A CNI (Confederação Nacional da Indústria) divulgou uma pesquisa nesta segunda-feira (15), a qual indica que 70% dos entrevistados consideram a carga tributária como o principal impedimento do Custo Brasil. Esse cenário, conforme a entidade, impacta não somente a competitividade das empresas, mas também o consumidor, que enfrenta preços mais altos por produtos.
Leonardo de Castro, vice-presidente da CNI, destacou expectativas otimistas em relação à Reforma Tributária, especialmente no que diz respeito à simplificação do sistema atual. Ele ressaltou a complexidade e os custos envolvidos no cálculo de tributos, bem como a necessidade de garantir a segurança jurídica quanto ao correto pagamento dos mesmos.
Desafio das alíquotas
Um dos aspectos centrais da reforma tributária é a discussão em torno das alíquotas. Após a aprovação de exceções pelo Congresso Nacional, a taxa projetada de imposto se situou entre 27% e 27,5%, superando os 22% a 23% que eram previstos no início do processo. De Castro defendeu a revisão dessas exceções com o objetivo de atingir uma tributação mais equilibrada.
Além da questão tributária
O Custo Brasil é estimado em R$ 1,7 trilhão, correspondente a cerca de 20% do PIB, e apresenta desafios que vão além da carga tributária. Entre os principais entraves estão a necessidade de melhorias na infraestrutura, a carência de mão de obra qualificada e o elevado custo do financiamento.
De Castro também enfatizou a relevância da reforma do ensino médio e da formação técnica como formas de aumentar a produtividade. Ele criticou ainda as altas taxas de juros praticadas no Brasil, que desincentivam investimentos e favorecem o rentismo.
A redução do Custo Brasil é vista, segundo ele, como uma solução que não demanda, necessariamente, recursos públicos, mas sim vontade política para estabelecer regulamentações adequadas e garantir segurança jurídica. Essa abordagem é considerada uma maneira eficiente de recuperar um caminho de crescimento mais sustentável para o país.
Publicado por João Nakamura