UE busca acordo climático flexível na corrida para a COP30, afirmam fontes.

UE busca acordo climático flexível na corrida para a COP30, afirmam fontes.

by Ricardo Almeida
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Negociações sobre metas climáticas da União Europeia

Ministros do clima da União Europeia estavam em discussão nesta terça-feira sobre a possibilidade de enfraquecer sua meta climática proposta para 2040. A informação foi divulgada por diplomatas da UE à Reuters, que relataram que essa é uma tentativa de estabelecer um objetivo claro antes da cúpula da ONU COP30, a ser realizada no Brasil.

Objetivos de redução de emissões

A União Europeia tinha como meta reduzir as emissões em 90% até 2040, em comparação aos níveis de 1990. As próximas negociações da COP30 servirão como teste para avaliar a determinação das principais economias em manter um compromisso firme no combate às mudanças climáticas, especialmente diante da resistência do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Após 13 horas de negociações sem resultados concretos, explicou-se que os ministros estavam considerando várias alternativas para relaxar a meta de 90% de corte de emissões. Entre as sugestões discutidas estava a possibilidade de comprar créditos de carbono estrangeiros para cobrir até 5% da meta, o que reduzia efetivamente a exigência de cortes de emissões para 85% das indústrias europeias, enquanto o restante seria compensado pelo pagamento a países que realizassem cortes em nome da Europa.

A proposta inicial da Comissão Europeia previa a meta de 90% de redução, permitindo uma participação máxima de 3% dos créditos de carbono. No entanto, países como França, Itália e Portugal pediram flexibilidade de até 5%, enquanto nações como Polônia defenderam um limite de 10%. Por outro lado, Espanha e Holanda se mostraram contrárias a qualquer tipo de flexibilização da meta, de acordo com fontes que pediram anonimato para comentar as negociações inteiramente fechadas.

Alternativas em discussão

Além das considerações sobre os créditos de carbono, os ministros analisaram diversas outras alternativas, incluindo a possibilidade de afrouxar ainda mais a meta de 2040. Isso incluiria a adição de mais créditos de carbono no futuro e modificações em um mercado de carbono da UE, que já enfrenta oposição de países como Polônia e República Tcheca.

Essa é a última tentativa da União Europeia de formalizar um acordo antes do encontro da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, com outros líderes mundiais na cúpula da COP30, marcada para o dia 6 de novembro. A Ministra do Meio Ambiente da Espanha, Sara Aagesen, enfatizou que há muito em jogo, pois a liderança internacional da Europa é crucial em um cenário internacional tão complexo.

Pontos de vista divergentes

A possível modificação na meta climática reflete uma resposta contrária à ambiciosa proposta da Europa, tanto por parte das indústrias quanto de alguns governos que têm dúvidas sobre a viabilidade de implementar tais medidas enquanto enfrentam prioridades ligadas à indústria e à defesa nacional.

O vice-ministro polonês do clima, Krzysztof Bolesta, ressaltou a necessidade de equilibrar as preocupações ambientais com as exigências econômicas: “Não queremos destruir a economia. Não queremos destruir o clima. Queremos salvar os dois ao mesmo tempo”.

Para que a nova meta seja aprovada nesta terça-feira, é preciso o apoio de ao menos 15 dos 27 membros da União Europeia. A expectativa entre os diplomatas é de que a votação seja apertada e que o resultado dependa de um ou outro país mudando sua posição a favor do consenso.

Países como Polônia, Itália e República Tcheca expressaram oposição à meta proposta, considerando-a excessivamente rigorosa para suas indústrias, que já enfrentam altos custos de energia, pressões de importações chinesas mais baratas e tarifas dos Estados Unidos.

Justificativas para metas mais rigorosas

Por outro lado, nações como Holanda, Espanha e Suécia mencionaram o agravamento das condições climáticas extremas e a necessidade de alcançar a China na produção de tecnologias verdes como razões que justificam a determinação de metas mais ambiciosas.

Consultores independentes em ciência climática da União Europeia alertaram que a prática de adquirir créditos de carbono estrangeiros poderia desviar investimentos essenciais das indústrias europeias. Bruxelas também prometeu ajustar outras medidas ambientais na tentativa de obter um maior apoio, o que inclui a possibilidade de relaxar a proibição de motores de combustão interna a partir de 2035, atendendo aos pedidos da Alemanha e da Itália.

Os ministros têm como prioridade alcançar um acordo sobre a meta para 2040 e, posteriormente, estabelecer um compromisso de emissões para 2035. Esta meta intermediária é uma solicitação da ONU que deve ser apresentada antes da cúpula da COP30.

Fonte: www.moneytimes.com.br

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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