Revisão das Projeções de Ações no Setor de Petróleo
A XP Investimentos revisou suas projeções para as ações da Prio (PRIO3), Brava (BRAV3) e PetroReconcavo (RECV3). A instituição ajustou a premissa de preço do petróleo Brent de US$ 70 para US$ 65 por barril, em decorrência da forte volatilidade verificada nos preços do petróleo durante o mês de outubro.
A revisão das estimativas refletiu uma diminuição nos preços-alvo: para a Prio, o valor foi reduzido de R$ 66 para R$ 60; para a Brava, de R$ 27 para R$ 20; e para a PetroReconcavo, de R$ 22 para R$ 15. Apesar desses ajustes, as recomendações de compra foram mantidas, com o fluxo de caixa livre projetado em 2027 estimados em 35% para a Prio, 28% para a Brava e 20% para a PetroReconcavo.
Recentemente, a XP também atualizou o preço-alvo da Petrobras, que agora é de R$ 37 por ação, indicando um potencial de alta de 24%. Essas revisões ocorrem às vésperas da divulgação dos resultados referentes ao terceiro trimestre. A instituição destacou que os principais riscos a serem monitorados incluem a possibilidade de o preço do Brent cair abaixo de US$ 65 por barril, bem como fatores específicos a cada empresa, como o início das operações no campo Wahoo pela Prio, a estabilização das taxas de declínio na Brava e a eficiência dos investimentos da PetroReconcavo.
A Performance da Prio
A Prio programou a divulgação de seus resultados do terceiro trimestre de 2025 para terça-feira, dia 4. Os analistas da XP projetam que a receita líquida da empresa cresça 16%, atingindo US$ 554 milhões. O EBITDA ajustado deve aumentar em 5%, totalizando US$ 345 milhões. Entretanto, a margem EBITDA deverá experimentar uma redução de 6 pontos percentuais, estabelecendo-se em 62%.
O lucro líquido da Prio está previsto em US$ 93 milhões, o que representa uma queda de 44% em relação ao terceiro trimestre de 2024. A margem líquida deve encolher em 18 pontos percentuais, alcançando 17%. Para a XP, o terceiro trimestre de 2025 deveria trazer uma recuperação significativa após um segundo trimestre fraco, que foi impactado por paralisações na produção no campo de Frade. No entanto, o cenário se complicou com a interdição do campo de Peregrino pela ANP em setembro, o que afetou consideravelmente a produção durante o período.
A produção no terceiro trimestre totalizou 88 mil barris por dia, refletindo uma queda de 12% na comparação com o trimestre anterior. Um aspecto positivo foi a redução nos estoques: as vendas totalizaram 8,8 milhões de barris, superando a produção de cerca de 8,1 milhões, o que representa um aumento de 8,2% em relação ao trimestre anterior. O preço do Brent se manteve praticamente estável, com um leve avanço de 1,5% na comparação trimestral.
Expectativas para a Brava
A Brava, que está programada para divulgar seus resultados na quarta-feira, dia 5, deve reportar uma receita líquida de R$ 3,07 bilhões, o que representa um aumento de 40% em comparação ao terceiro trimestre de 2024. Além disso, o EBITDA ajustado deve crescer 76%, alcançando R$ 1,31 bilhão, enquanto a margem EBITDA deve aumentar em 9 pontos percentuais, atingindo 43%.
Apesar da melhoria nas operações, o lucro líquido esperado pela XP é de R$ 102 milhões, representando uma queda de 86% em relação ao mesmo período do ano anterior. A margem líquida deve recuar em 29 pontos percentuais, fixando-se em 3%. A XP comenta que há uma expectativa de acúmulo de estoques e que a valorização do real pode afetar negativamente a receita líquida. O lucro também deve ser impactado por recebíveis da Yinson.
Segundo a XP, este trimestre seria considerado “outro bom trimestre” para a Brava, após um anterior que representou um ponto de inflexão para a companhia, com a geração de fluxo de caixa livre voltando a ser positiva e um avanço significativo na produção em Atlanta. A expectativa é que a produção atinja cerca de 91,8 mil barris de óleo equivalente por dia, significando um aumento de 7% em relação ao trimestre anterior, sendo impulsionada principalmente pelo gás natural, que deverá apresentar um aumento de 30% na comparação trimestral, totalizando cerca de 18,4 mil barris de óleo equivalente por dia. A produção de petróleo deve ter um crescimento mais moderado, de 2,4% comparado ao último trimestre, alcançando cerca de 73,4 mil barris por dia. A XP antecipa, ainda, que haverá mais um trimestre de forte geração de caixa livre para os acionistas (FCFE), estimado em R$ 260 milhões (excluindo os recebíveis da Yinson), o que corresponde a um rendimento aproximado de 4%.
Desempenho da PetroReconcavo
A PetroReconcavo (RECV3) tem sua divulgação de resultados agendada para quinta-feira, dia 6, com a XP Investimentos projetando uma receita líquida de R$ 756 milhões, representando uma queda de 14% em relação ao mesmo período de 2024. O EBITDA ajustado da empresa deve diminuir em 25%, totalizando R$ 354 milhões, acompanhando uma redução de 7 pontos percentuais na margem EBITDA, que deverá se estabelecer em 47%.
Apesar de um ambiente desafiador, o lucro líquido da PetroReconcavo está projetado para crescer 12% na comparação anual, alcançando R$ 178 milhões. A margem líquida deverá avançar 6 pontos percentuais, fixando-se em 24%. A produção média recuou para 26,4 mil barris de óleo equivalente por dia, representando uma queda de 3% na comparação trimestral, em grande parte devido à produção de petróleo, que caiu 5% t/t para 15,6 mil barris por dia, enquanto a produção de gás manteve-se relativamente estável em 10,8 mil barris por dia, com uma diminuição de 2% t/t. O volume de vendas de petróleo acompanhou a tendência de produção, apresentando queda de 4% t/t.
Por fim, a XP observa que o fluxo de caixa no trimestre deve continuar pressionado por elevação nos investimentos (Capex), resultando em fluxo de caixa livre para o acionista (FCFE) negativo pelo segundo trimestre consecutivo, embora em patamar superior ao verificado no segundo trimestre de 2025.
Fonte: www.moneytimes.com.br
