movimento de expansão na curva de juros do Brasil está fortemente associado ao agravamento da situação fiscal do país. Nossas contas públicas estão deteriorando, o governo está aprovando medidas populistas em vista das eleições de 2026, e demandas por reajustes salariais por parte de funcionários públicos também têm contribuído para que a pressão sobre os DIs se intensifique”, comentou Felipe Izac, sócio da Nexgen Capital, mencionando ainda a questão das tarifas de ônibus.

Após esse momento de maior tensão, as taxas dos DIs perderam um pouco da força, porém ainda assim encerraram a sessão regular com altas firmes.

Expectativas para a Política Monetária

Próximo do fechamento, a curva de juros brasileira indicava em 99% a probabilidade de manutenção da Selic em 15% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, agendada para o início de novembro. O aumento nas taxas no Brasil ocorreu em um cenário onde, no exterior, os rendimentos dos Treasuries demonstraram uma maior acomodação, registrando quedas no final da tarde. Às 16h34, o rendimento do Treasury de dez anos, considerado referência global para decisões de investimento, caía em 2 pontos-base, estabelecendo-se em 4,087%.

Fonte: www.moneytimes.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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