Ibovespa Mantém Ritmo Negativo em Dia de Votação de Medida Provisória
O Ibovespa (IBOV) apresentou um desempenho negativo nesta terça-feira, 7 de outubro, refletindo um cenário de cautela fiscal. Os investidores estão atentos às novidades em Brasília, especialmente a votação da medida provisória que traz alterações no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a qual perderá sua validade amanhã, 8 de outubro.
No contexto internacional, a crise política na França e a continuidade do shutdown do governo dos Estados Unidos também atraem a atenção dos investidores.
Por volta das 10h10 (horário de Brasília), o principal índice da bolsa brasileira registrava uma queda de 0,74%, fixando-se em 142.547,25 pontos.
O dólar à vista estava em alta em relação ao real, influenciado por fatores externos. Neste mesmo horário, a moeda norte-americana estava cotada a R$ 5,3330 (+0,43%).
5 Assuntos para Saber ao Investir no Ibovespa Nesta Terça-Feira
1- Encontro entre Lula e Trump
Na manhã de ontem, 6 de outubro, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, teve uma conversa telefônica com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante o diálogo, ambos concordaram em se encontrar pessoalmente em um futuro próximo. O encontro está previsto para ocorrer na Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), que será realizada no final do mês na Malásia. Lula se dispôs a viajar aos Estados Unidos, caso necessário.
A conversa, que durou aproximadamente 30 minutos, abordou as tarifas comerciais impostas pelos EUA sobre produtos brasileiros, além da importância de abrir negociações entre os dois países. Lula, em publicação em suas redes sociais, comentou sobre a cordialidade demonstrada por Trump e destacou que Brasil e EUA devem ser exemplos para o mundo.
Trump, por sua vez, designou o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, para dar sequência às negociações que contarão com a participação do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Serviços e Comércio Exterior (MDIC), Geraldo Alckmin; do chanceler Mauro Vieira; e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
2- Medida Provisória da Taxação
A votação da medida provisória (MP) 1.303, que visa aumentar a taxação sobre aplicações financeiras e apostas online, deverá ser analisada pela comissão mista do Congresso nesta terça-feira. O prazo para a votação se aproxima do fim, pois a validade da MP expira amanhã. Inicialmente, a votação estava marcada para as 9h, mas foi adiada para as 15h30 (horário de Brasília).
A MP altera a taxação em apostas esportivas online, institui a tributação sobre ganhos com títulos atualmente isentos, modifica a carga tributária sobre outras aplicações financeiras e inclui medidas para contenção de despesas. Essa iniciativa foi criada para compensar a perda de arrecadação resultante do recuo do governo em relação ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O relator da proposta, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP), afirmou que, se a análise ocorrer até às 17h, é viável que o texto seja apreciado pelo plenário.
3- Exportação de Carne Bovina
As exportações de carne bovina in natura do Brasil, que se destaca como o maior exportador global, atingiram um recorde mensal em setembro. Os dados, fornecidos pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mostram que o volume exportado totalizou 314,7 mil toneladas, representando um aumento de 25,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior.
O Brasil conseguiu superar recordes nas exportações de carne bovina, apesar das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos em agosto, que eram o segundo maior mercado brasileiro para esse produto. Desde julho, as tarifas para os insumos foram elevadas a 76,4%, fruto de uma nova alíquota de 50% mais uma adicional de 26,4% já existente.
A associação do setor, Abiec, atribuía o crescimento das exportações à diversificação de mercados, incluindo novos embarques para o México e um aumento nas vendas para a China, o maior importador da carne bovina brasileira.
4- Crescimento da China
O Banco Mundial revisou sua projeção de crescimento para a China em 2025, elevando-a para 4,8%. Entretanto, a instituição alertou que o ritmo de crescimento pode desacelerar no próximo ano, citando fatores como a baixa confiança de consumidores e empresas, além da fraqueza nos novos pedidos de exportação.
Atualmente, a estimativa é que a China cresça 4,2% no ano seguinte, conforme as perspectivas econômicas semestrais para o Leste Asiático e a região do Pacífico, divulgadas nesta terça-feira, 7 de outubro.
No relatório, o Banco Mundial sugere que a desaceleração no crescimento da economia chinesa está associada a uma queda esperada nas exportações, à provável redução do estímulo fiscal em função do aumento da dívida pública e à desaceleração estrutural que persiste.
A instituição também prevê que o restante da região do Leste Asiático e Pacífico deve crescer 4,4% em 2025, um aumento de 0,2 pontos percentuais, mantendo a previsão de 4,5% para 2026.
5- Crise Política na França
O presidente da França, Emmanuel Macron, enfrenta crescente pressão para renunciar ou convocar eleições parlamentares antecipadas, visando restaurar a ordem em meio ao caos político que levou à renúncia de cinco primeiros-ministros em um intervalo de menos de dois anos.
Apesar dos apelos, Macron, de 47 anos e representante do centro político, reiterou sua intenção de completar seu segundo mandato, que se estende até 2027. Contudo, as demandas de renúncia, antes contidas, ganharam força, emergindo como um dos principais desafios políticos desde a formação da Quinta República em 1958.
Na segunda-feira, 6 de outubro, o novo primeiro-ministro francês, Sebastien Lecornu, e seu governo apresentaram renúncia, poucas horas após a formatação de seus ministérios. A decisão intensificou a crise política no país, uma vez que Lecornu, o quinto primeiro-ministro sob a presidência de Macron, ficou no cargo apenas 27 dias, marcando um novo recorde com seu governo se tornando o mais curto na história moderna da França, em um cenário de Parlamento dividido e de desafios financeiros para a segunda maior economia da zona do euro.
Fonte: www.moneytimes.com.br
