Saída de Cofundador da Ben & Jerry’s
Mudança na Direção da Empresa
Jerry Greenfield, cofundador da famosa marca de sorvetes Ben & Jerry’s, anunciou sua saída da empresa, conforme comunicado feito por seu parceiro Ben Cohen na quarta-feira, dia 17. Essa decisão evidencia um aprofundamento no conflito existente entre a Ben & Jerry’s e sua controladora, a Unilever.
Declarações sobre a Independência da Marca
Em uma carta aberta destinada à comunidade Ben & Jerry’s e divulgada por Cohen em redes sociais, Greenfield expressou que a empresa, cuja sede está localizada em Vermont, perdeu sua independência desde que a Unilever, que tem sede no Reino Unido, limitou seu ativismo social. A relação entre as duas entidades começou a se deteriorar em 2021, quando a Ben & Jerry’s anunciou a suspensão das vendas nos territórios palestinos ocupados por Israel, especificamente na Cisjordânia.
Conflitos e Processos Legais
Desde o anúncio da suspensão das vendas, a Ben & Jerry’s processou a Unilever, alegando tentativas de silenciamento. A marca também utilizou termos contundentes, referindo-se ao conflito em Gaza como “genocídio”, uma posição que é considerada rara entre grandes corporações nos Estados Unidos.
Greenfield manifestou que não poderia, “em boa consciência”, continuar a trabalhar para uma empresa que havia sido “silenciada” pela Unilever, apesar de um acordo de fusão que deveria garantir a proteção da missão social da marca.
Perspectiva da Unilever
Em resposta, um porta-voz da Magnum Ice Cream, divisão da Unilever, declarou que discorda da perspectiva de Greenfield e que a empresa tem buscado manter um diálogo construtivo com ambos os cofundadores, com o objetivo de fortalecer a posição da Ben & Jerry’s, que se baseia em valores no mercado global.
A Unilever não fez um comentário imediato a um pedido de questões para a Reuters.
Questões Financeiras e Rejeição de Propostas
Na semana anterior ao anúncio da saída de Greenfield, Ben Cohen mencionou que a marca havia tentado organizar uma venda para investidores a um preço que variaria entre US$ 1,5 bilhão e US$ 2,5 bilhões. Essa tentativa foi motivada pelas tensões já existentes com a Unilever, mas a proposta foi rejeitada.