Fluxos de Capital na Ásia
A Ásia, excluindo a China, recebeu aproximadamente US$ 100 bilhões em fluxos de capital nos últimos nove meses. Esse movimento ocorre à medida que investidores globais buscam diversificar suas alocações financeiras além do mercado dos Estados Unidos. A informação foi divulgada por Kevin Sneader, presidente do Goldman Sachs para a região Ásia-Pacífico, durante o Milken Institute Asia Summit 2025, realizado em Singapura no dia 1º de novembro.
Sneader destacou a importância de considerar esse fenômeno como um processo de diversificação, em vez de uma tendência de saída de investimentos. “Há um fluxo incremental nesta parte do mundo”, afirmou ele.
Benefícios para o Japão
O Japão se destacou como um dos principais beneficiários desse movimento de diversificação. O executivo também comentou sobre o desempenho das ações na China, que apresentaram alta desde o final do ano anterior, impulsionadas essencialmente por investidores locais e um renovado interesse no setor de tecnologia. Sneader observou que os fundos estrangeiros estão, gradualmente, voltando a olhar para o mercado chinês.
“No entanto, há necessidade de cautela”, enfatizou Sneader. Ele mencionou que parte do capital que está sendo alocado na região é proveniente de hedge funds globais, que são conhecidos por suas movimentações rápidas. “Esses fundos estão operando em torno do percentil 60 ou 65 de suas posições médias. Isso não é 100%, portanto, os investidores ainda não retornaram aos níveis anteriores. Os fundos mútuos e investidores de longo prazo ainda não estão voltando para a China, mas estão observando a Ásia com maior atenção”, completou.
Setores em Alta
Sneader destacou que setores como tecnologia, consumo discricionário e indústria estão atraindo forte interesse na Ásia. Além disso, ele mencionou que o setor de saúde está adquirindo força nos mercados privados, o que pode impactar positivamente as oportunidades de investimento na região.
A Evolução da Globalização
Durante o mesmo evento, Dilhan Pillay, CEO da Temasek International, fez uma declaração significativa ao afirmar que a “globalização como a conhecíamos acabou”. Ele ressaltou que mudanças no cenário geopolítico, tarifas e restrições energéticas estão reestruturando os retornos financeiros globais.
Pillay explicou que a reconfiguração das cadeias de suprimento para priorizar resiliência em vez de eficiência pode acarretar custos significativos. “É como uma apólice de seguro. Esse custo não desaparece com o tempo, a menos que novas soluções sejam desenvolvidas para mitigar as vulnerabilidades de depender de uma única cadeia de suprimentos”, afirmou ele.
Além disso, Pillay apontou que a inteligência artificial emerge como “o fator mais penetrante em todo o espectro político, social e econômico”, refletindo a mudança nas dinâmicas do mercado.
Recorde de Portfólio da Temasek
As declarações de Pillay também foram acompanhadas de informações sobre o desempenho da Temasek. A empresa está alcançando um novo recorde em termos de valor de portfólio. Esse crescimento é um indicador da confiança e da vitalidade do mercado na região, mesmo em um ambiente global de incertezas.
Assim, os investidores estarão atentos aos desenvolvimentos da Temasek e ao impacto de suas decisões de investimento na economia da Ásia, especialmente no Japão e na China. O foco nos setores em alta e a adaptação às novas realidades da globalização e da tecnologia continuarão a moldar a estratégia de alocação de recursos dos investidores na região.
Fonte: www.moneytimes.com.br
