Defesa do Café Brasileiro nos EUA
O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) destacou, em uma missão empresarial realizada nos Estados Unidos, a necessidade de incluir o café brasileiro na lista de exceções das tarifas impostas por Donald Trump. Essa solicitação insere-se no contexto da investigação da Seção 301 da Lei de Comércio, que examina supostas práticas comerciais desleais por parte de alguns parceiros internacionais.
Alinhamento Setorial
Marcos Matos, diretor-geral do Cecafé, enfatizou ao Times Brasil – Licenciado Exclusivo CBNC que o café foi um dos poucos produtos cujas entidades no Brasil e nos Estados Unidos apresentaram posições alinhadas. Segundo Matos, a National Coffee Association (NCA), a principal entidade do setor no território americano, reconheceu a sustentabilidade da cafeicultura brasileira, sem deixar de mencionar a importância da produção realizada por pequenos agricultores.
Impacto do Consumo de Café na Economia Americana
Matos destacou, ainda, que o café não concorre com a produção local e desempenha um papel significativo na economia norte-americana. Para cada US$ 1 importado do grão, são gerados US$ 43 em valor agregado nos Estados Unidos. A bebida é consumida por 76% da população, movimentando aproximadamente US$ 343 bilhões por ano, o que representa cerca de 1,2% do PIB do país.
Efeitos das Tarifas sobre o Setor
O diretor-geral também salientou que o impacto das tarifas é mais prejudicial para as pequenas e médias cafeterias que compõem a maioria do setor nos Estados Unidos. Estas empresas, que geralmente não possuem a capacidade de armazenar grandes quantidades do produto, podem sofrer um aumento de até 50% no custo do grão devido à sobretaxa. Esse encarecimento pode afetar consumidores de baixa renda, assim como grandes redes de cafeterias.
Estratégias de Diversificação
Além das tentativas de defesa no mercado norte-americano, o Cecafé tem orquestrado uma estratégia de diversificação. Em agosto, as exportações brasileiras para os Estados Unidos apresentaram uma queda de 47% em decorrência das barreiras tarifárias, enquanto as vendas para a Alemanha aumentaram 55%. O Cecafé também direciona seus esforços para o crescimento da demanda em países da Ásia e Oceania, com especial atenção para a China, onde, apesar do baixo consumo atual de café, este mercado vem crescendo em relação ao tradicional consumo de chá.
Prioridades do Setor
De acordo com Matos, a prioridade do setor é trabalhar para superar as barreiras comerciais que foram estabelecidas nos Estados Unidos, mas a exploração de novos mercados continua sendo um aspecto vital na agenda de internacionalização do café brasileiro. O Cecafé busca expandir sua presença global enquanto lida com os desafios impostos pelas tarifas e procura diversificar suas conquistas no exterior.