No Brasil, apenas seis dos 14 suspeitos foram detidos.

No Brasil, somente seis dos 14 suspeitos foram detidos.

by Fernanda Lima
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Operação Carbono Oculto

A Polícia Federal realiza a Operação Carbono Oculto na Avenida Faria Lima, principal centro financeiro do Brasil, na zona oeste de São Paulo, na manhã desta quinta-feira, 28 de agosto de 2025. A operação conta com a participação de equipes da Polícia Militar, promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), além de agentes e fiscais das Receitas Estadual e Federal. Esta é a maior ação já realizada para combater a infiltração do crime organizado na economia formal do país. O foco da operação é o domínio da cadeia produtiva do setor de combustíveis, que, em parte, está sob controle do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Detenções e Fugitivos

Durante a Operação Carbono Oculto, que teve início nesta quinta-feira (28), apenas seis dos 14 alvos com mandados de prisão foram capturados. Entre os foragidos, há um empresário considerado o "epicentro das operações", apontado como responsável por empresas do setor de combustíveis com ligações ao PCC.

Um dos detidos foi encontrado escondido em uma lancha em Bombinhas, Santa Catarina. Em Curitiba, Paraná, agentes da Polícia Federal descobriram um prédio de quatro andares que funcionava como "escritório do crime", onde proprietários de postos investigados se reuniam. A maior parte dos computadores, no entanto, já havia sido retirada. Em outra localização, a PF apreendeu malas vazias escondidas atrás de uma parede falsa.

Possibilidade de Vazamento de Informações

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, destacou que o número elevado de fugitivos não é comum em operações desse tipo e levantou a suspeita de um possível vazamento de informações. Rodrigues afirmou: "Merece atenção o fato de termos 14 mandados de prisão e apenas 6 cumpridos. Não é uma estatística normal das operações da Polícia Federal. Vamos analisar os relatórios das equipes em campo para verificar se houve vazamento. Se confirmado, abriremos investigação".

Fintechs e Lavagem de Dinheiro

A Operação Carbono Oculto revelou que o setor de combustíveis foi utilizado por uma organização criminosa como plataforma para lavagem de dinheiro. De acordo com a Receita Federal e o Ministério Público de São Paulo (MPSP), uma das fintechs envolvidas operava como um verdadeiro "banco paralelo" para o esquema.

Entre 2020 e 2024, uma única empresa movimentou mais de R$ 46 bilhões, conforme apuração dos auditores-fiscais. Os mesmos proprietários controlavam outras fintechs menores, utilizadas para dispersar e ocultar ainda mais os recursos ilícitos.

As investigações indicam que as empresas exploravam brechas regulatórias que dificultavam o rastreamento individualizado das operações financeiras. Um dos mecanismos identificados foi o uso da chamada "conta-bolsão", uma conta de banco comercial mantida pela fintech, onde os recursos de todos os clientes circulavam sem separação.

Por meio dessa conta, eram realizados pagamentos de despesas pessoais dos operadores, remunerações a colaboradores e compensações entre postos, distribuidoras e fundos de investimento relacionados à organização criminosa.

As informações apresentadas neste artigo têm caráter educativo e informativo. Não constituem recomendação de compra, venda ou manutenção de ativos financeiros. O mercado de capitais envolve riscos e cada investidor deve avaliar cuidadosamente seus objetivos, perfil e tolerância ao risco antes de tomar decisões. Sempre consulte profissionais qualificados antes de realizar qualquer investimento.

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