Wall Street desconsidera os potenciais efeitos do ‘shutdown’ e fecha o dia com três recordes – Estadão e-Investidor.

Renovação de Recordes em Wall Street

Com a expectativa de que a paralisação do governo dos Estados Unidos não perdure por tempo prolongado, os índices de Wall Street alcançaram novas marcas históricas nesta quinta-feira, dia 2 de novembro.

Desempenho dos Índices

O índice S&P 500 registrou o seu 29º fechamento máximo do ano, encerrando a sessão acima da marca de 6.700 pontos pela primeira vez, após atingir uma nova máxima intradia histórica logo no início do dia. O índice Dow Jones também superou o recorde que havia sido alcançado na sessão anterior.

Confira os dados de fechamento dos índices de Wall Street:

• Dow Jones: +0,17%, aos 46.519,72 pontos — no maior nível nominal histórico;
• S&P 500: +0,06%, aos 6.715,35 pontos — no maior nível nominal histórico;
• Nasdaq: +0,39%, aos 22.844,05 pontos — no maior nível nominal histórico.

Fatores que Influenciaram o Mercado

Apesar da paralisação do governo dos Estados Unidos, que teve início na quarta-feira, 1º de novembro, em decorrência da falta de consenso entre os democratas e republicanos, os índices de Wall Street fecharam em alta. No dia anterior, 30 de outubro, o Senado tinha rejeitado uma proposta de gastos de curto prazo que garantiria a continuidade das operações do governo até 21 de novembro.

Ainda que haja uma expectativa de que o shutdown não se estenda por várias semanas, essa paralisação deve resultar no atraso da divulgação de diversos dados econômicos importantes, incluindo o relatório do payroll, que estava programado para ser divulgado amanhã, dia 3.

Comentários do Secretário do Tesouro

Em uma entrevista concedida pela manhã à CNBC, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, expressou que o crescimento econômico do país pode sofrer impactos negativos em função da situação atual. Ele afirmou: “Esta não é a maneira de discutir: paralisar o governo e reduzir o PIB.”

Expectativas em Relação às Taxas de Juros

Não obstante a situação de incerteza, a expectativa de cortes nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), que é o Banco Central dos Estados Unidos, se manteve elevada nesta quinta-feira. No fechamento do dia, os operadores financeiros avaliavam que havia uma probabilidade de 97,8% de que o BC dos EUA poderá reduzir as taxas em 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (FOMC), marcada para 29 de outubro. Ontem, a probabilidade estava em 99,4%. No momento, a taxa de juros está na faixa de 4,00% a 4,25% ao ano.

Comentários da Presidente do Fed de Dallas

A presidente da unidade do Fed de Dallas, Lorie Logan, ressaltou que o Banco Central tomou medidas adequadas para se proteger contra uma possível deterioração acentuada no mercado de trabalho com o corte na taxa de juros realizado no mês anterior. No entanto, ela destacou que é necessário proceder com cautela em relação a novos cortes, dado que a inflação está acima da meta e apresenta tendência de alta.

“Precisamos ser muito cautelosos em relação aos cortes nas taxas daqui para frente e nos certificar de que calibramos adequadamente a política para não flexibilizar demasiado as condições e acabar tendo que reverter o curso, o que seria extremamente doloroso em termos de restauração da estabilidade dos preços”, afirmou Logan, em um discurso dirigido a estudantes de Economia na escola de pós-graduação em administração da Universidade do Texas, localizada em Austin.