Expectativa de Correção no Mercado Global
Uma pequena réplica da famosa estátua do touro de Wall Street é vista em um estande de um vendedor ambulante nas proximidades da Bolsa de Valores de Nova York, em 11 de julho de 2025.
Avisos de Goldman Sachs e Morgan Stanley
Os mercados globais podem estar prestes a enfrentar uma correção após o rali contínuo verificado neste ano. Na terça-feira, os bancos Goldman Sachs e Morgan Stanley alertaram os investidores para se prepararem para uma queda nos próximos dois anos.
As ações em todo o mundo têm alcançado uma valorização intensa, atingindo máximas históricas, impulsionadas por ganhos relacionados à inteligência artificial e pela expectativa de cortes nas taxas de juros. Nos últimos meses, importantes índices dos Estados Unidos escalaram novos picos, enquanto o Nikkei 225 do Japão e o Kospi da Coreia do Sul também atingiram recordes recentes. Além disso, o índice Shanghai Composite da China registrou o nível mais forte em uma década, beneficiado pela diminuição das tensões entre os Estados Unidos e a China e pela desvalorização do dólar.
Perspectivas de Queda no Mercado
David Solomon, CEO do Goldman Sachs, afirmou durante o Global Financial Leaders’ Investment Summit em Hong Kong que "é provável que haja uma queda de 10 a 20% nos mercados de ações em algum momento nos próximos 12 a 24 meses". Ele explicou que "as coisas crescem, e depois há uma correção para que as pessoas possam reavaliar".
No entanto, Solomon ressaltou que essas reversões são características normais de mercados em alta no longo prazo. Ele reforçou que o conselho contínuo do banco de investimento para os clientes é permanecer investido e revisar a alocação de ativos, em vez de tentar cronometrar o mercado.
"A queda de 10 a 15% acontece frequentemente, mesmo em ciclos de mercado positivos", disse ele. "Não é algo que altera sua crença fundamental, sua concepção estrutural de como você deseja alocar capital."
Visão de Pullbacks como Oportunidades
O CEO da Morgan Stanley, Ted Pick, que também participou do mesmo painel, comentou que os investidores devem enxergar as correções periódicas como eventos saudáveis, não como indícios de crise.
"Devemos também acolher a possibilidade de quedas, quedas de 10 a 15% que não sejam impulsionadas por algum tipo de efeito de colapso macroeconômico", afirmou.
As opiniões de Solomon e Pick surgem após alertas recentes do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a possibilidade de uma correção acentuada, enquanto o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e o governador do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, também expressaram cautela em relação a avaliações de ações inflacionadas.
Perspectivas Positivas na Ásia
Goldman Sachs e Morgan Stanley destacaram que a Ásia deve ser vista como um ponto positivo nos próximos anos, apoiando-se em recentes desenvolvimentos, como o pacto comercial entre os EUA e a China. Goldman prevê que alocadores de capital globais continuarão a demonstrar interesse na China, enfatizando que o país permanece uma das "maiores e mais importantes economias" do planeta.
Morgan Stanley demonstra otimismo em relação a Hong Kong, China, Japão e Índia, devido às suas histórias de crescimento únicas. As reformas de governança corporativa no Japão e a expansão da infraestrutura na Índia foram ressaltadas como temas de investimento a longo prazo.
"É difícil não se empolgar com Hong Kong, China, Japão e Índia — três narrativas bastante diferentes, mas todas parte de uma história global sobre a Ásia", afirmou Ted Pick. Ele destacou os setores de inteligência artificial, veículos elétricos e biotecnologia na China como particularmente promissores.
Fonte: www.cnbc.com
