Vale (VALE3) enfrenta declínio nas bolsas com sinais mistos no mercado de commodities.

Vale (VALE3) enfrenta declínio nas bolsas com sinais mistos no mercado de commodities.

by Ricardo Almeida
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Desempenho fraco das ações da Vale na B3 e NYSE

São Paulo, 16 de outubro de 2025 – No decorrer de um dia caracterizado por volatilidade no setor de mineração, as ações da Vale (BOV:VALE3) | (NYSE:VALE) apresentaram quedas tanto na B3 quanto na NYSE. Essas oscilações refletem preocupações relacionadas aos preços do minério de ferro e alterações nas recomendações feitas por analistas de mercado. Mesmo diante desse cenário desafiador, informações recentes indicam que a empresa tem potencial para se destacar entre as mineradoras no terceiro trimestre deste ano, impulsionada por avanços nos metais utilizados na transição energética. Este artigo examina detalhadamente os números do dia, as comparações globais e os fatores que influenciaram o pregão, com o intuito de oferecer uma perspectiva abrangente para investidores atentos ao mercado financeiro.

Dados das Ações da Vale

O desempenho da VALE3 na B3 foi negativo, com as ações encerrando o dia cotadas a R$ 60,34, o que representa uma desvalorização de R$ 0,52 ou -0,85% em comparação ao fechamento anterior. O pregão teve início com a abertura em R$ 60,61, atingindo uma máxima de R$ 60,93 e uma mínima de R$ 60,07, com um volume de negociação em torno de 21,3 milhões de unidades. Essa retração contrasta com a alta observada na sessão anterior, quando o otimismo em relação à valorização do minério de ferro havia beneficiado os papéis da empresa, mas hoje o mercado pareceu estar mais atento aos riscos mais amplos, especialmente a desaceleração da demanda chinesa por commodities.

Do outro lado do Atlântico, a American Depositary Receipt (ADR) da Vale na NYSE também seguiu a tendência negativa, fechando a sessão em US$ 11,1054, o que representa uma perda de US$ 0,0646 ou -0,58%. A sessão dos EUA teve início em US$ 11,15, atingindo uma máxima de US$ 11,19 e uma mínima de US$ 11,0135, com um volume superior a 30 milhões de ações. Esse movimento reflete uma sensibilidade semelhante aos fatores globais do setor, mas em uma intensidade mais moderada do que na B3, possivelmente devido à diversificação dos investidores institucionais nos Estados Unidos, que buscam um equilíbrio em meio à instabilidade das commodities.

Correlação com os Preços do Minério de Ferro

Ao comparar o desempenho das ações da Vale nas bolsas de valores com os preços do minério de ferro neste dia, observa-se uma correlação estreita, embora não linear. O minério de ferro, principal produto da companhia, apresentou uma estabilidade relativa em torno de US$ 100 por tonelada no mercado spot chinês, sem variações significativas que possam justificar a queda das ações. Apesar de as cotações da commodity terem permanecido firmes, sustentadas por estoques controlados na China, as ações da Vale caíram mais do que o esperado, sugerindo que o mercado está precificando não apenas o preço atual, mas também projeções de enfraquecimento futuro. Essa desconexão ilustra como os papéis da empresa funcionam como um termômetro amplificado das expectativas do setor de commodities.

Fatores Influenciando os Preços

As notícias relacionadas à Vale nesta data podem ter influenciado os preços nas bolsas de diversas maneiras. Analistas do Bank of America (BofA) reafirmaram a perspectiva de que a Vale deve se destacar positivamente dentre as mineradoras no terceiro trimestre de 2025, com respaldo em uma prévia de resultados favorável divulgada pelo Safra Investimentos. Ademais, um diretor da empresa anunciou investimentos em Indústria 5.0 durante uma palestra na FIEMG, com foco na automação de processos, gerando uma movimentação positiva no mercado, embora insuficiente para reverter a venda generalizada. Esses desenvolvimentos, juntamente com a inauguração de um novo forno no Pará para a produção de níquel, que exigiu um investimento de US$ 480 milhões, compõem um quadro de inovação que pode sustentar ganhos a longo prazo.

Outro aspecto relevante foi a discussão sobre dividendos, com a instituição Bradesco BBI elevando a expectativa de um dividendo extraordinário ou recompra de ações em 2026, após uma redução de US$ 200 milhões em gastos previstos. Essa notícia gerou ânimo entre os investidores de renda variável; no entanto, a XP Investimentos optou por rebaixar sua recomendação para “neutro”, com preço-alvo fixado em R$ 66,00, citando riscos relacionados à governança e passivos dos casos de Brumadinho e Mariana. Apesar dos progressos na resolução desses litígios, o mercado pareceu cauteloso e preferiu adotar uma postura defensiva durante o pregão de hoje.

Comparação com Outras Mineradoras

Para oferecer um contexto global, é pertinente comparar os preços das ações da Vale com outras empresas do setor de mineração. A BHP Group (NYSE:BHP) | (ASX:BHP) | (LSE:BHP) teve um desempenho pior, fechando com uma queda de -1,04% na NYSE, a US$ 56,1032, superando a Vale em termos de magnitude de perda, provavelmente devido a exposições mais amplas aos setores de carvão e petróleo. Por sua vez, a Rio Tinto (NYSE:RIO) | (LSE:RIO) | (ASX:RIO) registrou um declínio modesto de -0,16% na NYSE, encerrando em US$ 68,75, apresentando um desempenho ligeiramente superior ao da Vale, beneficiada por sua diversificação na produção de alumínio. Em contrapartida, a ArcelorMittal (NYSE:MT) destacou-se com uma alta de +1,20%, alcançando US$ 38,78, favorecida por margens melhores no segmento de aço. A Cleveland-Cliffs (NYSE:CLF) enfrentou perdas maiores, com -2,87%, finalizando a US$ 13,55, enquanto a CSN Mineração (BOV:CMIN3) caiu -1,06%, cotada a R$ 5,59 na B3, apresentando desempenho alinhado ao da Vale, embora com um volume de negociação inferior.

Resumo dos Principais Influenciadores

Para elucidar os fatores que impactaram as variações nos preços do minério de ferro e das ações da Vale, segue um resumo em tópicos dos principais influenciadores identificados neste dia:

  • Estabilidade nos preços do minério: Cotações spot em cerca de US$ 100 por tonelada na China, sustentadas por estoques moderados, mas sem picos que possam impulsionar as ações.
  • Prévia de resultados do terceiro trimestre de 2025: Análises otimistas do Safra e do Bank of America indicam crescimento nos setores de cobre e níquel, com a produção de cobre alcançando o maior nível desde 2020.
  • Investimentos operacionais: A inauguração de um novo forno no Pará aumenta a capacidade de produção de níquel, sinalizando um compromisso com a transição energética.
  • Riscos relacionados à governança: Os avanços nas questões de Brumadinho e Mariana melhoram a confiança, mas o rebaixamento da XP para “neutro” impacta negativamente no curto prazo.
  • Perspectiva de dividendos: A possibilidade de dividendos extraordinários em 2026 é animadora, porém a queda nos preços do minério pode comprometer a lucratividade futura.

O dia da Vale foi de consolidação, com quedas nas bolsas refletindo um mercado financeiro em busca de clareza. Para os que acompanham as ações e commodities na B3, esses movimentos são um lembrete da interconexão entre o preço do minério de ferro e as avaliações globais das empresas.

Fonte: br.-.com

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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