Avanços Regulatórios e Adoção de Stablecoins
A grande mudança ocorreu neste ano com os recentes avanços regulatórios, especialmente nos Estados Unidos. Em julho passado, o presidente americano Donald Trump sancionou a lei GENIUs Act, que estabelece uma série de normas para a emissão de stablecoins e procedimentos referentes a casos de insolvência (falência) desses ativos. Essa legislação diminuiu a maior parte das incertezas regulatórias que até então impediam a adoção massiva das stablecoins pelas instituições financeiras.
Houve uma longa lista de ordens executivas, projetos de lei e orientações emitidas por diversas agências (americanas) desde janeiro. Isso se traduziu em mais confiança para entrar nesse espaço, disse Michael Shaulov, CEO da Fireblocks, durante a sua participação na Stablecoin Conference 2025, evento promovido pela Bitso, empresa de serviços financeiros baseados em criptomoedas, na Cidade do México (MX).
A nova realidade tende a impulsionar o crescimento deste mercado, que já apresenta números significativos. Desde sua fundação em 2018 até o presente, mais de US$ 10 trilhões em ativos foram movimentados na plataforma da Fireblocks, responsável por oferecer serviços de custódia, acesso a DeFi (finanças descentralizadas) e compliance regulatório. Para 2025, a empresa projeta um número ainda mais expressivo: US$ 5 trilhões em transferências.
São números enormes. E acho que o mais importante e o que nos empolga é que estamos fornecendo essa infraestrutura para mais de 2,5 mil instituições financeiras de vários países, que trabalham com ativos digitais, stablecoins e cripto, destacou o executivo.
Casos de Uso das Stablecoins
A adoção institucional das stablecoins tem se concentrado especialmente no desenvolvimento de depósitos tokenizados e na criação de redes próprias de meios de pagamentos. Em fevereiro deste ano, a Stripe, plataforma de infraestrutura financeira, concluiu a aquisição da Brigde, uma empresa especializada em stablecoins.

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🌎 Abrir minha conta NomadEm junho deste ano, o banco americano JP Morgan anunciou seus planos de lançar um token que se assemelha a uma stablecoin, denominado JPMD. De acordo com informações da rede americana CNBC, esse ativo oferecerá aos clientes liquidação 24 horas por dia e a possibilidade de pagar juros aos seus detentores.
Apesar das iniciativas, os grandes players do sistema financeiro tradicional não estão sozinhos nesse setor. Eles enfrentarão competição de outros provedores de serviços de pagamento que já movimentam volumes significativos nesse mercado. Segundo Shaulov, cerca de US$ 80 bilhões por mês são atribuídos apenas a provedores de pagamento que movimentam stablecoins.
A maioria das fintechs permite que stablecoins sejam aceitas como pagamentos em dólar americano dentro de seus aplicativos, tornando isso praticamente indistinguível para o cliente final, explicou o executivo.
O uso em meios de pagamentos não é a única aplicação explorada pelas empresas. Fundos tokenizados, que permitem a conversão de stablecoins em aplicações lastreadas em títulos do Tesouro dos EUA, também estão ganhando destaque. O CEO da Fireblocks afirmou que essa iniciativa já cresceu 63% em 2025.
Estamos chegando perto de US$ 20 bilhões em treasuries on-chain neste momento, liderado por alguns dos maiores gestores de ativos do mundo, disse Shaulov.
Entretanto, o crescimento das stablecoins enfrenta novos desafios. A falta de mecanismos de reversão para transações com esses ativos, juntamente com a entrada de players pouco familiarizados com o setor, aumentaram os riscos de ataques cibernéticos e fraudes financeiras. Por essa razão, o foco da Fireblocks tem sido direcionado ao investimento em infraestrutura e em equipes especializadas para apoiar os clientes. Segundo Shaulov, a empresa gasta cerca de US$ 30 bilhões por ano nessas áreas.
As empresas buscam parceiros que oferecem segurança e confiabilidade na movimentação do dinheiro, concluiu.
