Trump estabelece novas tarifas dos EUA para medicamentos, caminhões e móveis – Estadão e-Investidor

Trump estabelece novas tarifas dos EUA para medicamentos, caminhões e móveis – Estadão e-Investidor

by Ricardo Almeida
0 comentários

Anúncio de Novas Tarifas pelo Presidente Trump

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quinta-feira (25) uma nova rodada de tarifas punitivas sobre uma ampla gama de bens importados. As tarifas incluem 100% sobre medicamentos de marca, 25% sobre caminhões pesados e tarifas para móveis, com entrada em vigor programada para a próxima semana.

Objetivos das Tarifas

Segundo Trump, essa recente ofensiva tarifária tem como propósito proteger a indústria manufatureira do país e sua segurança nacional. Essa iniciativa ocorre após a implementação de tarifas generalizadas que podem atingir até 50% sobre parceiros comerciais, além de tarifas direcionadas a produtos como aço e alumínio.

Os anúncios tariffários provocaram preocupações sobre o crescimento global e paralisaram a tomada de decisões empresariais em todo o mundo. O Federal Reserve dos EUA relatou que essas ações também estão contribuindo para o aumento dos preços ao consumidor no país.

Relacionamento com Acordos Comerciais

As declarações de Trump em suas redes sociais não abordaram se as novas tarifas se somarão às tarifas nacionais existentes. Entretanto, acordos comerciais recentes com países como Japão, União Europeia e Reino Unido incluem cláusulas que limitam tarifas sobre produtos específicos, como os farmacêuticos. Tóquio, por exemplo, está avaliando o impacto potencial dessas novas medidas, enquanto a Austrália classificou-as como “injustas” e “injustificadas”.

Indústria de Móveis

Trump reiterou seu compromisso de "trazer de volta" a indústria de móveis dos EUA, comunicando que uma tarifa de 50% será aplicada aos gabinetes de cozinha e lavabos importados, além de 30% sobre móveis estofados. Todas essas novas tarifas têm previsão de início em 1º de outubro. Trump justificou essas medidas alegando a grande “inundação” de produtos estrangeiros no mercado americano.

Mudança na Abordagem Tarifária

As novas ações do governo Trump representam um movimento em direção a fundamentos legais mais sólidos para a imposição de tarifas, à luz de potenciais riscos em relação à legalidade de suas tarifas generalizadas, que podem ser analisadas pelo Supremo Tribunal. A tarifa de 100% sobre produtos farmacêuticos de marca ou patenteados se aplicará a todas as importações, exceto se a empresa já tiver iniciado a construção de uma fábrica nos EUA.

A Pharmaceutical Research and Manufacturers of America, representante do setor, comunicou que as empresas estão fazendo anúncios de investimentos na casa das centenas de bilhões em território americano e que as tarifas podem prejudicar esses planos.

Investigações sobre Segurança Nacional

A administração Trump abriu diversas investigações sobre as implicações de segurança nacional relacionadas a importações de vários produtos, como turbinas eólicas, aviões, semicondutores, polissilício e chumbo. Nesta semana, novas investigações foram anunciadas sobre equipamentos de proteção individual, itens médicos, robótica e maquinaria industrial. Préviamente, já haviam sido impostas tarifas com base na segurança nacional sobre aço, alumínio, automóveis leves e suas peças.

Tarifas como Instrumento de Política Externa

Trump utilizou tarifas como uma ferramenta fundamental em sua política externa, empregando-as para renegociar acordos comerciais, obter concessões e aplicar pressão política a outros países. Sua administração minimizou o impacto das tarifas sobre os preços ao consumidor, apresentando-as como uma fonte relevante de receita para o governo. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, declarou que Washington poderia arrecadar até US$ 300 bilhões até o final do ano.

Para algumas economias já envolvidas em acordos com os EUA, pode haver alívio em relação às novas tarifas. O acordo com a União Europeia prevê uma tarifa de 15% sobre produtos como medicamentos. De acordo com Ryosei Akazawa, negociador comercial de Tóquio, o Japão tem uma cláusula que assegura que suas tarifas não ultrapassarão as de outros países. Akazawa optou por não comentar diretamente as novas tarifas, informando apenas que Tóquio ainda está avaliando a relação com o acordo existente.

Reações da Austrália

O governo da Austrália, por meio de seu ministro da Saúde, Mark Butler, declarou à imprensa que está se esforçando para entender as implicações das tarifas, qualificadas de "injustas" e "injustificadas", em um cenário de 20 anos de livre comércio entre os países.

De acordo com informações do grupo comercial farmacêutico americano, mais da metade dos US$ 85,6 bilhões em ingredientes usados para a produção de medicamentos consumidos nos EUA é fabricada internamente, enquanto o restante provém da Europa e de aliados dos Estados Unidos.

Mercado de Móveis e Crescimento da Inflação

No que diz respeito ao setor de móveis, os EUA importaram US$ 25,5 bilhões em 2024, um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Aproximadamente 60% dessas importações vieram de países como Vietnã e China, conforme reportado pela publicação especializada Furniture Today.

“Muitos dos nossos associados ficaram chocados com a notícia. Acredito que a decisão sobre a tarifa adicional é injusta”, comentou Nguyen Thi Thu Hoai, da Associação de Madeira e Artesanato da província de Dong Nai, um dos maiores polos moveleiros do Vietnã.

Em agosto, Trump havia prometido implementar novas tarifas sobre móveis, afirmando que esse passo “traria a indústria de móveis de volta” para estados como Carolina do Norte, Carolina do Sul e Michigan. Desde 2000, o número de empregos na fabricação de móveis e produtos de madeira nos Estados Unidos caiu pela metade, atualmente somando cerca de 340 mil.

Pressão Inflacionária

Por fim, as tarifas elevadas sobre veículos comerciais podem acarretar um aumento nos custos de transporte, mesmo com Trump garantindo que sua administração está comprometida em reduzir a inflação, especialmente sobre bens de consumo como alimentos.

O presidente afirmou que as novas tarifas sobre caminhões pesados têm o objetivo de proteger fabricantes americanos contra a concorrência desleal de outros países e beneficiar empresas locais como Peterbilt, Kenworth (parte do grupo Paccar) e Freightliner (do grupo Daimler Truck).

A Câmara de Comércio dos EUA havia solicitado que o governo se abstivesse de impor novas tarifas sobre caminhões, reiterando que os cinco principais países exportadores são aliados próximos dos EUA, como México, Canadá, Japão, Alemanha e Finlândia, não representando ameaça à segurança nacional. O México, maior exportador de caminhões para os EUA, expressou sua oposição às novas tarifas, informando que, em média, 50% dos componentes dos caminhões exportados para os EUA são de origem americana, incluindo motores a diesel.

No ano passado, os EUA importaram quase US$ 128 bilhões em peças de veículos pesados do México, representando aproximadamente 28% das importações totais nessa categoria, de acordo com dados do governo mexicano.

Fonte: www.moneytimes.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

Você pode se interessar

Utilizamos cookies para melhorar sua experiência de navegação, personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Ao continuar navegando em nosso site, você concorda com o uso de cookies conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Você pode alterar suas preferências a qualquer momento nas configurações do seu navegador. Aceitar Leia Mais

Privacy & Cookies Policy