Um tom levemente otimista permeia os mercados de ações ocidentais, com os futuros de Nova York apresentando alta. Os investidores estão atentos ao Índice de Preços ao Consumidor (CPI) referente ao mês de agosto, cujas projeções são detalhadas a seguir. O aumento de expectativas é impulsionado pelo Índice de Preços ao Produtor (PPI) dos Estados Unidos, que ficou muito abaixo do esperado.
Entretanto, o viés positivo nos índices de ações internacionais pode não ser suficiente para animar os ativos no Brasil, especialmente o Índice Bovespa. A desvalorização das commodities impactou negativamente o desempenho do índice, com o minério de ferro registrando uma queda de 0,81% e o petróleo apresentando uma retração de 0,65%.
Os mercados brasileiros iniciam suas operações nesta quinta-feira avaliando os dados sobre as vendas do varejo, aguardando a divulgação do CPI dos EUA e o reinício do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), que está previsto para ocorrer às 14 horas. Em relação ao câmbio, o dólar opera em estabilidade em relação ao real, com um leve aumento de 0,06%, sendo cotado a R$ 5,4099.
Ibovespa futuro: principais tópicos do mercado nesta quinta-feira (11)
CPI americano: o que se espera da inflação em agosto?
Os dados sobre a inflação ao consumidor nos Estados Unidos referentes ao mês de agosto devem ser decisivos para ajustes nos mercados, uma vez que se consolidam as expectativas de que o Federal Reserve, banco central dos EUA, deve realizar cortes na taxa de juros na próxima reunião agendada para a próxima semana.
A mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast prevê um aumento de 0,3% no índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) no mês de agosto, em comparação ao mês anterior, julho, que apresentou uma alta de 0,2%.
Em termos de taxa anual, a previsão mediana é um avanço de 2,9%, em comparação com o aumento de 2,7% registrado no mês anterior. O Departamento do Trabalho dos Estados Unidos deve divulgar essas informações nesta quinta-feira, às 9h30, no horário de Brasília.
Varejo recua pelo quarto mês consecutivo em julho
As vendas do comércio varejista apresentaram uma queda de 0,3% em julho em comparação ao mês de junho, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em contraste, ao comparar julho de 2024 com julho de 2023, registrou-se uma alta de 1,0% nas vendas do varejo.
A queda de 0,3% nas vendas do varejo restrito em julho está alinhada com a mediana das estimativas apuradas pelo Projeções Broadcast, que variavam de uma retração de 0,8% a um crescimento de 0,5%. Por outro lado, o varejo ampliado, que inclui materiais de construção e veículos, teve uma alta de 1,3%, superando a mediana estimada em 0,8%. As previsões para o varejo ampliado variavam de uma queda de 0,6% a um crescimento de 2,5%.
A economista do C6 Bank, Claudia Moreno, projetou essa queda de 0,3% para o comércio varejista restrito nesta leitura. Ela atribui esse resultado à influência da política monetária contracionista, que afeta principalmente o consumo de itens que demandam crédito, como móveis e eletrodomésticos.
“Temos visto um impacto mais claro da alta da Selic no varejo”, declarou Claudia Moreno.
Reta final do julgamento de Jair Bolsonaro
O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma, nesta quinta-feira (11), o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, que são acusados de tentativa de golpe de Estado. O julgamento está na fase de votação dos ministros Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, após a surpreendente decisão do ministro Luiz Fux na sessão anterior.
Espera-se que haja uma formação de maioria para uma definição sobre as condenações ou absolvições em relação aos réus; no entanto, o veredicto final será divulgado apenas na manhã seguinte. A ministra Cármen Lúcia será a primeira a votar hoje e seu voto pode desempenhar um papel crucial no desfecho do caso.
Na quarta-feira (10), o ministro Luiz Fux, que foi o terceiro a votar no julgamento, levou mais de 11 horas para decidir pela absolvição de Bolsonaro, o que gerou surpresa entre seus pares e defensores dos réus.
Esses acontecimentos, juntamente com outros dados econômicos que serão divulgados ao longo do dia, estão no radar dos investidores e podem influenciar as negociações na bolsa de valores brasileira, impactando o índice Ibovespa futuro.