Cenário Atual da Renda Variável no Brasil
Mesmo com a taxa Selic mantendo-se em patamares elevados, acima de 15%, o mercado financeiro brasileiro já começa a se preparar para uma possível redução da taxa de juros em 2026. Essa expectativa, apesar dos riscos associados, pode possibilitar um retorno do interesse pela renda variável entre os investidores brasileiros. Vitor Duarte, que atua como diretor de investimentos na Suno Asset, aponta que a alocação dos investidores locais atualmente se encontra em níveis historicamente baixos. Segundo ele, "a bolsa está batendo recordes devido ao fluxo externo, porém o investidor brasileiro ainda não retornou. Os fundos multimercados estão em situação delicada, enquanto os fundos de ações carecem de capital, refletindo um apetite reduzido para riscos".
Desafios na Renda Fixa
Contrapõe-se a essa situação na renda variável o que ocorre na renda fixa, onde a demanda excessiva por debêntures incentivadas tem comprimido os prêmios e gerado distorções nos preços. Duarte observa que "há grandes empresas emitindo títulos com rendimento inferior ao do Tesouro". Essa situação salienta a necessidade de que os investidores analisem cuidadosamente onde ainda existem oportunidades de retorno e onde os riscos não compensam os ganhos.
Avaliação do Cenário Macroeconômico
Situação Fiscal e Perspectivas de Juros
À luz da recente não aprovação da MP 1303, o governo português está em busca de soluções para enfrentar os desafios fiscais. Duarte destaca que, diante de gastos persistentemente altos, novas fontes de financiamento estão sendo exploradas, resultando em uma inflação que resiste a ceder. Ele acredita que o Banco Central, que permanece independente, deve manter a taxa de juros elevada por um período mais longo do que o desejável, o que pode impactar negativamente no mercado. "A Selic permanecerá alta por um tempo e a tendência de queda que se aproxima deve ocorrer de forma gradual", explica.

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🌎 Abrir minha conta NomadImplicações para a Renda Variável
Essa dinâmica pode ajudar a direcionar os investidores novamente para o mercado de renda variável, um setor que tem enfrentado escassez de interesse. Embora a bolsa tenha alcançado recordes devido a fluxos de capitais externos, o desinteresse local persiste. Duarte ressalta que "os fundos multimercados não têm participação em ações, e os fundos de ações enfrentam significativos resgates".
Estratégias para Retorno à Renda Variável
Queda nas Taxas de Juros
Para que os investidores brasileiros reavivem seu interesse pela renda variável, uma diminuição efetiva nas taxas de juros é considerada essencial. Duarte explica que a curva de juros aponta uma média de 13% para janeiro de 2028, sugerindo que o mercado antecipa uma possível redução a níveis abaixo de 12% por um período prolongado. Essa expectativa deve influenciar os investidores e, segundo Duarte, "a taxa Selic do momento é o que realmente movimenta o investidor de varejo".
A Perspectiva dos Grandes Investidores
Os investidores institucionais também apresentam uma alocação tímida no mercado acionário. Duarte menciona que muitos desses fundos multimercados não conseguiram acompanhar o CDI e sofreram com resgates significativos nos últimos anos, levando a uma diminuição no apetite ao risco. Esse cenário gera receios e leva a maior cautela na hora de entrar no mercado de ações, pois esperar um movimento de alta pode significar perda de renda em função do CDI, levando parte dos investidores a buscar preservar capital.
Mercado de Crédito
Demandas no Setor
Duarte comenta que, apesar da baixa na renda variável, o mercado de crédito apresenta uma demanda elevada, especialmente por debêntures incentivadas. Ele relata que a atual atração por esses ativos influencia o preço dos mesmos, levando a situações em que debêntures de grandes empresas oferecem retornos abaixo dos títulos públicos, impactando a lógica de investimento.
Dificuldades em Outras Áreas
Ele também ressalta que não há recursos disponíveis para investimentos em setores como o imobiliário e o agro, mencionando que fundos imobiliários e Fiagros têm encontrado dificuldades para captar novos recursos, resultando em taxas elevadas dado o cenário de escassez de investimentos.
Perspectivas para Fundos Imobiliários
Duarte destaca que os fundos imobiliários apresentam uma saúde relativa no que diz respeito à gestão dos ativos. Contudo, a retração do capital que entra nesse mercado é uma consequência dos preços das cotas, que frequentemente se encontram abaixo dos valores patrimoniais. Essa desvalorização dificulta novas emissões (follow on), criando um cenário desafiador para a captação de recursos e elevando as taxas exigidas pelos tomadores de crédito.
Análise do Cenário Externo
Expectativas para a Bolsa Americana
Em relação ao mercado externo, as bolsas americanas estão apresentando desempenhos robustos, e expectativa de quedas nas taxas de juros também existem para os EUA. Duarte avalia a situação como complexa, pois alguns ativos estão sobrevalorizados, mas existem oportunidades. "Embora os múltiplos estejam comprimidos, a projeção é que haja espaço para crescimento", afirma. Um dos riscos mencionados na análise do mercado americano é a volatilidade cambial, que pode impactar os retornos dos investimentos em ações, caso o dólar enfrente desvalorizações significativas.

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🌎 Abrir minha conta NomadDesta forma, o cenário se apresenta desafiador e repleto de nuances que exigem que os investidores estejam cientes das múltiplas facetas do mercado.
Fonte: borainvestir.b3.com.br
