A alta do dólar em relação ao real
No dia 22 de outubro, o dólar apresentou uma valorização em relação ao real, enquanto a moeda norte-americana registrava uma queda em outros mercados globais. O movimento se deu enquanto o mercado acompanhava a atuação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que estava presente em um evento em São Paulo, assim como novas sanções impostas pelos Estados Unidos.
Cotações do dólar e fatores relacionados
Na data mencionada, a moeda norte-americana subiu 0,32%, alcançando a cotação de R$ 5,3381, ao mesmo tempo que o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a outras moedas, registrava uma queda de 0,31% por volta das 17h.
Durante o evento organizado pelo BTG Pactual, Haddad afirmou que, para que o arcabouço fiscal do Brasil seja fortalecido, é imprescindível estabelecer condições políticas que possibilitem o diálogo sobre a alteração de regras junto aos parlamentares. O ministro também comentou que não há uma norma fiscal que considere melhor do que a atualmente proposta e ressaltou a importância de combater “desperdícios”. Ele citou, entre outros assuntos, a questão dos supersalários no serviço público e a Previdência dos militares.
Durante as declarações de Haddad, o dólar permaneceu em território positivo. Isso evidencia a continuidade de um movimento recente de ajustes em alta nas cotações da moeda, que ocorreu após as decisões sobre as taxas de juros, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, na terça-feira anterior.
Novas sanções dos EUA
Outra questão que chamou a atenção do mercado foi a decisão dos Estados Unidos de sancionar, sob a Lei Magnitsky, Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre de Moraes, que é membro do Supremo Tribunal Federal (STF). Foram também impostas sanções ao Lex Instituto de Estudos Jurídicos, entidade sob controle de Viviane Barci de Moraes e outros membros da família. É importante mencionar que Moraes foi o relator do processo no STF que levou à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, resultando em uma pena de 27 anos e 3 meses de prisão.
Atenção à agenda econômica da semana
Durante a semana, os investidores estarão atentos à divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, agendada para a terça-feira. Além disso, estão previstas a divulgação do IPCA-15 referente ao mês de setembro e do Relatório de Política Monetária do Banco Central, ambos que devem ocorrer na quinta-feira.
Nos Estados Unidos, os dados mais esperados serão os relativos ao Produto Interno Bruto (PIB), que também estão programados para a quinta-feira, e o índice de Preços de Consumo Pessoal (PCE), previsto para ser divulgado na sexta-feira.
Expectativas sobre o dólar
Em uma análise sobre o cenário atual, o diretor da consultoria Wagner Investimentos, José Faria Júnior, comentou em um relatório direcionado aos clientes que “não há como afirmar se o dólar/real fará uma longa pausa, como ocorreu quando atingiu os suportes anteriores de R$ 5,60 e R$ 5,40.” Ele acrescentou que, neste momento, o nível registrado não é surpreendente e pode ser considerado uma boa oportunidade para aquisição de dólares.
Faria Júnior também destacou que a faixa de R$ 5,40 se tornou uma resistência significativa, visto que foi um nível que conseguiu conter a queda do dólar por mais de dois meses.
*Com informações da Reuters
Fonte: www.moneytimes.com.br