Deslocamento de Destróieres Próximos à Venezuela
Três destróieres da Marinha dos Estados Unidos, equipados com sistemas de mísseis guiados Aegis, devem se posicionar próximos à costa da Venezuela ainda nesta semana, conforme informações de autoridades americanas à agência Reuters.
Ofensiva Militar Contra o Narcotráfico
Essa movimentação faz parte de uma ofensiva militar liderada pelo governo de Donald Trump para combater o narcotráfico internacional, com foco em cartéis da América Latina, que, segundo Washington, atuam como redes terroristas transnacionais.
A ação representa uma nova escalada na já complicada relação entre os Estados Unidos e a Venezuela. Em paralelo à operação, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou que o presidente Trump está preparado para usar "toda a força americana" contra o regime de Nicolás Maduro, que classificou como um "cartel narcoterrorista".
Classificação de Cartéis como Terroristas
Desde fevereiro, Trump ampliou o escopo da segurança nacional ao classificar formalmente grupos como o Cartel de Sinaloa (México), o Tren de Aragua (Venezuela) e outras organizações de tráfico como "organizações terroristas estrangeiras". Essa designação, até então restrita a entidades como Al-Qaeda ou Estado Islâmico, abriu a possibilidade para operações militares diretas fora do território americano.
A ofensiva militar deve envolver 4 mil fuzileiros navais e marinheiros deslocados para o Caribe e América Latina, tendo sido autorizada por uma diretriz presidencial assinada em sigilo neste mês. Segundo o jornal The New York Times, a ordem permite o uso de tropas para capturar membros desses cartéis em águas internacionais ou em espaços aéreos monitorados.
Mobilização de Milicianos por Maduro
A resposta do governo chavista foi imediata. Na segunda-feira (18), Maduro anunciou um "plano especial" para mobilizar 4,5 milhões de milicianos venezuelanos com o objetivo de "garantir a cobertura de todo o território nacional", em meio ao que descreveu como "renovação das ameaças" por parte dos Estados Unidos. O plano foi comunicado em rede nacional, mas sem detalhes logísticos ou operacionais sobre a ativação das forças civis armadas.
Maduro também acusou os Estados Unidos de promover uma política de perseguição contra migrantes venezuelanos, alegando que 66 crianças estão "sequestradas" em território americano após terem sido separadas de seus pais durante processos de deportação. O governo da Venezuela exige o retorno imediato dos menores.
Aumento da Recompensa por Maduro
No início do mês, Trump anunciou que dobrou a recompensa por informações que levem à captura de Nicolás Maduro, passando de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões. O líder venezuelano é acusado pelos Estados Unidos de ser um dos principais operadores do narcotráfico global, com envolvimento em redes de contrabando de drogas e armas, além de supostas ligações com cartéis mexicanos.
A retórica da Casa Branca coincide com a tentativa de Trump de fortalecer sua política de segurança e imigração—temas centrais de sua campanha presidencial—enquanto intensifica a pressão sobre regimes adversários, como Cuba e Venezuela.
