Trégua Comercial entre EUA e China
O presidente Donald Trump e o presidente Xi Jinping alcançaram uma trégua comercial durante uma reunião de alto escalão na Coreia do Sul, ocorrida na quinta-feira, que serviu para desescalar uma disputa sobre elementos raros. Essa disputa havia criado a possibilidade de um conflito comercial em larga escala entre as duas maiores economias do mundo.
A China concordou em suspender por um ano as rigorosas restrições de exportação sobre elementos raros, as quais foram anunciadas no dia 9 de outubro e que deram início à contenda entre os países.
Trump informou a jornalistas a bordo do Air Force One que o acordo referente aos elementos raros é um compromisso de um ano, que será “renovado regularmente com o passar do tempo.” O presidente mencionou que planeja visitar a China em abril e que Xi irá aos Estados Unidos em uma data posterior, para Palm Beach, na Flórida, ou Washington, D.C.
“Temos um acordo”, declarou Trump. “Agora, todos os anos iremos renegociar o acordo, mas acredito que ele continuará por muito tempo, além deste ano. Mas todas as questões sobre elementos raros foram resolvidas, e isso é para o mundo.”
Trump anunciou que cortou as tarifas, que se tornaram efetivas imediatamente, sobre o fentanil relacionado à China, reduzindo-as para 10%, em vez de 20% como estavam anteriormente. Esse corte diminui a taxa geral sobre produtos chineses para cerca de 47%, segundo o presidente. Trump havia ameaçado impor tarifas de 100% em 1º de novembro devido ao controle da China sobre os elementos raros.
A Trégua: Vitória da China?
No entanto, a trégua alcançada na quinta-feira entre os Estados Unidos e a China não é um acordo abrangente, de acordo com Nicholas Burns, ex-embaixador dos EUA na China durante a administração Biden.
“Onde estamos é em uma trégua instável em uma longa e ainda fervente guerra comercial”, afirmou Burns em entrevista ao programa “Squawk Box” da CNBC.
De acordo com o analista Tobin Marcus, da Wolfe Research, a China conseguiu utilizar seus controles de exportação sobre elementos raros e um embargo de soja como alavanca para forçar os EUA a reduzirem suas tarifas.
Os Estados Unidos também concordaram em adiar uma regra anunciada em 29 de setembro que incluía na lista de entidades certas subsidiárias de empresas chinesas sob controle majoritário, segundo declaração do Ministério do Comércio da China.
Trump acrescentou que Pequim concordou em adquirir grandes quantidades de soja, sorgo e outros produtos agrícolas. A China comprará 25 milhões de toneladas métricas de soja anualmente nos próximos três anos, informou o secretário do Tesouro, Scott Bessent, em uma entrevista à Fox Business.
Além disso, os Estados Unidos e a China concordaram em suspender taxas por um ano sobre navios que atracarem nos portos um do outro.
Aspectos Não Esclarecidos: Chips da Nvidia e TikTok
Outros aspectos da trégua permanecem incertos. Trump mencionou que discutiu a exportação de chips da Nvidia com Xi e que também deve conversar com o CEO Jensen Huang sobre o assunto.
Contudo, as discussões não abrangeram as mais avançadas unidades de processamento gráfico Blackwell, conforme declarou o presidente. Ele mencionou que cabe à China e à Nvidia chegarem a um acordo, informando que sua posição é de “arbitrar” a situação.
“Eu disse que isso realmente diz respeito a vocês e à Nvidia, mas estamos meio que como árbitros”, destacou Trump a bordo do Air Force One.
O Ministério do Comércio da China afirmou que Pequim trabalhará com os Estados Unidos para “resolver questões relacionadas ao TikTok”, embora não tenha fornecido mais detalhes. Trump não mencionou o TikTok em seus comentários a jornalistas nem em uma postagem no Truth Social sobre a trégua com a China.
Além disso, o presidente indicou que a China também pode comprar uma quantidade significativa de petróleo e gás do Alasca. No entanto, um acordo ainda precisa ser formalizado. O secretário de Energia, Chris Wright, e o secretário do Interior, Doug Burgum, se reunirão com autoridades chinesas para discutir a viabilidade desse potencial acordo, conforme relatou Trump.
Fonte: www.cnbc.com
