Encontro de Líderes em Meio a Tensões Bilaterais
Reunião entre Xi Jinping e Donald Trump
No dia 20 de outubro de 2025, turistas visitaram a área cênica da Nanjing Road em Xangai, China. A reunião entre o presidente chinês Xi Jinping e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi recebida com aplausos por muitos na China, após meses de tensões crescentes nas relações bilaterais. Alex Hongcai Xu, presidente da Beijing Honglve Consulting, afirmou em mandarim, traduzido pela CNBC, que cada vez que os dois líderes se encontram, isso ajuda a aliviar as tensões e cria uma "atmosfera positiva", que é benéfica para as negociações.
A Queda de Tarifas e Oportunidades de Cooperação
Durante a reunião, Xu expressou sua perspectiva de que a redução das tarifas abaixo de 10% beneficiaria os fluxos de capital e a colaboração entre os países. Ele observou que a China provavelmente poderá adquirir mais soja e aviões fabricados pela Boeing nos Estados Unidos. Após o encontro, Trump anunciou que o país reduziria pela metade uma tarifa de 20% sobre produtos relacionados ao fentanil originários da China, o que diminuiria o total de impostos sobre bens chineses para 47%. Essa mudança representou uma reversão significativa em relação à ameaça anterior do presidente de impor tarifas adicionais de 100% sobre a China a partir do fim de semana.
Trump, no entanto, não detalhou se os Estados Unidos incentivariam novos investimentos chineses, limitando-se a dizer que "eles têm investimentos [nos EUA] e investirão". Xu manifestou sua esperança de que Washington permitisse que mais empresas chinesas investissem localmente, o que, segundo ele, geraria empregos nos Estados Unidos e aumentaria a produção interna, ao mesmo tempo em que reduziria as exportações chinesas.
Buscando Oportunidades no Exterior
Os negócios chineses, por sua vez, têm buscado oportunidades no exterior à medida que a economia doméstica desacelera. Luke Li, que atua na fabricação e comércio relacionados à energia em Pequim, destacou que "se a política dos EUA puder ser mais clara, ou oferecer a perspectiva de tarifas reduzidas, então, pelo menos, os investimentos chineses em outros países poderão aumentar". Ele enfatizou ainda que "enquanto eles se encontrarem, haverá progresso", e ressaltou a importância das tarifas americanas sobre a China, questionando se essas tarifas seriam ajustadas.
Reações nas Redes Sociais
Enquanto Xi e Trump se reuniam na quinta-feira de manhã (horário local) na Coreia do Sul, a hashtag "Cúpula dos Líderes China-EUA em Busan" foi o tópico mais comentado na plataforma de mídia social Weibo, que é semelhante ao X. O segundo hashtag mais popular era "Corte na Taxa de Juros", enquanto o quarto tópico mais comentado também dizia respeito ao encontro entre Trump e Xi. A maioria dos posts, no entanto, foi criada por veículos de comunicação chineses. As mensagens dos usuários eram curtas, com comentários como "viva a amizade China-EUA" e "sucesso mútuo China-EUA", de acordo com a tradução da CNBC. Não estava claro se cada comentário representava um usuário diferente.
Na popular aplicação Xiaohongshu, também conhecida como RedNote, uma das poucas postagens sobre a cúpula foi feita pelo economista e comentarista frequente de redes sociais, Song Qinghui, que escreveu em chinês: "Espero que o período de lua de mel China-EUA chegue logo".
Controle da Mídia e Reação Oficial
Pequim restringe o acesso a plataformas de mídia social como o X e a muitos outros serviços dos Estados Unidos, mantendo rigoroso controle sobre os meios de comunicação nacionais. Embora as mídias estatais chinesas inicialmente tenham se concentrado nos recentes planos de exploração espacial de Pequim, minimizando a cobertura sobre a reunião entre Trump e Xi — optando por destacar a participação de Xi na reunião de líderes econômicos da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) — a cobertura oficial aumentou após o início das negociações entre os líderes.
A emissora estatal CCTV, que concentrou grande parte de sua programação na manhã de quinta-feira na nova missão espacial Shenzhou-21, começou a transmitir atualizações regulares sobre a reunião somente depois que os dois líderes se encontram. O comunicado oficial da China sobre os comentários iniciais de Xi afirmou que Pequim estava disposta a trabalhar com Washington, citando Xi ao dizer que "o desenvolvimento e revitalização da China andam lado a lado com a visão do presidente Trump de ‘Fazer a América Grande Novamente’".
Xu comentou sobre a postura de Trump, descrevendo-o como "excessivamente confiante" e observando que ele não escuta, em referência ao foco do presidente dos EUA em aumentar as tarifas. Ele questionou: "Se os EUA e a China estão em um caos, como os EUA poderão se tornar grandes novamente?"
Fonte: www.cnbc.com
