Análise sobre a Usiminas e a Possível Aprovação de Tarifas Antidumping
Contexto Atual
O cenário atual do mercado está sendo impactado por um crescente otimismo em relação à possível aprovação de tarifas antidumping para importações de aço plano no Brasil, o que afeta diretamente a empresa Usiminas (USIM5). De acordo com uma avaliação do banco UBS BB, os resultados desse processo são amplamente binários e dependem da vontade política dos envolvidos.
Investigação do Departamento de Defesa Comercial
Em junho, o Departamento de Defesa Comercial (Decom), que faz parte do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, iniciou uma investigação sobre as exportações de 25 categorias de produtos de aço que chegam da China. Essa investigação foi motivada pela suspeita de práticas de dumping, caracterizadas pela venda de aço no mercado brasileiro a preços inferiores aos praticados no mercado interno chinês. Tal diferença nos valores pode causar prejuízos à indústria nacional.
O processo investigativo pode se estender por um período que varia de 10 a 18 meses. Caso a investigação confirme a existência de práticas de dumping e de danos à indústria brasileira, o governo poderá aplicar direitos antidumping por um período de até cinco anos.
Incertezas sobre a Aplicação das Tarifas
Embora a possibilidade de aprovação das tarifas esteja no horizonte, o UBS BB reconhece que existem muitas incertezas a serem consideradas. Há um conhecimento limitado sobre a alíquota tarifária que seria aplicada a cada categoria de produto, sem esquecer que não está claro se essas tarifas impactarão os preços finais, se haverá triangulação de produtos e se as importações realmente diminuirão. Assim, a equipe do banco expressa que ainda existe uma significativa incerteza em relação a esses fatores.
Situação das Ações da Usiminas
Apesar das incertezas, a equipe de analistas do UBS BB, liderada por Caio Greiner, acredita que uma decisão favorável sobre as tarifas é uma possibilidade real que ainda não está refletida no preço das ações da Usiminas. Até a data de 16 de agosto, as ações da Usiminas apresentavam uma queda acumulada de 8% no ano.
O banco estima que as ações estão incorporando apenas uma margem de EBITDA de aço de cerca de 8% para o ano de 2026. Isso sugere, na opinião dos analistas, que não há expectativa de aumento nos preços advindo das tarifas.
Impacto da Implementação da Tarifa
Caso as tarifas sejam efetivamente implementadas, ainda é incerto qual será o impacto preciso na indústria siderúrgica. No entanto, os analistas consideram justo supor que haveria um certo grau de melhora nas margens das produtoras locais. Por exemplo, se a Usiminas conseguir aumentar seus preços realizados entre 3% e 6%, isso poderia ampliar suas margens de EBITDA do aço para uma faixa de 11% a 13% em 2026. Tal cenário implicaria um aumento de 25% a 50% no EBITDA total em comparação com o cenário base, o que, por sua vez, teria um impacto significativo sobre o valor das ações, estimado entre 30% e 60% (ou mais).
No entanto, os analistas ressaltam que essa é uma análise simplificada, que não leva em consideração potenciais mudanças nos volumes de produção, nos custos ou em atrasos contratuais que a Usiminas possa enfrentar. Mesmo assim, o UBS BB conclui que a não inclusão de uma decisão antidumping favorável na cotação das ações é uma possibilidade notável.
Recomendações sobre a Ação da Usiminas
No atual cenário, o UBS BB manteve sua recomendação de classificação "Neutra" para as ações da Usiminas, atribuindo um preço-alvo de R$ 5 por ação. Os analistas afirmam que, apesar dos riscos parecerem inclinados para uma alta nas ações, eles não se sentem seguros para elevar a recomendação em um ambiente que é considerado binário.
Se não houver a implementação das tarifas antidumping, o banco prevê que a indústria siderúrgica brasileira estará sob intensa pressão devido ao aumento das importações. Nesse caso, a expectativa seria de uma recuperação gradual das margens operacionais, levando alguns anos para que os níveis de rentabilidade se estabilizassem entre 12% e 15%, considerando que atualmente as margens estão abaixo de 10%.
Fonte das Informações
As informações contidas neste artigo são oriundas de análises feitas pelo portal Seu Dinheiro.
Fonte: www.moneytimes.com.br
