A Tata Electronics adquire a unidade indiana da fornecedora chinesa de iPhones Justech.

A Tata Electronics adquire a unidade indiana da fornecedora chinesa de iPhones Justech.

by Patrícia Moreira
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Aquisição da Justech Precision pela Tata Electronics

Detalhes da Transação

A Tata Electronics adquiriu a unidade indiana da empresa industrial chinesa Justech Precision por cerca de 100 milhões de dólares, de acordo com duas fontes familiarizadas com o assunto. Essa aquisição visa expandir a capacidade de fabricação da Tata Electronics, aproveitando a crescente demanda da Apple por produção de iPhones na Índia. A conclusão do negócio ocorreu em agosto, com os bancos HSBC e HDFC atuando como consultores na transação.

Informações sobre a Justech Precision

Justech Precision, com sede na cidade de Kunshan, na província de Jiangsu, China, é fornecedora da Apple desde 2008. A empresa fornece equipamentos industriais, como máquinas de controle numérico computadorizado, utilizadas em tarefas de corte e fabricação precisa. Esses equipamentos são para a Foxconn, a maior montadora de produtos da Apple no mundo. A Justech Precision Industry India, estabelecida no final de 2019 e localizada no estado indiano de Tamil Nadu, não comentou sobre a aquisição, assim como o Grupo Tata.

Investimentos Anteriores pela Tata Electronics

Em janeiro, a Tata Electronics também adquiriu uma participação de 60% na operação indiana da fabricante de contratos taiwanesa Pegatron, que possui uma planta de montagem de iPhones. O valor desse acordo não foi divulgado. Essas aquisições fazem parte da estratégia da Tata Electronics, que começou a montar iPhones na Índia em 2023 e busca aumentar sua capacidade de produção, tendo em vista que a Apple planeja terceirizar a fabricação de todos os iPhones destinados ao mercado dos Estados Unidos a partir do final de 2026.

Mudanças na Produção da Apple

Embora a Apple ainda produza a maior parte de seus smartphones na China, a empresa tem tomado medidas urgentes para aumentar a produção na Índia, colaborando com os fabricantes de contratos Tata Electronics e Foxconn. Essa mudança se dá em meio ao aumento de tarifas e tensões geopolíticas que afetam a produção na China. De acordo com Neil Shah, cofundador e vice-presidente da empresa de pesquisa de mercado Counterpoint Research, a Foxconn representa dois terços do total das remessas de iPhones na Índia, enquanto a Tata é responsável pelo restante.

Fábricas em Operação

Atualmente, a Tata Electronics opera duas fábricas no estado de Tamil Nadu e uma em Karnataka, que anteriormente pertencia à Wistron. A Apple começou a procurar alternativas de fabricação após a pandemia e os lockdowns na China que afetaram a produção em sua maior planta de montagem. As crescentes tensões entre Pequim e Washington e o aumento das tarifas sobre as importações chinesas nos Estados Unidos neste ano levaram a Apple a acelerar a mudança de sua produção.

Impacto das Tarifas e da Política

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, inicialmente impôs tarifas a importações da China, mas posteriormente concedeu uma suspensão temporária para remessas de smartphones. Apesar de a Índia também enfrentar altas tarifas por parte dos EUA, os iPhones fabricados na Índia não atraem encargos alfandegários no momento. A decisão da Apple de transferir sua produção para a Índia, em vez de para os Estados Unidos, gerou descontentamento em Trump, que ameaçou em maio impor uma tarifa de 25% sobre os iPhones.

Iniciativas do Governo Indiano

O primeiro-ministro Narendra Modi tem trabalhado nos últimos anos para promover a Índia como um centro de fabricação de smartphones, buscando atrair a Apple e outras empresas de alta tecnologia para o país, utilizando a presença da Apple como uma forma de simbolizar essa atração. No entanto, a Apple também encontrou desafios em suas primeiras tentativas de fabricação no país. Um dos exemplos mais notáveis foi uma fábrica da Wistron em Bengaluru, que enfrentou uma revolta trabalhista no final de 2020.

Visão para o Futuro

A Apple procura formar parcerias "altamente localizadas" para se tornar "verdadeiramente diversificada", ao invés de depender de parceiros chineses ou taiwaneses na Índia, conforme declarado por Shah. No entanto, encontrar alternativas para componentes que atualmente são em grande parte fornecidos por fornecedores chineses pode levar anos. Segundo Shah, "Não será uma corrida para criar um ecossistema de fornecedores equivalente ao que desfrutavam na China, mas uma maratona em um processo passo a passo".

Expectativa de Mercado

Estima-se que a Índia represente cerca de 26% das remessas globais de iPhones até o final de 2025, um aumento em relação aos 20% no início do ano, de acordo com a mais recente estimativa da Counterpoint. Durante uma visita à China em março, o diretor de operações da Apple, Jeff Williams, esteve presente no centro de exibição de inovação da Justech, onde reafirmou o compromisso da Apple em continuar investindo em larga escala no país.

Fonte: www.cnbc.com

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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