JPMorgan Expressa Preocupações com Rally do S&P 500
Previsões do Mercado
A mesa de negociações do JPMorgan previu com precisão o recente rally do índice S&P 500, que atingiu níveis históricos. No entanto, essa mesma equipe de traders expressou preocupações na segunda-feira, indicando que, embora mantenham uma posição "taticamente otimista" em relação às ações — uma posição que foi adotada em agosto antes que o índice alcançasse esses recordes — agora fazem isso "com menor convicção". Os traders apontaram como razões para essa mudança a possibilidade de uma inflação mais alta e uma possível re-escalada nas tensões comerciais globais.
Comentários Sobre a Inflação
Os comentários feitos tanto por empresas públicas quanto privadas sobre a inflação indicam que o impacto dos custos induzidos por tarifas pode aumentar, embora a velocidade e a magnitude dessas alterações ainda sejam desconhecidas. Além disso, observou-se uma diminuição na oferta de mão de obra. Cortes de taxas podem, por sua vez, estimular a demanda por trabalho, o que provocaria uma inflação salarial, um fenômeno que tende a ser persistente. Essa análise foi apresentada pela mesa de negociações em comunicação aos clientes na segunda-feira.
Expectativas do Federal Reserve
O Federal Reserve (Fed) é esperado para reduzir as taxas de juros em pelo menos 0,25 ponto percentual em sua reunião de política monetária na próxima semana, conforme indicam os contratos futuros de taxas de juros coletados pelo FedWatch, uma ferramenta da CME Group. Além disso, os traders estão precificando mais duas reduções nas taxas antes do final do ano, após a divulgação de novos dados na última sexta-feira, que mostraram um novo desaquecimento no mercado de trabalho no mês anterior.
Dados Inflacionários
Wall Street aguarda novos dados sobre a inflação ao longo desta semana, com o Índice de Preços ao Produtor (IPP) de agosto programado para ser divulgado na quarta-feira e o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de agosto agendado para lançamento na quinta-feira.
Tensões Comerciais
Em relação ao comércio, a mesa de negociação do JPMorgan acredita que as tensões podem aumentar novamente, especialmente entre os Estados Unidos, a China e a União Europeia. Os traders enfatizaram: "Continuamos a ver países formando acordos regionais enquanto solidificam relações com a China. Se isso persistir, pode encorajar países a renegociar ou retaliar contra o status quo."
Coeficientes de Crescimento
É importante notar que os fatores que levaram o S&P 500 a níveis recordes ainda permanecem em vigor. O impulso em torno da inteligência artificial (IA) não mostra sinais de desaceleração, como demonstrado pelos recentes resultados financeiros da Nvidia e da Broadcom. Além disso, espera-se que o crescimento dos lucros permaneça robusto. Dados da FactSet mostram que analistas projetam um aumento de 7,5% nos lucros do terceiro trimestre em comparação ao mesmo período do ano anterior. No segundo trimestre, os lucros cresceram 11,3% em relação ao ano anterior.
Perspectivas de Mercado
Mark Gibbens, presidente e CIO da Gibbens Capital Management, comentou na semana passada: "Os mercados em si parecem bastante bons. A economia continua seu curso, sustentada pelo consumidor e pelos negócios." Ele acrescentou: "O comércio central [no mercado] é o comércio de IA, e isso não vai a lugar nenhum."
Desafios Potenciais
Entretanto, o JPMorgan alertou sobre possíveis desafios para o mercado em um futuro próximo. Os traders expressaram preocupações de que a reunião do Fed, marcada para 17 de setembro, que prevê um corte de 25 pontos base, possa se transformar em um evento de "Venda da Notícia", à medida que os investidores se afastam para considerar dados macroeconômicos, a função de reação do Fed, uma possível posição excessivamente esticada, uma diminuição nas recompra de ações corporativas e uma participação em declínio por parte do investidor de varejo.
