Novas informações econômicas no Brasil e nos EUA não oferecem confiança aos Bancos Centrais.

Novas informações econômicas no Brasil e nos EUA não oferecem confiança aos Bancos Centrais.

by Ricardo Almeida
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Dados Econômicos e Incertezas nos Bancos Centrais

O recente conjunto de dados econômicos apresentados tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos tem gerado incertezas para os Bancos Centrais em relação aos seus planos para os meses seguintes. Essa situação é comum em períodos de mudança de tendência dentro do ciclo econômico. Neste contexto, muitos indicadores ainda seguem a trajetória anterior, enquanto outros já indicam um possível revés. A situação é exacerbada pela guerra tarifária, que tem criado uma atmosfera ainda mais volátil nos mercados.

Reunião do FOMC

Na última reunião do FOMC, que é o comitê do Federal Reserve (Fed) responsável pela definição da taxa de juros, a maioria dos participantes expressou a opinião de que o risco de uma alta mais intensa na inflação superava as preocupações acerca de uma possível queda no emprego. Os membros do comitê apresentaram uma variedade de opiniões sobre o impacto temporal, a magnitude e a duração dos efeitos das tarifas sobre os preços dentro da economia.

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Por um lado, alguns participantes destacaram que os futuros relatórios de inflação seriam importantes para compreender até que ponto as tarifas estão sendo repassadas aos preços. Por outro lado, houve ênfase na necessidade do FOMC não esperar “pela total clareza sobre os efeitos das tarifas na inflação antes de considerar um ajuste em sua política monetária”.

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No entanto, essa clareza total ainda parece estar distante. Os dados mais recentes sobre a inflação no atacado, que costumam refletir mais rapidamente o impacto das tarifas, já indicam alterações significativas. Esses efeitos tendem a ser percebidos mais intensamente pelos consumidores nos próximos meses.

Dados de Emprego e Reações do Mercado

O clima de preocupação durante a reunião logo foi desafiado por dados que indicavam o oposto. Alguns dias após o encontro, o relatório de emprego referente ao mês de julho revelou um crescimento das folhas de pagamento abaixo do esperado. Além disso, houve revisões acentuadas para baixo dos dados referentes aos meses de maio e junho. A média de crescimento das folhas de pagamento em três meses caiu de 150 mil, na época da reunião, para aproximadamente 35 mil atualmente.

Diante desse cenário, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou em sua apresentação durante a conferência de Jackson Hole que “o cenário básico e a mudança no balanço de riscos podem justificar um ajuste de nossa política monetária”. Ele também ressaltou que a “estabilidade da taxa de desemprego e de outras métricas do mercado de trabalho” possibilita ao FOMC “agir com cautela”.

Consequentemente, o mercado passou a interpretar que há uma probabilidade considerável de uma redução na taxa básica de juros na próxima reunião do banco, agendada para setembro. Entretanto, permanece evidente o elevado grau de incerteza quanto à evolução da situação econômica nos meses vindouros.

Contexto Econômico no Brasil

No Brasil, o ciclo de corte de juros ainda parece distante, mas os sinais mistos que vêm dos dados econômicos começam a se tornar mais evidentes. De um lado, os números relacionados à atividade econômica são mais fracos. O IBC-Br, indicador mensal do Banco Central que serve como uma espécie de prévia do Produto Interno Bruto (PIB), desacelerou de um crescimento de 1,5% no primeiro trimestre de 2025 para somente 0,3% no segundo trimestre. Comparando com o mesmo período do ano passado, esse crescimento passou de 3,5% em maio para 1,4% em junho. Além disso, as sondagens de confiança recentes indicam que essa tendência deve continuar em agosto, assim como os dados sobre o consumo de bens e serviços de maior frequência.

Condições de Crédito e Mercado de Trabalho

O cenário para o crédito também se mostra mais restrito. A taxa de crescimento do estoque de crédito vem diminuindo mês a mês e as restrições na concessão de novos créditos têm se intensificado. Esse fenômeno reflete uma piora na dinâmica das taxas de inadimplência, que se torna uma preocupação adicional para a economia.

Por outro lado, o mercado de trabalho e a situação da inflação apresentam sinais de alerta. A taxa de desemprego continua em um processo de queda, atingindo novas mínimas históricas, ao passo que o crescimento real da renda permanece em torno de 3%, o que é considerado significativo. Embora os dados do mercado formal indiquem sinais de desaceleração, as condições gerais do mercado de trabalho apresentam-se ainda favoráveis.

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Os reflexos dessa situação são também visíveis na inflação relacionada aos serviços. Em diferentes métricas, o indicador anualizado tem se mantido em torno dos 6% nos últimos meses, um patamar superior ao observado no início deste ano. Apesar do alívio significativo nos preços de alimentos e bens industrializados, a inflação geral demonstra dificuldade em apresentar uma convergência consistente em direção à meta estabelecida pelo Banco Central.

Ações do Banco Central

Neste ambiente, assim como o Federal Reserve, o Banco Central do Brasil tem optado por proceder com cautela enquanto aguarda o desenvolvimento dos dados econômicos. Até o momento, a instituição tem sinalizado que manterá as taxas de juros estáveis ainda por algum tempo, até que a maior parte dos indicadores comece a apontar para uma mesma direção, o que deve ocorrer, segundo as previsões, apenas no próximo ano.

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