Desempenho das Bolsas de Valores na Europa
As bolsas de valores da Europa encerraram a sessão da última sexta-feira, 19 de setembro, apresentando uma leve variação em direção à estabilidade, porém com uma tendência predominante de baixa. O FTSE MIB, da Itália, registrou a maior variação positiva do dia, enquanto o PSI 20, de Portugal, foi o que liderou as perdas. Um fator importante monitorado pelos investidores foram os indicadores econômicos recentemente divulgados pelo Reino Unido, que abordavam o endividamento público e as vendas no varejo, além do constante debate sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China.
Reino Unido
Em agosto, o endividamento público do Reino Unido atingiu seu patamar mais alto em cinco anos. Essa insinuação está alinhada com a avaliação da Capital Economics, que aponta um claro "deterioramento das finanças públicas" do país. Apesar da pressão nos indicadores de endividamento, as vendas no varejo no país avançaram 0,5% em relação ao mês anterior, superando a projeção de crescimento de 0,2% e revertendo a queda de 0,3% registrada em julho. Necessário mencionar que tais dados econômicos tendem a exercer pressão sobre a política monetária do Banco da Inglaterra (BoE), pois sugerem uma maior resiliência da economia britânica. Os reflexos dessas informações podem ser percebidos no pregão, onde o índice FTSE 100 despencou 0,12%.
Zona do Euro
Na zona do euro, os investidores reagiram, principalmente, às sinalizações de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e a novas notícias em relação ao comércio global. O índice Euronext 100 também refletiu essa situação, encerrando o dia com uma leve queda de 0,02%.
Alemanha
Na Alemanha, o índice DAX apresentou um desempenho negativo, fechando em queda de 0,13%. Esse resultado reflete a cautela dos agentes do mercado diante das contínuas negociações comerciais entre Estados Unidos e China, bem como as expectativas relacionadas aos próximos passos que o ECB deverá tomar. No mercado de câmbio, o euro apresentou uma leve pressão frente ao dólar norte-americano.
França
Em território francês, o índice CAC 40 teve uma ligeira desvalorização de 0,01%. A movimentação dos investidores foi guiada, tanto pelos dados econômicos regionais, quanto por ações no setor automotivo. A montadora Renault, por exemplo, viu suas ações subirem 0,25%, impulsionadas por um relatório positivo emitido pelo Berenberg, uma instituição financeira reconhecida com foco em análise de empresas e mercados.
Itália
O FTSE MIB na Itália, por outro lado, registrou um pequeno avanço de 0,13%, impulsionado pela valorização das ações da Stellantis, que subiram 0,56% após uma recomendação ligeiramente otimista do Berenberg. Embora tenha apresentado uma recuperação durante o dia, o índice ainda acumulou uma queda ao longo da semana.
Portugal
No mercado de Lisboa, o PSI 20 encontrou-se em uma situação desfavorável, caindo 0,29% e consolidando a pior performance entre os mercados europeus do dia. A cautela dos investidores foi sensivelmente evidenciada pela volatilidade provocada pelo noticiário internacional, especialmente nas questões comerciais relacionadas ao comércio global.
Países Baixos
No AEX, que opera na Holanda, foi observada uma queda de 0,36% em Amsterdã. Essa diminuição foi reflexo da pressão sobre o setor de logística, intensificada pela significativa desvalorização das ações da Maersk e da Kuehne + Nagel, criando uma onda de temor acerca de possíveis repercussões nas negociações comerciais internacionais.
Reações aos EUA
Em meio aos acontecimentos do mercado europeu, Donald Trump fez comentários relevantes pouco antes do fechamento. O ex-presidente dos Estados Unidos afirmou ter conversado com o presidente da China, Xi Jinping, sobre questões referentes ao comércio, ao fentanil, à guerra na Ucrânia e ao aplicativo TikTok. Tais declarações não alteraram substancialmente a trajetória das cotações, mas mantiveram os investidores atentos ao desenrolar das negociações entre Washington e Pequim.
Mercado Cambial
No cenário cambial, nas últimas 24 horas, o euro apresentou uma queda de 0,34% frente ao dólar norte-americano, enquanto a libra esterlina recuou 0,60% na mesma paridade. Em relação ao euro, a libra também se desvalorizou em 0,25%. A única valorização notável ocorreu com o euro em relação à libra, que subiu 0,25%.
A análise dos mercados europeus mostra um panorama complexo, entre avanços e recuos, refletindo uma combinação de fatores econômicos regionais e globais que influenciam diretamente os investidores.
